Kwame Ture

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Stokely Standiford Churchill Carmichael (Port of Spain, 29 de junho de 1941Conacri, 15 de novembro de 1998) foi um ativista negro do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970.[1]

Stokely Carmichael
Kwame Ture
Stokely Carmichael (1960)
Nascimento Stokely Standiford Churchill Carmichael
29 de junho de 1941
Port of Spain, Trinidad e Tobago
Morte 15 de novembro de 1998 (57 anos)
Conacri
Sepultamento Cameroun cemetery
Nacionalidade Trinidiano naturalizado estadunidense
Cidadania Trindade e Tobago, Estados Unidos, Guiné
Cônjuge Miriam Makeba
Alma mater
Ocupação Ativista dos direitos humanos
Obras destacadas Black Power: The Politics of Liberation
Causa da morte câncer de próstata

Vida editar

Stokely nasceu em Trinidad e Tobago e em 1952 sua família mudou-se para o bairro do Bronx, em Nova Iorque, onde tomou contato com a realidade da vida e dos direitos do negro na escola secundária.

Ele se tornou proeminente na vida política e social norte-americana como líder do SNCC, movimento estudantil que pregava a não-violência na luta contra o racismo e pelos direitos iguais e mais tarde como “Primeiro-Ministro Honorário” do partido político formado por negros atuantes e combativos contra a discriminação e conhecido como Panteras Negras. Inicialmente um integracionista, dedicado a lutar pela criação de um sistema de vida americano capaz de integrar brancos e negros numa mesma sociedade de cidadãos iguais perante a lei e com oportunidades iguais, na mesma linha ideológica de Martin Luther King. Depois, entretanto, passou a fazer parte de movimentos nacionalistas negros e pan-africanistas.

Em 1967 Carmichael deixou a direção do SNCC e se tornou um grande crítico da Guerra do Vietnam, num período em que fez várias viagens e palestras pelo mundo, aprimorando seus conhecimentos e visitando países insubmissos aos EUA, como a República Popular da China, Cuba, Vietnam do Norte e Guiné, na África.

Porém, em 1969, Carmichael começou a se distanciar das ideias radicais dos Panteras Negras e ele e sua mulher, a cantora sul-africana Miriam Makeba, se mudaram para a Guiné, onde se tornou assessor do Presidente Ahmed Sékou Touré.

Na década de 1970 continuou suas viagens, escrevendo e discursando em apoio a movimentos mundiais de esquerda e escreveu um livro, Stokely Speaks: Black Power Back to Pan-Africanism, onde expõe uma explícita visão socialista do mundo que o acompanharia pelo resto da vida.

Escolhendo se estabelecer definitivamente na Guiné, em 1978 Stokely trocou seu nome para Kwame Ture, em homenagem aos líderes africanos Kwame Nkrumah e Touré. Acometido de câncer na próstata, morreu naquele país, em novembro de 1998, aos 57 anos de idade.

O poder negro editar

O movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos se fragmentou em 1966,[2] quando Stokely, líder do Student Nonviolent Coordinating Committee (SNCC) — Comissão de Coordenação Estudantil Não Violenta, lançou a expressão Black Power, adotando postura mais revolucionária. O grito se espalhou pelo país e expressava a impaciência dos jovens diante dos contínuos ataques segregacionistas. O punho cerrado era o símbolo do movimento.[3]

Ver também editar

Referências

  1. História Viva — "Os 10 maiores slogans políticos do século XX: Poder negro (Black Power)"
  2. História Viva — "O sonho assassinado"
  3. Nosso Tempo. A cobertura jornalística do século. Editora Klick. "Black Power", pgs. 303 e 489. São Paulo (1955)]