Smartmatic

multinacional focada na tecnologia

Smartmatic é una empresa multinacional especializada no desenho e implementação de soluções tecnológicas. Esta companhia está org organizada em três áreas de negócios: soluções eleitorais (voto eletrônico, planejamento e implementação de projetos eleitorais), gestão de identidade (registro civil, censo electoral, projetos de registro e autenticação biométrica de pessoas) e soluções para cidades inteligentes (smart cities) em sistemas inteligentes de transporte público e plataformas de segurança cidadã. É conhecida por fazer eleições com urnas eletrônicas e por sua possível relação com o regime chavista de Venezuela.[1]

Smartmatic
Privada
Slogan Technology to serve all
Fundação 11 de abril de 2000 (24 anos)
Fundador(es) Antonio Mugica (CEO), Alfredo Anzola e Roger Piñate.
Website oficial www.smartmatic.com

História editar

Em 1997, três engenheiros de origem venezuelano - Antonio Mugica, Alfredo José Anzola e Roger Piñate - iniciaram uma colaboração tecnológica enquanto trabalhavam para a Panagroup Corp. em Caracas, Venezuela. Depois dos incidentes ocorridos na Flórida,[2] durante a Eleição presidencial nos Estados Unidos em 2000, o grupo se dedicou a desenvolver um software de administrar funções eleitorais. A empresa foi fundada oficialmente em 11 de abril de 2000 em Delaware, Estados Unidos, por Alfredo José Anzola.[3] A Smartmatic estabeleceu sua sede na Flórida. Em 15 de julho de 2000, a Microsoft reconheceu a empresa pela inovação tecnológica, recebendo uma distinção reservada para a área latino-americana. O prêmio seria entregue por Jim Allchin junto com Bill Gates e Steve Ballmer. Com esse reconhecimento, a Smartmatic se tornaria um importante parceiro da Microsoft.[4]

Em 2003, a empresa finalizou o sistema de software inicial. Em 2004, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela aprovou como ganhador (em licitação disputada com outras empresas, tais como a Indra) o Consórcio SBC,[5] (composto pela empresa Bizta Software, Smartmatic y CANTV) para a automatização das Eleições regionais da Venezuela de 2004.[6] O contrato incluiu uma proposta de 128 milhões de dólares. A Smartmatic providenciou e operou as urnas eletrônicas; a Bizta organizou o envio manual de votos para os centros de software em áreas sem cobertura, a CANTV providenciou o apoio e a assistência logística. Desde então, sua solução eleitoral foi usada em 14 processos electoraies na Venezuela,[7][8] em 15 anos de serviço. Entre 2005 e 2007, a Smartmatic realizou eleições nos Estados Unidos através daquela que foi sua subsidiária, a Sequoia Voting Systems.[9] A empresa também realiza processos electorais em Curaçau desde 2007[10] e nas Filipinas desde 2008 (na Região Autônoma de Mindanau)[11][12], bem como as Eleições presidenciais das Filipinas de 2010.[13][14]

Adicionalmente, a Smartmatic ajudou a realizar eleições vinculantes na Argentina[15][16], Equador[17], Bélgica[18], Bulgária[19][20], Estônia[21][22], Itália [23], Reino Unido.[24] y Estados Unidos[24][25] [26][27][28] e a União Europeia.[29][30][31]

Controvérsias editar

A Smartmatic esteve envolvida em controvérsias em distintos eventos eletorais.

Venezuela (2004) editar

Logo após as polarizadas eleições do Referendo revogatório da Venezuela de 2004, em que seria decidido se Hugo Chávez sairia da presidência, surgiram críticas à Smartmatic. As críticas incluíam a estrutura acionária da empresa, e a Smartmatic alegou ser uma empresa de capital provado sem ações de funcionários públicos venezuelanos, nem atores políticos de nenhuma outra nação.[32][33] Ela foi, também, acusada de fraude das eleições de 2004.[34][35] Os relatórios dos observadores internacionais, incluindo o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter[36] e o seu Centro Carter[37][38] rechaçaram essa hipótese e negaram a fraude,[39][40][41][42], afirmando que o processo se realizou de maneira livre e justa. Avaliações estatísticas de 2006[43] y 2011[44] diferem e algumas pessoas questionaram o apoio do Centro Carter ao processo eleitoral no referendo;[45] o Centro Carter investigou as acusações e publicou um artigo e uma análise estatística reafirmando suas conclusões originais.[46]

Venezuela (2017) editar

Durante uma conferência de imprensa levada a cabo em Londres, Antonio Mugica, diretor da Smartmatic, provedoras das urnas eletrônicas da Venezuela, assinalou que as cifras anunciadas pelo Comitê Nacional de Eleição foram manipuladas, e que no processo eleitoral ocorrido em 30 de julho teriam participado menos votantes do que afirmavam as cifras oficiais. Destacou que a diferença seria de pelo menos um milhão de votos.[47][48][49]

Marco Ruiz, secretário geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, indicou que 20 gerentes da empresa Smartmatic saíram do país por segurança no dia 2 de agosto. A saída dos gerentes ocorreu antes de a empresa denunciar a manipulação dos dados nos comícios de 30 de julho. Segundo as palavras de Antonio Mugica, "pensamos que as autoridades não iam gostar do que tínhamos para dizer".[50]

El Salvador (março 2018) editar

Em 2018, a empresa teve que retificar os resultados preliminares expostos em El Salvador. Francisco Campos, representante regional da empresa, assegurou que a contagem de votos errada acontecera por uma falha em um script, resolvida em duas horas. Alegou-se que a falha foi humana (de quem havia escrito o script) e colocava em primeiro quem obtivera a menor quantidade de votos.[51][52]

Referências

  1. Smartmatic era próxima do chavismo e atuou no Brasil
  2. «Research In Review at Florida State University». web.archive.org. 14 de abril de 2006. Consultado em 19 de fevereiro de 2020 
  3. «Buscar com o termo "Smartmatic" na Divisão de corporações do estado de Delaware (State of Delaware, Division of Corporations).» 
  4. «Microsoft premia a Smartmatic por innovación tecnológica - Smartmatic». web.archive.org. 19 de novembro de 2020. Consultado em 5 de dezembro de 2020 
  5. El Universal.com: Elección del Consorcio SBC
  6. «Smartmatic: Una elección inteligente» (PDF) 
  7. La era del voto electrónico en Venezuela (Noticiaaldia.com Agosto, 2010
  8. «En Venezuela, el voto electrónico apuntala a la democracia participativa (Analítica, 2005)». Consultado em 12 de agosto de 2010. Cópia arquivada em 21 de abril de 2008 
  9. Smartmatic anuncia venta de su subsidiaria Sequoia Voting Systems
  10. [1]
  11. Solución electoral de Smartmatic-SAHI realiza la primera elección automatizada en la Región Autónoma para el Mindanao Musulmán de Filipinas (En tmcnet.com, agosto 2008
  12. Smartmatic automatizará por primera vez elecciones en Filipinas (El Universal, 2009)
  13. Voto electrónico: las claves de Filipinas (En votodigital, junio 2010
  14. Filipinas: Elecciones Generales 2010
  15. «Smartmatic bate récord en la velocidad del escrutinio provisorio en Argentina.» 
  16. «Aplican control biométrico» 
  17. «La tecnología de Smartmatic arroja resultados oficiales en tiempo récord en Ecuador.» 
  18. «E-voting scores another triumph in Belgium» 
  19. «Bulgaria Takes Yet Another Step towards Election Modernization» 
  20. «Smartmatic lleva el voto electrónico verificable a Bulgaria» 
  21. «En las últimas elecciones de Estonia triunfó el i-voting: casi la mitad de todos los votos fueron emitidos online» 
  22. Valery, Jesús Delgado (17 de março de 2019). «ESTONIA, EL PEQUEÑO GIGANTE DEL VOTO EN LÍNEA.». https://www.noticiaselectorales.com/ 
  23. «Referendum, Maroni: "Abbiamo sperimentato il futuro per l'Italia"» 
  24. a b «Rushmoor Borough Council Modernises Its Local Election with Smartmatic's ePen Vote Counting Technology» 
  25. «Votantes del partido Republicano elogian el voto por Internet en Utah» 
  26. Reportes de Misión de Observación del Centro Carter (Venezuela y Filipinas)
  27. Informe Misión de Observación Electoral de la OEA en Venezuela, Diciembre 2005 (PDF)
  28. Informe Misión de Observación Electoral de la OEA en Venezuela, Diciembre 2006 (PDF)
  29. Informe Misión de Observación Electoral de la UE en Venezuela, Diciembre 2005
  30. Informe Misión de Observación Electoral de la UE en Venezuela, Diciembre 2006 (PDF)
  31. UE: proceso electoral venezolano cumplió con los estándares internacionales (Unión Radio, 2006)
  32. «Cópia arquivada». Consultado em 4 de agosto de 2011. Cópia arquivada em 9 de agosto de 2011 
  33. Mugica: “Ningún gobierno o ente extranjero –incluyendo el de Venezuela- ha tenido alguna vez participación accionaria en Smartmatic”
  34. Oposición Venezolana Presenta Informe Sobre Fraude
  35. Análisis por Ricardo Hausmann y Roberto Rigobón (En Súmate, Septiembre 2004)
  36. «Observers endorse Venezuela vote results. Monitors: No evidence of fraud found». CNN. AP. 16 de agosto de 2004. Consultado em 21 de junho de 2015. Cópia arquivada em 5 de setembro de 2004 
  37. Carter Center, 17 September 2004, Report on an Analysis of the Representativeness of the Second Audit Sample, and the Correlation between Petition Signers and the Yes Vote in the 15 Aug. 2004 Presidential Recall Referendum in Venezuela. Retrieved 20 February 2010
  38. Carter Center (2005). Observing the Venezuela Presidential Recall Referendum: Comprehensive Report. Accessed 25 January 2006.
  39. Weisbrot M, Rosnick D, Tucker T (20 September 2004). Black Swans, Conspiracy Theories, and the Quixotic Search for Fraud: A Look at Hausmann and Rigobón's Analysis of Venezuela's Referendum Vote. CEPR: Center for Economic and Policy Research. Retrieved 7 July 2012.
  40. «Observer teams endorse Venezuela vote results». NBC. Associated Press. 16 de agosto de 2004. Consultado em 21 de junho de 2015. Cópia arquivada em 10 de junho de 2015 
  41. Jones, Bart: «Venezuela: Divisions harden after Chávez victory» (se endurecen las divisiones después de la victoria de Chávez), artículo en inglés en el diario National Catholic Reporter (Kansas, Estados Unidos) del 3 de septiembre de 2004.
  42. Jones, Bart (3 de setembro de 2004). «Venezuela: Divisions harden after Chávez victory». National Catholic Reporter. Consultado em 14 de março de 2009 
  43. Maria M. Febres Cordero; Bernardo Márquez (dez de 2006). «A Statistical Approach to Assess Referendum Results: the Venezuelan Recall Referendum 2004». Internet Archive (em inglês). doi:10.1111/j.1751-5823.2006.tb00301.x. Consultado em 21 de junho de 2015. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2012 
  44. «Election Forensics and the 2004 Venezuelan Presidential Recall Referendum as a Case Study» (em inglês). Project Euclid. Consultado em 21 de junho de 2015. Cópia arquivada em 28 julho de 2012 
  45. J. Michael Waller, «"What to Do about Venezuela?"» (PDF). Cópia arquivada (PDF) em 30 de junho de 2007   (75.0 KiB) Occasional Papers 6 Center for Security Policy May 2005, accessed December 19, 2008.
  46. Carter Center, 17 September 2004, Report on an Analysis of the Representativeness of the Second Audit Sample, and the Correlation between Petition Signers and the Yes Vote in the Aug. 15, 2004 Presidential Recall Referendum in Venezuela, accessed 20 February 2010
  47. Web, El Nacional (2 de agosto de 2017). «Smarmatic: No podemos garantizar resultados de la constituyente». El Nacional (em espanhol). Consultado em 2 de agosto de 2017. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2017 
  48. Smartmatic. «Declaración de Smartmatic sobre la reciente elección de la Asamblea Constituyente en Venezuela» (em espanhol). Consultado em 3 de agosto de 2017 
  49. Redação (2 de agosto de 2017). «Smartmatic, la empresa a cargo del sistema de votación en Venezuela, denuncia "manipulación" en la elección de la Asamblea Nacional Constituyente». BBC Mundo (em inglês). Consultado em 2 de agosto de 2017 
  50. WEB, EL NACIONAL (2 de agosto de 2017). «Expulsaron del país a 20 gerentes técnicos de Smartmatic». El Nacional (em espanhol). Consultado em 2 de agosto de 2017. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2017 
  51. «Smartmatic Falla en Script de Elecciones El Salvador 2018, Esta empresa no sirve» 
  52. «Como le fue a Smartmatic en otros paises con el escrutinio». El Cronista