Sarhat Ibrahimovna Rashidova (russo: Сархат Ибрагимовна Рашидова, azeri: Sərhət İbrahim qızı Rəşidova) — (1875?, Zidyan, Daguestão, Rússia16 de janeiro de 2007, Dagestanskiye Ogni, Daguestão, Rússia), foi uma cidadã daguestanesa de etnia azeri que viveu toda a sua vida na República do Daguestão, no norte do Cáucaso, na Rússia, para quem alguns reclamam o fato de ter sido a pessoa mais velha do mundo à data do seu falecimento. De acordo com seu passaporte, despachado por autoridades do Daguestão, ela tinha 131 anos.

Sarhat Rashidova
Nome completo Sarhat Ibrahimovna Rashidova
Nascimento 1875
Morte 16 de janeiro de 2007 (132 anos)
Cônjuge Ibrahim Rashidov (?-1957)

Sarhat Rashidova chamou a atenção da mídia russa quando autoridades locais substituíram seu passaporte soviético, já expirado, por um russo. O ano de 1875, colocado como a data de seu nascimento, foi visto como um engano, mas uma investigação detalhada provou que a data de nascimento estava realmente correta, segundo essas autoridades.

Rashidova foi órfã desde a infância. Seu único marido por toda a vida, que se casou com ela quando já estava viúvo, morreu na década de 50. Apesar de ter vivido na Rússia, ela falava apenas seu idioma nativo, o azeri. Ela nunca engravidou, mas cuidou dos cinco filhos de seu marido. Apenas um destes, naquele momento com 86 anos, ainda estava vivo. Rashidova passou a maior parte de sua vida numa casa construída de pedras no remoto vilarejo de Zidyan, que está situado entre as montanhas do Cáucaso e o Mar Cáspio, o que lhe garante um clima saudável durante todo o ano, e em 2007 tinha uma população total de dez famílias. Ela morreu enquanto visitava sua família nos arredores da pequena cidade de Dagestanskiye Ogni.

De acordo com seus amigos e familiares, ela nunca teve doenças, não se queixava de quaisquer dores, nem tomava bebidas alcoólicas. Sua dieta incluía principalmente frango, ovos e leite. Pouco antes de morrer, seu estado de saúde era "satisfatório", segundo seu enfermeiro, embora sua visão tivesse piorado. A idosa trabalhou recentemente num kolkhoz (cooperativa agrícola) e cuidava sozinha das suas quatro vacas, além de frangos e gansos. Na semana anterior a sua morte as autoridades locais manifestaram a intenção de solicitar sua inclusão no Guinness Book, o Livro dos Recordes.

Acredita-se que a idosa tenha acompanhado ao longo da vida eventos históricos como a morte num atentado terrorista do czar Alexandre II, em 1881; a ascensão de Alexandre III e o assassinato do último imperador da dinastia Romanov, Nicolau II, em 1918. Teria sido ainda testemunha da Revolução Bolchevique, da Primeira e Segunda Guerras Mundiais - durante a qual ajudou, junto com outros daguestaneses, a cavar trincheiras antitanque para conter o avanço nazista, nos arredores de Derbent e Makhachkala - e a desintegração da União Soviética, em 1991.

Em janeiro de 2007, oficialmente e segundo registos confirmáveis, a pessoa mais velha do mundo era o porto-riquenho Emiliano Mercado del Toro, de 115 anos, e a mulher mais idosa era Julie Winnefred Bertrand, do Canadá, nascida um mês depois. Ambos faleceram dias após a morte de Rashidova.

A pessoa confirmadamente mais velha de sempre é a francesa Jeanne Calment, que viveu até aos 122 anos.

As montanhas do Cáucaso são o lar de algumas das pessoas mais velhas do planeta, devido ao seu isolamento geográfico e aos seus costumes milenares, perfeitos antídotos contra a ansiedade e o estresse, segundo alguns especialistas.[1]

Entretanto, muitas pesquisas feitas nas últimas décadas têm indicado que idades extremas na região do Cáucaso seriam falsas, e a razão de haver lá pessoas que vivessem tanto seria que as mesmas "inflam" suas idades, por conta de uma cultura que valoriza as idades extremas.[2]

Referências editar

  1. «Morre aos 131 anos mulher considerada a mais velha do mundo». g1.globo.com. 17 de janeiro de 2007 
  2. (em inglês) Sem Matusalens, Time, 12 de agosto de 1974

Fontes editar