Sérgio Nicetiata

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Sérgio Nicetiata (em grego: Σέργιος Νικητιάτης; romaniz.:Sergios Niketiates; fl. c. 843) foi um oficial bizantino sênior e membro da dinastia amoriana. É celebrado como um santo pela Igreja Ortodoxa em 28 de junho por seu papel na restauração da veneração dos ícones durante os conflitos iconoclastas da época.[1][2]

São Sérgio Nicetiata
Santo
Nascimento século IX
Morte século IX
Creta
Veneração por Igreja Ortodoxa
Festa litúrgica 28 de junho
Portal dos Santos
Soldo do imperador bizantino Teófilo (r. 829–842)
Soldo de Miguel III, o Ébrio (r. 842–867)

Biografia editar

Sérgio Nicetiata é uma figura obscura e "enigmática" (Cyril mango), conhecido apenas através de referências breves em dois trabalhos hagiográficos, os Atos de são Davi, Simeão e Jorge e o Sinaxário Constantinopolitano (Synaxarium Constantinopolitanum). De acordo com estes, Sérgio nasceu na vila de Nicécia, próximo de Amástris na Paflagônia, de onde provém seu sobrenome. Foi um parente próximo, possivelmente o tio, da imperatriz Teodora, a esposa do imperador Teófilo (r. 829–842) e mãe de Miguel III, o Ébrio (r. 842–867).[3] Sob Teófilo, tornou-se um dos membros líderes do senado bizantino, alcançando o posto cortesão supremo de magistro. Selos atribuídos a ele também registram-o como tendo sido progressivamente elevado para os ofícios de hípato, antípato, protoespatário e patrício e tendo mantido o ofício de logóteta geral ou logóteta do dromo (dependendo da leitura dos selos).[1]

Em 843, Sérgio foi instrumental, junto com o logóteta Teoctisto e os irmãos de Teodora, Bardas e Petronas, o Patrício, na conclusão do Iconoclasma e a restauração da veneração dos ícones,[3] um ato para o qual, junto com Teoctisto, Bardas e Petronas, ele é celebrado como santo pela Igreja Ortodoxa em 28 de junho.[2] No mesmo ano, de acordo com o Sinaxário Constantinopolitano foi encarregado com a liderança da expedição contra o Emirado de Creta, mas todas as outras fontes registram que Teoctisto liderou a campanha. É possível, contudo, que Sérgio foi deixado para trás quando Teoctisto foi forçado a retornar às pressas para Constantinopla. Sérgio morreu em Creta, onde as forças bizantinas foram derrotadas pelos árabes, e foi inicialmente enterrado na ilha em um mosteiro que tornou-se conhecido em sua homenagem como tou Magistrou ("do magistro"). Foi mais tarde transferido para o mosteiro da Teótoco no golfo da Nicomédia, que ele tinha fundado e que por sua vez ficou conhecido como tou Niketiatou depois.[1]

O bizantinista francês Henri Grégoire sugeriu que Nicetiata deve ser identificado como "Ibn Qatuna", o almirante registrado nas fontes árabes como tendo liderado os bizantinos no saque de Damieta em 853, mas embora esta hipótese foi retomada por alguns (notavelmente Alexander Vasiliev), é rejeitada por estudiosos modernos.[3] Grégoire também especulou que Sérgio foi o irmão do futuro patriarca Fócio, uma conjectura também rejeitada, embora de acordo com Cyril Mango poderia possivelmente ser o tio materno de Fócio.[4]

Referências

  1. a b c Winkelmann 2001, p. 124–125.
  2. a b «SERGIOS NIKETIATES» (em inglês). Consultado em 2 de novembro de 2013 
  3. a b c Mango 1977, p. 134–135.
  4. Mango 1977, p. 135, 138.

Bibliografia editar

  • Mango, Cyril (1977). «The Liquidation of Iconoclasm and the Patriarch Photios». In: Bryer, Anthony; Herrin, Judith. Iconoclasm: Papers Given at the Ninth Spring Symposium of Byzantine Studies. Universidade de Birmingham: Centre for Byzantine Studies. ISBN 0-7044-0226-2