Saíra-sete-cores

espécie de ave

Saíra-sete-cores (nome científico: Tangara seledon, também denominada saíra-de-sete-cores, saí-de-sete-cores, sete-cores, saí, saíra e saíra-de-bando)[1][3] é uma espécie de ave da família Thraupidae (na taxonomia de Sibley-Ahlquist colocada entre os Fringillidae); é um pássaro endêmico de florestas de Mata Atlântica, restingas e capoeiras da região leste do Brasil (também visitando áreas antrópicas como jardins e pomares), ocorrendo do estado da Bahia até o Rio Grande do Sul, e também em Misiones, na Argentina, e no Paraguai; mais frequente em áreas costeiras arborizadas até altitudes de 1.100 metros, voando aos pares ou em pequenos grupos, às vezes com até 20 aves, ou em associação com a saíra-militar e outros pássaros como o saí-azul e o saí-verde.[1][2][4][5] Foi classificada em 1776, por Philipp Ludwig Statius Müller[1][3], sendo listada pela União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie pouco preocupante.[6] Ela mede 13.5 centímetros de comprimento e pesa cerca de 18 gramas.[1][2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaSaíra-sete-cores
(Tangara seledon)
Fotografia de uma saíra-sete-cores (Tangara seledon) macho, em Ubatuba (Itamambuca), São Paulo, região sudeste do Brasil.
Fotografia de uma saíra-sete-cores (Tangara seledon) macho, em Ubatuba (Itamambuca), São Paulo, região sudeste do Brasil.
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Sub-reino: Metazoa
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Infrafilo: Gnathostomata
Superclasse: Tetrapoda
Classe: Aves
Subclasse: Neognathae
Ordem: Passeriformes
Família: Thraupidae
Género: Tangara
Espécie: T. seledon
Nome binomial
Tangara seledon
(Müller, 1776)[1]
Distribuição geográfica
As florestas costeiras da Mata Atlântica, no leste da América do Sul, da Bahia, região sudeste e região sul do Brasil, até a Argentina e Paraguai, são o habitat da saíra-sete-cores (Tangara seledon).[1][2]
As florestas costeiras da Mata Atlântica, no leste da América do Sul, da Bahia, região sudeste e região sul do Brasil, até a Argentina e Paraguai, são o habitat da saíra-sete-cores (Tangara seledon).[1][2]
Sinónimos
Saí
Saíra
Saíra-de-sete-cores
Saíra-sete-cores
Saíra-sete-cores-pálida
Sete-cores

Denominação editar

 
Ilustração do macho da saíra-sete-cores (Tangara seledon), retirada da obra A monograph of the birds forming the tanagrine genus Calliste: illustrated by coloured plates of all the known species (1857), por Oudart, P. L.; Sclater, Philip Lutley; Taylor & Francis.

Sua denominação binomial, Tangara seledon, significa "dançarino verde claro", com o termo seledon derivado do francês, significando verde-claro.[1]

A saíra-sete-cores é nomeada, em inglês, green-headed tanager[6][3]; em castelhano, tangará-azul[7] ou, especificamente na Argentina, siete-colores.

Descrição editar

A saíra-sete-cores apresenta pouco dimorfismo sexual, apenas com sua fêmea de coloração mais clara e o macho de vivas cores em turquesa, na cabeça, lados do pescoço e nuca verde-amarelada, dorso, garganta e junção alar em negro, final de suas costas, entre suas asas, de um amarelo-alaranjado intenso, peito azul-claro, pequena área de suas asas (coberteiras primárias) em azul-violáceo-escuro, ventre verde-claro e região mais externa de suas asas em verde-claro e cinza, com parte do uropígio amarelada e retrizes verde-azuladas. Olhos escuros com uma região, ao redor, de plumagem preta. Os tarsos e pés negros. O indivíduo juvenil é esverdeado.[2][4][8]

Vocalização editar

Sua vocalização de chamada é constituída por sons como um insignificante "tzri", ou um estridente "tzié", "tcheít" ou "tzük".[2]

Nidificação e reprodução editar

Macho e fêmea são monogâmicos e cuidam dos filhotes em um ninho, construído por ambos com folhas, forrado com materiais macios e em formato de tigela, onde põem de 2 a 4 ovos pálidos, de coloração branco-rosada com manchas marrons ou cinzentas; com os imaturos atingindo a sua maturidade sexual aos 12 meses e deixando o ninho entre 14 a 18 dias após sua eclosão, podendo acompanhar os pais por vários meses, durante o primeiro ano, em seus bandos. A época de reprodução da saíra-sete-cores ocorre entre novembro e fevereiro, no Brasil, novembro e dezembro, no Paraguai, e novembro no nordeste da Argentina.[1]

Alimentação editar

Nos bosques tropicais onde habita, este pássaro se alimenta de frutos, insetos e suas larvas, frequentando pomares ou comedouros e também vistas se alimentando e forrageando em árvores e arbustos à cata de frutos de palmeira, goiaba, mamão, ameixa e caju ou em busca de frutos silvestres como os de Urtica e Hamelia, além de bagas de bromélias.[1][4]

Referências

  1. a b c d e f g h i «Saíra-sete-cores». WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2019 
  2. a b c d e SICK, Helmut (1997). Ornitologia Brasileira 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 747. 912 páginas 
  3. a b c ANDRADE, Gabriel Augusto de (1985). Nomes Populares das Aves do Brasil. Belo Horizonte: Editerra Editorial. p. 211. 258 páginas 
  4. a b c RIDGELY, Robert S.; GWYNNE, John A.; TUDOR, Guy; ARGEL, Martha (2015). Aves do Brasil. Mata Atlântica do Sudeste 1ª ed. São Paulo: Editora Horizonte. p. 350-351. 418 páginas 
  5. Bioclicks, Luba (6 de junho de 2017). «Saí-verde (Chlorophanes spiza) macho, Saíra-sete-cores (Tangara seledon) e Saíra-militar (Tangara cyanocephala) fêmea». Flickr. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2019 
  6. a b IUCN. «Green-headed Tanager Tangara seledon» (em inglês). IUCN. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2019 
  7. FRISCH, Johan Dalgas (1981). Aves Brasileiras. Volume 1. 2ª ed. São Paulo, Brasil: Dalgas - Ecoltec Ecologia Técnica e Comércio Ltda. p. 252. 354 páginas. ISBN 85-85015-02-0 
  8. Casali, Juliana (2 de maio de 2016). «Tangara seledon» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 24 de maio de 2019 

Ligações externas editar

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