Sérgio (em latim: Sergius; em armênio: Սարգիս; romaniz.: Sargis) foi um nobre bizantino de origem armênia do século VI do clã Vanúnio, ativo durante o reinado do imperador Maurício (r. 582–602). Rebelou-se contra o Império Bizantino em 595. Ele e seus coconspiradores foram derrotados e Sérgio foi capturado e executado.[1]

Sérgio Vanúnio
Nascimento século VI
Morte 595
Nacionalidade Império Bizantino
Etnia Armênia
Ocupação Nobre
Dracma de Cosroes II (r. 590–628)

Contexto

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Em 591, o imperador Maurício (r. 582–602) aceitou ajudar Cosroes I (r. 590–628) a reaver seu trono que havia sido usurpado por Vararanes VI (r. 590–591). Com a subsequente vitória dos aliados na guerra civil que se seguiu, Cosroes foi reconduzido ao trono e concordou em finalizar a guerra em curso entre o Império Sassânida e o Império Bizantino iniciada em 572. Como consequência da paz, grande parte da Armênia sassânida e da Ibéria Ocidental foram cedidas aos bizantinos e Maurício suspendeu o tributo que anteriormente era pago aos sassânidas.[2]

 
Soldo de Maurício (r. 582–602)

Sérgio era membro da família principesca dos Vanúnios, que há época detinha um domínio em Airarate.[3] Em 595/6, Samuel Vanúnio, outro membro de sua família, quis se rebelar contra a autoridade do imperador Maurício (r. 582–602), e convenceu os Vanúnios Sérgio, Varaz Narses, Narses, Bestã e Teodoro Atrepatuni. Os conspiradores pretendiam atacar o curador imperial de Teodosiópolis enquanto se banhava em fontes termais situadas nas imediações. O oficial soube do plano e conseguiu se abrigar na cidades antes dos armênios alcançarem o local. Muito butim foi adquirido e Samuel e seus companheiros fugiram para Corduena.[4]

Um exército bizantino liderado por Heráclio, o Velho e Amazaspes III perseguiu os rebeldes, que foram obrigados a cruzar o rio Centrites, na fronteira de Corduena com a Armênia, através da chamada ponte de Daniel. Samuel e os outros destruíram a ponte e se prepararam no desfiladeiro próximo para proteger a passagem. Os bizantinos foram obrigados a parar a marchar junto ao rio e pretendiam retornar, quando encontraram um sacerdote viajante e o ameaçaram de morte caso não lhes contasse como poderiam cruzar. Todo o exército cruzou o vau que lhes foi mostrado. Parte das forças bizantinas cobriu a retaguarda, parte protegeu a ponte e a entrada do vale circundante e o restante entrou no ponto onde os rebeldes se protegiam e os massacrou. Narses, Bestã e Samuel foram mortos em combate, enquanto Sérgio e Varaz Narses foram levados para Teodosiópolis, onde foram decapitados. Antes de morrer, Varaz Narses disse a Sérgio: "Vamos lançar a sorte, [para saber] quem vão matar primeiro". E Sérgio teria respondido: "Sou um homem velho e pecador; imploro que me concedas este presente. Deixe-me ter este pequeno conforto de que não vejo tua morte."[5][6]

Referências

Bibliografia

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  • Howard-Johnston, James (2000). «Ḵosrow II». Enciclopédia Irânica. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8 
  • Sebeos (1999). The Armenian History Attributed to Sebeos. Traduzido por Thomson, R. W. Liverpul: Imprensa da Universidade de Liverpul. ISBN 0853235643 
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press