Super Xuxa contra Baixo Astral

Super Xuxa Contra Baixo Astral é um filme brasileiro de 1988, do gênero fantasia, escrito e dirigido por Anna Penido e co-dirigido por David Sonneschein.

Super Xuxa Contra Baixo Astral
Super Xuxa contra Baixo Astral
 Brasil
1988 •  cor •  82 min 
Género
  • musical
  • infantil
  • aventura
  • fantasia
Direção Anna Penido
David Sonneschein
Roteiro Anna Penido
Antônio Calmon
Elenco Xuxa Meneghel
Guilherme Karan
Jonas Torres
Companhia(s) produtora(s) Xuxa Produções
Columbia-TriStar Pictures
Lançamento 30 de junho de 1988 (1988-06-30)
Idioma português

Produção editar

Produzido em 1988 pela Dreamvision, com coprodução da Diler & Associados e da Movie Rio, com produção executiva a cargo de Lael Rodrigues, o mesmo de Bete Balanço. Marcou a primeira produção da parceria entre o produtor Diler Trindade e Xuxa, que depois fizeram juntos filmes como Lua de Cristal (5 milhões de espectadores em 1990) e, mais recentemente, Xuxa Gêmeas. O filme teve distribuição nos cinemas pela Luís Severiano Ribeiro e Columbia Pictures, sendo lançado com 93 cópias no dia 30 de junho de 1988.

O filme foi dirigido por Anna Penido. David Sonneschein trabalhou como codiretor, mas foi mais tarde não faturado. Penido também escreveu o roteiro, com a ajuda do colega de TV Antonio Calmon. O filme é acusado de ter plagiado Labyrinth de Jim Henson, lançado dois anos antes. O filme foi o último trabalho creditado de Lael Rodrigues, que morreria de pancreatite aguda no ano seguinte.

Sinopse editar

Xuxa convoca as crianças para colorirem muros pichados na cidade. Enquanto isso, Baixo Astral, um ser demoníaco mal-humorado que vive nos esgotos da cidade, decide se vingar de Xuxa sequestrando seu cachorro, Xuxo. Ela então sai em busca de Xuxo, indo parar em uma dimensão paralela conhecida como Alto Astral.

Outros personagens do filme são: Rafa, um garoto que também é sequestrado por Baixo Astral, que planeja torná-lo seu capanga; Titica e Morcegão, os capangas de Baixo Astral, que têm ciúmes da atenção que Rafa recebe de seu "patrão"; Xixa, uma lagarta cigana e preguiçosa que ajuda Xuxa em sua viagem (e, eventualmente, sofre uma metamorfose e se transforma em borboleta); e a Vovó Cascadura, uma cágada especialista em literatura.[1]

Recepção editar

Comercial editar

O filme abriu durante as férias de inverno em 1988 e recebeu grande resposta do público. Para sua estréia, teve um dos maiores circuitos formados no Brasil: cerca de 90 cinemas em todo país.[2] Na primeira semana de exibição (30 de junho a 6 de julho), segundo a Dreamvision, o filme rendeu Cz$106.040 milhões, com um público pagante de 482 mil pessoas.[3] Foi o terceiro filme mais visto em 1988. O filme foi orçado em US$1 milhão.

Critica editar

A resposta crítica foi mista: alguns elogiaram sua criatividade, alguns disseram que abusaram do merchandising e tiveram uma fração fraca. A Folha de S.Paulo disse que "[a] história é fantasiosa e maniqueísta."[4] Três anos após seu lançamento nos cinemas, o filme foi incluído no guia Vídeo Infantil da coleção Guias Práticos Nova Cultural e a crítica deu-lhe uma estrela, o que em sua cotação significava 'fraco', e entre outras coisas a resenha disse: "Recheada de efeitos especiais, esta aventura inspirada em A História Sem Fim fez sucesso graças à presença de Xuxa, que fascina as crianças."[5]

Muitos anos após seu lançamento, para o site britânico The Spinning Image, que publica resenhas de filmes obscuros e cult, Andrew Pragasam escreveu: "embora simplista (trata-se de um filme para crianças, afinal), a mensagem central de que apenas a educação pode permitir que os jovens derrotem a opressão e alcancem a verdadeira liberdade é tão potente quanto entusiasmante. Se a mensagem é entregue na forma de uma música pop interpretada por uma sexy e rodopiante supermodelo, é simplesmente um bônus".[6]

Lançamento internacional editar

O filme foi lançado na Argentina como Super Xuxa Vs. Bajo Astral. Nos EUA cópias não autorizadas foram apresentadas em festivais de filmes obscuros com o título de Super Xuxa Vs. Satan (Super Xuxa Versus Satanás).

Curiosidades editar

De acordo com o historiador gaúcho Bruno de Oliveira da Silva, que publicou o estudo intitulado "O Brasil em 'Baixo Astral': o Cenário Nacional da Década de 1980 Retratado por 'Super Xuxa'" na Revista Temática, integrada ao Núcleo de Arte, Mídia e Informação Digital – NAMID, do Curso de Comunicação em Mídias Digitais (DEMID/CCHLA) da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, o filme foi orçado em 1,5 milhão de dólares. Segundo o cálculo de inflação do dólar em janeiro de 2020, esse montante totalizava um orçamento de 14 milhões e 742 mil reais, tornando-o a produção cinematográfica brasileira mais cara da década de 1980[7].

O estudo enfatiza ainda, que “as reflexões permitidas pelo longa-metragem permanecem atuais após 3 décadas, como é o caso da caça ilegal de Botos-cor-de-rosa, que após anos de intensa exploração, tem sido fundamental para incluí-los na lista vermelha de espécies em risco de extinção “The IUCN Red List of Threatened Species” da International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2018). Assim como os dados sobre a desinformação no Brasil, que apesar de ter diminuído o número total de pessoas que não sabem ler e escrever, conta atualmente com 38 milhões de analfabetos funcionais (INAF, 2018)”[7].

Elenco editar

Dubladores dos bonecos editar

Crianças no clipe Arco-Íris editar

Trilha sonora editar

Referências

  1. «SUPER XUXA CONTRA O BAIXO ASTRAL». Cinemateca Brasileira. Consultado em 15 de janeiro de 2018 
  2. «Xuxa Ataca O Baixo Astral». Folha de S.Paulo. 30 de junho de 1988 
  3. «Xuxa e Trapalhões levam 2,8 milhões aos cinemas». Folha de S.Paulo. 13 de julho de 1988 
  4. «"Adeus Meninos e "O Siciliano" entram em cartaz». Folha de S.Paulo. 27 de junho de 1988 
  5. Ciocheti, Ermetes (Ed) (1991). Vídeo Infantil Guias Práticos Nova Cultural. São Paulo: Nova Cultural. 107 páginas 
  6. Super Xuxa vs. the Down Mood
  7. a b SILVA, Bruno de Oliveira da. «O Brasil em "Baixo Astral": o Cenário Nacional da Década de 1980 Retratado por "Super Xuxa"». Revista Temática. pp. 139–155 

Ligações externas editar