Spadina House, também chamada de Spadina Museum, é um palacete histórico situado na Spadina Road, em Toronto, Canadá que, actualmente, alberga um museu operado pela Divisão de Cultura da Cidade de Toronto.[1] O museu preserva, em grande medida, o edifício tal como existiu e se foi desenvolvendo historicamente. A arte, decoração e arquitectura da casa reflectem os estilos contemporâneos em voga da década de 1860 à década de 1930, incluindo os estilos Vitoriano, Eduardino, Arts & crafts, Art Deco, Art Nouveau e Neo-Colonialista.[2] Os jardins da propriedade reflectem os estilos Vitoriano e Eduardino.

Fachada da Spadina House.

Nome editar

Muitos habitantes de Toronto seguem uma convenção de pronunciar Spadina Road com um longo i e Spadina House como se o i fosse um longo e; porém, não é incomum ouvir Spadina Road pronunciada, igualmente, da segunda forma. No entanto, a sul da Bloor Street, a Spadina Road torna-se Spadina Avenue, cujo nome é pronunciado sempre da primeira forma. A distinção entre as duas versões foi, em tempos, uma marca de classe económica em Toronto, com a classe alta favorecendo a pronuncia do longo e.

Localização editar

Spadina House está no extremo sul da secção norte da Spadina Road, no topo da Davenport Hill, um escarpamento que era a margemn do pré-histórico Lago Iroquois. Imediatamente a leste ficava Ardwold, o sólido palácio italianizado e a propriedade de Sir John Craig Eaton e Lady Eaton. Logo ao virar da esquina com o Austin Terrace, no lote adjacente à Spadina House, fica a Casa Loma, um imponente palácio construído, entre 1911 e 1914, pelo Major-General e financista Sir Henry Mill Pellatt.

História editar

A primeira casa construida no lugar foi erguida, em 1818, pelo Dr. William Warren Baldwin. Este deu à sua propriedade de 0,81 km² (200 acres) o nome de Spadina, termo derivado da palavra nativa espadinong, a qual pode ser traduzida como "colina" ou "elevação síbita de terra".[3][4] O próprio Baldwin desenhou a casa de dois andares emoldurada a madeira. Este edifício ardeu em 1835 e, devido aos 5 quilómetros (3 milhas) de caminho entre a propriedade e York, mudou-se para a Mackenzie House, na Front Street, tendo construído uma propriedade rural mais pequena no domínio, em 1836.

A propriedade de Spadina foi adquirida, em 1866, por James Austin, o fundador do The Dominion Bank e da Consumers Gas.[3] Nesta época, partes da propriedade tinham sido vendidas e o que Austin comprou cobria 320 000 km² (80 acres).[4] No século XIX e no início do século XX, a zona era a mais rica de Toronto, onde várias das famílias mais importantes da cidade tinham grandes propriedades. Em 1889, Austin subdividiu e vendeu a terra a oeste da Spadina Road, a qual ascendia a 160 000 km² (40 acres). Em 1892, James Austin passou a casa e 80 000 km² (20 acres) da propriedade para o seu filho, Albert William Austin. Albert Austin ampliou o edifício em várias renovações, incluindo a adição dum terceiro andar em 1912.[5] Em 1913, vendeu grande parte do domínio à Cidade de Toronto, para a construção do St. Clair Reservoir. Albert Austin faleceu em 1933.

O último membro da família a viver na Spadina House foi Anna Kathleen Thompson, uma filha de Albert Austin,a qual residiu ali entre 1942 e 1982.[6] A velha casa tinha uma insalação eléctica ultrapassada e precisava duma revisão geral, o que ficaria mais caro que reconstrui-la. Embora o edifício pudesse ser vendido a interesses privados, como o Keg Restaurant, a família decidiu, pelo contrário, doá-la à cidade juntamente com todos os seus mobiliários.[5] Em 1984, a Spadina House abriu como museu, dirigido conjuntamente pela cidade e pela Ontario Heritage Foundation ("Fundação do Património do Ontário"). O museu é especialmente conhecido pelos seus jardins. A família ainda mantém algumas ligações com a casa e certas celebrações, como casamentos, ainda são ali realizadas.

Prémios editar

  • Em 2002, a Spadina House foi galardoada com o Ontario Museum Association Award of Merit ("Prémio de Mérito da Associação do Museu do Ontário"), em conjunto com a Dawn Roach Bowen, pelo seu programa Meet Mrs. Pipkin ("Conheça a Srª Pipkin") inserido no Black History Month ("Mês da História Negra").[7] A Srª Pipkin foi lavadeira em Spadina House na década de 1860, onde chegou depois de escapar à escravatura nos Estados Unidos.
  • Em 2004, a Spadina House foi galardoada com o Peggi Armstrong Public Archaeology Award ("Prémio Público de Arqueologa Peggi Armstrong").[8]

Referências

  1. «Spadina Historic House and Gardens (Spadina Museum. Cidade de Toronto. Consultado em 13 de outubro de 2009. Arquivado do original em 14 de fevereiro de 2010 
  2. Karen Edwards (15 de Novembro de 2005). «Inaugural Artist in Residence Program exhibition at Spadina Museum». Cidade de Toronto 
  3. a b «Spadina'». Toronto Green Community & Toronto Field Naturalists 
  4. a b John H. Jameson Jr. e Sherene Baugher (18 de Abril de 2007). «Adventures in Archaeology at the Ontario Heritage Trust». Springer New York 
  5. a b «Historic Buildings of Toronto». Stillwater Productions. Consultado em 13 de outubro de 2009. Arquivado do original em 27 de novembro de 2005 
  6. «Spadina Museum: Historic House and Gardens». Toronto Life. Consultado em 13 de outubro de 2009. Arquivado do original em 3 de maio de 2009 
  7. «Culture Division receives two awards for outstanding museum programming». Cidade de Toronto 
  8. «2004 Recipient». Ontario Archaeological Society - Ottawa Chapter. 16 de Novembro de 2006 

Bibliografia editar

  • Thompson, Austin Seton. Spadina Story of Old Toronto Pagurian Press, 1975

Ligações externas editar