Exu das Sete Encruzilhadas Rei da Lira,[1] conhecido também como Seu Sete da Lira é, segundo a Umbanda, uma manifestação de exu, que seria incorporado pela mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis, no início da década de 1970.[2]

A entidade obteve destaque na mídia brasileira a partir da apresentação ao vivo, pela TV Globo (no programa do Chacrinha) e pela extinta TV Tupi, (Programa de Flávio Cavalcanti) de sessões que causaram viva polémica:[2]

"Logo em seguida, no dia 29, último domingo de agosto [de 1971], aconteceu o episódio que mexeu de vez com a suscetibilidade e os brios dos partidários da censura. A disputada mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis (que dizia receber o espírito do 'Seu Sete da Lira', um exu da Umbanda) transformou os estúdios da Globo e da Tupi em verdadeiros terreiros de espirita . 'Embora as apresentações diferissem,' relatou o Estado de São Paulo (3 Set. 1971, 4), 'o espetáculo em si foi o mesmo: os umbandistas de 'Seu Sete' invadiram o palco (baianas, cantores, pessoas bem vestidas, em 'relações públicas'...) num tumulto indescritível.' A Censura qualificou a apresentação de 'Seu Sete' de 'baixo espiritismo, exploração da crendice popular e favorecimento da propaganda do charlatanismo'; a Igreja [Católica], por intermédio do secretário geral da CNBB, declarou que a 'inclinação à transcendência do povo brasileiro' estava sendo utilizada por 'indivíduos sem escrúpulos, em atividades pseudo-religiosas' (Jornal da Tarde, 3 Set. 1971; apud Mira, 1995, 36)."[2]

À época, afirmou-se que a então a primeira-dama D. Scylla Médici, esposa do presidente Emílio Garrastazu Médici, teria mergulhado em transe, enquanto assistia ao programa[2]

Como consequência, ambas as emissoras de televisão assinaram um protocolo de auto-censura à época.[2]

Cacilda de Assis mantinha um bloco carnavalesco durante a década de 1960, onde desfilava incorporada com a entidade. Entre 1973 e 1983, a zeladora de santo se retirou da vida pública, reaparecendo em 1983.[3]

Referências

  1. Gama, Janaína Frazão (2017). Sete Encruzilhadas Rei da Lira: a simbologia contida na capa de um Exu de Umbanda. Rio de Janeiro: SENAI-CETIQT. 131 páginas 
  2. a b c d e TOGNOLLI, Claudio Julio. «Domingo Ilegal: Cenas de um filme antigo.». Observatório da Imprensa. Cópia arquivada em 11 de agosto de 2013 
  3. Jornal Última Hora, segunda, 17 de janeiro de 1983. «Volta o Seu Sete da Lira» (PDF). Consultado em 3 de novembro de 2018 
  Este artigo é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o. Editor: considere marcar com um esboço mais específico.