Singleton é um padrão de projeto de software (do inglês Design Pattern). Este padrão garante a existência de apenas uma instância de uma classe, mantendo um ponto global de acesso ao seu objeto.

Diagrama UML de uma classe singleton.

Nota linguística: O termo vem do significado em inglês para um conjunto (entidade matemática) que contenha apenas um elemento.[1]

Alguns projetos necessitam que algumas classes tenham apenas uma instância. Por exemplo, em uma aplicação que precisa de uma infraestrutura de log de dados, pode-se implementar uma classe no padrão singleton. Desta forma existe apenas um objeto responsável pelo log em toda a aplicação que é acessível unicamente através da classe singleton.

Onde Usar editar

Quando você necessita de somente uma instância da classe, por exemplo, a conexão com banco de dados, vamos supor que você terá que chamar diversas vezes a conexão com o banco de dados em um código na mesma execução, se você instanciar toda vez a classe de banco, haverá grande perda de desempenho, assim usando o padrão singleton, é garantida que nesta execução será instânciada a classe somente uma vez. Lembrando que este pattern é considerado por muitos desenvolvedores um antipattern, então, cuidado onde for utilizá-lo.

Como fazer a implementação do Singleton editar

1. Deixar o construtor privado, pois assim ninguém deve conseguir instanciar a classe, apenas o próprio Singleton.

2. Criar um atributo privado e estático do mesmo tipo da classe (instance). Algumas linguagens não tipadas não irão precisar do tipo, caso do PHP, por exemplo.

3. Método getInstance() é o principal ponto da classe. Ele verifica se a variável instance já foi iniciada, caso não tenha sido, ele faz sua criação pela primeira e única vez.

4. Para fazer a conexão, devemos chamar o getInstance da seguinte forma: ClasseSingleton.getInstance().

Exemplos editar

Em Perl 5 editar

Segue um exemplo em Perl 5 de uma das formas de implementar uma classe Singleton com a orientação a objetos nativa:

package Singleton {

  our $_instance;

# construtor
  sub instance {
      my $class = shift;

# constrói $_instance caso seja undef
      $_instance = bless {}, $class unless $_instance;

      return $_instance
  }
}

Em Python 2.7 editar

Segue um exemplo em Python 2.7 de uma das formas de implementar uma classe Singleton (Utilizando o __new__):

class Singleton(object):

    _instance = None

    def __new__(cls, *args, **kwargs):
        if not cls._instance:
            cls._instance = super(Singleton, cls).__new__(
                                      cls, *args, **kwargs)
        return cls._instance

Em C++ editar

Segue um exemplo em C++ da implementação de uma classe Singleton:

 class MyClass
 {
    private:
       // atributo estático da "instância única"
       static MyClass* instance = 0;
       // construtor privado: não pode ser utilizado fora da classe
       MyClass() {}

    public:
       // função-membro que retorna sempre a mesma instância do objeto
       static MyClass& getInstance()
       {
          if (!instance) instance = new MyClass();
          return *instance;
       }
 };

Em Java editar

A partir da versão 1.5 do Java, a melhor abordagem utilizada para a definição de tipos Singleton é com a utilização de tipos Enum, tal como mencionado por Joshua Bloch em seu livro "Java Efetivo Segunda Edição Revisada". Observe um exemplo:

public class SingletonDuplaVerificacao {

	private static SingletonDuplaVerificacao instance;

	private SingletonDuplaVerificacao() {}

	public static SingletonDuplaVerificacao getInstance() {
		if(instance == null) {
			synchronized(SingletonDuplaVerificacao.class) {
				if(instance == null) {
					instance = new SingletonDuplaVerificacao();
				}
			}
		}
		return instance;
	}

}
    Como usar: 
        1: Deixar o construtor privado, assim evitando qualquer criar um NEW.
        2: Atributos privados e Estatico do mesmo tipo da classe instance
        3: Metodo getInstance();

Em um dos parágrafos do Item 3 do livro de Joshua Bloch, ele diz:

"Essa abordagem é funcionalmente equivalente à abordagem de campo público, exceto por ser mais concisa, fornecer o mecanismo de serialização facilmente e fornecer uma garantia sólida contra a instanciação múltipla, mesmo no caso de serialização sofisticada ou ataques de reflexão. Embora ela ainda tenha que ser amplamente adotada, um tipo enum com apenas um elemento é a melhor maneira de implementar um singleton."

Em C# editar

Segue um exemplo em C# da implementação de uma classe Singleton:

using System;

public class MyClass
{
   private static MyClass instance;

   private MyClass() {}

   public static MyClass Instance
   {
      get
      {
         if (instance == null)
         {
            instance = new MyClass();
         }
         return instance;
      }
   }
}

Em Delphi editar

Abaixo segue um exemplo de como implementar uma classe Singleton:

interface
type
  TSingleton= class
  private
    class var FInstance: TSingleton;
    class function GetInstance: TSingleton; static;
  public
    class property Instance : TSingleton read GetInstance;
  end;
implementation
  class function TSingleton.GetInstance: TSingleton;
  begin
    If FInstance = nil Then
      FInstance := TSingleton.Create();//objeto instanciado através do Finstance
    Result := FInstance;//retorna o objeto
  end;

Em PHP editar

Aviso importante: Singleton em PHP é considerado um anti-pattern por causa da life cycle request/response que aplicações PHP normalmente utilizam.

<?php
namespace DesignPattern\AntiPattern;

class Singleton
{
 private static $instance;

        /**
* Evita que a classe seja instanciada publicamente.
*
* @return void
* /
        private function __construct()
        {
        }

        /**
* Evita que a classe seja clonada.
*
* @return void
* /
        private function __clone()
        {
        }

        /**
* Método unserialize do tipo privado para prevenir a
* desserialização da instância dessa classe.
*
* @return void
* /
        private function __wakeup()
        {
        }

        /**
* Testa se  instância definida na propriedade,
* caso sim, a classe não será instanciada novamente.
*
* @return DesignPattern\AntiPattern\Singleton
* /
 public static function getInstance()
 {
 if (!isset(self::$instance)) {
 self::$instance = new self;
 }

 return self::$instance;
 }
}

Em Ruby editar

require 'singleton'

class Foobar
    include Singleton
end

Em VB.NET editar

 Public Class MyClass
    Private Shared _instancia As MyClass
    Private Shared objetoSincronia As New Object

    Private Sub New()
    End Sub

    Public Shared Function getInstancia() As MyClass
        If _instancia Is Nothing Then
            SyncLock objetoSincronia
                If _instancia Is Nothing Then _instancia = New MyClass
            End SyncLock
        End If
        Return _instancia
    End Function
 End Class

Em ActionScript 3 editar

package{
 public class ExemploSingleton {
 private static var instance:ExemploSingleton;

 public function ExemploSingleton(enforcer:SingletonEnforcer) : void {
 if (enforcer == null)
 throw new Error("Só pode haver uma instância de ExemploSingleton");
 }

 public static function getInstance() : ExemploSingleton {
 if (instance == null)
 instance = new ExemploSingleton( new SingletonEnforcer );
 return instance;
 }
 }
}
//Para bloquear o acesso ao constructor.
class SingletonEnforcer {

}

Em C# (utilizando Generics) editar

public sealed class GenericSingleton<T> where T : class, new()
{
    private static T _instance;

    public static T GetInstance()
    {
        lock (typeof(T))
        {
            if (_instance == null)
                _instance = new T();

            return _instance;
        }
    }
}

// Teste do padrão Singleton
public class Car { public int Color { get; set; } }
public class Person { public string Name { get; set; } }

class Program
{
    static void Main(string[] args)
    {
        Car car = GenericSingleton<Car>.GetInstance();
        car.Color = 1;
        Person per = GenericSingleton<Person>.GetInstance();
        per.Name = "John";

        Car car2 = GenericSingleton<Car>.GetInstance();
        car.Color = 2;
    }
}

Obs: Esta solução não impede a criação de múltiplas instâncias das classes Car e Person. Como a classe genérica GenericSingleton obriga que as classes passadas no parâmetro T tenham um construtor público, é possível criar instâncias em qualquer trecho de código através de construções do tipo: Car car3 = new Car();.

Em Kotlin editar

Segue um exemplo de Singleton em Kotlin.

  public object Singleton {
    public fun facaAlgumaCoisa() {
      //Aqui será feito alguma coisa legal
    }
  }

  // O singleton é usado assim:
  Singleton.facaAlgumaCoisa()

Em Typescript editar

Segue um exemplo de Singleton em Typescript.

class MyClass {
  private static instance: MyClass | undefined;

  private constructor() {}

  public static getInstance(): MyClass {
    if (!this.instance) {
      this.instance = new MyClass();
      return this.instance;
    } else {
      return this.instance;
    }
  }
}

Benefícios editar

  • Permite o controle sobre como e quando os clientes acessam a instância.
  • Várias classes singleton podem obedecer uma mesma interface, permitindo assim que um singleton em particular seja escolhido para trabalhar com uma determinada aplicação em tempo de execução.
  • Com apenas uma implementação interna do singleton pode-se fazer com que o singleton crie um número controlado de instâncias.
  • É mais flexível que métodos estáticos por permitir o polimorfismo.

Contras editar

  • Acoplamento: Usando Singleton você estará acoplando o seu código em uma implementação estática e específica. Isso faz o seu código dependente dessa classe e impede, por exemplo, criar mocks em testes unitários.
  • Escopo: Se você por alguma razão decidir que para determinado componente da aplicação você precisa de outra implementação terá que alterar manualmente todas as classes.
  • Falsa segurança: No java, por exemplo, não existe uma classe apenas por JVM. O conceito de carregamento de classes em java é feito por ClassLoader.

Referências

  1. «singleton - definition of singleton in English from the Oxford dictionary - definition 1.4». www.oxforddictionaries.com. Consultado em 24 de agosto de 2016 

Ver também editar