Samuel Jerónimo (Nazaré, 2 de Setembro de 1979) é um compositor português. Tendo-se iniciado na música enquanto aspirante a concertista de guitarra clássica, intento que quase foi levado a bom termo quando, em 1993, começou a estudar com o professor Sérgio Barreiro, optou mais tarde pela composição. De entre as suas primeiras composições destacam-se "Neye-i" (1998), para agrupamento de cinco músicos rock; "The distant images of the abstract light" (1999), tida pela revista britânica The Wire[1] como «arrebatadora»; e "Redra" (2003), para seis pianos, duas marimbas e dois vibrafones, descrita pelo jornalista Fernando Magalhães (Público[2]) como uma «eternidade suspensa».

Samuel Jerónimo

Samuel Jerónimo, 2006
Informação geral
Nascimento 2 de setembro de 1979 (44 anos)
Origem Nazaré
País Portugal Portugal
Gênero(s) Música concreta
Música contemporânea
Música erudita
Música eletrónica
Período em atividade 1996 – actualmente
Gravadora(s) BR
Thisco
Passageiros da maré
Future Ethnic Comparative Research
Página oficial Samuel Jerónimo Índex

Tempos mais recentes têm visto a produção de Samuel Jerónimo afastar-se de composições com uma maior preponderância rítmica a favor de outras onde explora a harmonia funcional e diferentes progressões harmónicas.

Trilogia da mudança editar

Ainda que o apelo programático nunca tenha sido estranho ao compositor, sendo possível regredir até ao ano de 1996, e encontrá-lo nas suas primeiras composições, só em 2000 Samuel Jerónimo iniciou aquela que é, até ao momento, a sua grande obra conceptual, a denominada “trilogia da mudança”, que integra as seguintes três peças:

  • Redra, para seis pianos, duas marimbas e dois vibrafones: Lançada em 2004, no álbum Redra Ändra Endre De Fase, Redra abre esta trilogia apresentando o tema enquanto um processo contínuo, servindo-se ainda de outras duas peças, Ändra e Endre De Fase, também presentes nesse álbum, enquanto complementos dessa exposição - a mudança enquanto processo cíclico, em Ändra; e a mudança enquanto processo gradual, em Endre De Fase;
  • Rima, para electrónicas, voz e órgão (ou quarteto de cordas): Lançada em 2006, no álbum com o mesmo nome, Rima simboliza as perdas advenientes da mudança;
  • Rondas, para electrónicas, voz, octeto de cordas (natural e transformado por processos electrónicos) piano e flauta transformada por processos electrónicos: Lançada em 2010, no álbum com o mesmo nome, Rondas simboliza os ganhos advenientes da mudança.

Curiosidades editar

Os nomes das peças que compõem a trilogia tem como inicial a letra ‘R’, e como segunda letra uma das vogais nucleares: ‘E’, ‘I’ e ‘O’.

Discografia editar

Álbuns editar

EPs editar

Singles editar

Compilações editar

Discografia não editada editar

A carreira discográfica do compositor, ainda que curta, possui já alguns recantos mais obscuros, álbuns que nunca viram a luz do dia porque foram engavetados ou perdidos. De entre estes – Jerónimo nunca apontou um número exacto –, três afiguram-se particularmente importantes:

  • IThem: Escrito e gravado em 2004, IThem é várias vezes apontando como o elo que tornaria menos drástica a mudança entre Redra Ändra Endre De Fase e Rima. Embora a sua edição fosse anunciada para breve,[3][4] aquando da saída de Redra Ändra Endre De Fase, esta acabou por nunca se realizar devido à perda da quase totalidade da gravação. Segundo o que o autor escreveu num blogue por si mantido à altura, apenas terá sobrevivido uma das peças;
  • Ronda: A escrita de Ronda começou e terminou em 2007. Algum do material seria reaproveitado para o álbum Rondas;

Ligações externas editar

Referências

  1. The Wire, 2005
  2. Magalhães, Fernando. Público, Suplemento Y, 2004
  3. Rua de Baixo, Edição Nº11, Setembro de 2004
  4. Lopes, Mário. Tinta Fresca, Edição Nº38, Outubro de 2004