Suzanne Valadon

pintora francesa

Marie-Clémentine Valade, mais conhecida como Suzanne Valadon (Bessines-sur-Gartempe, 23 de setembro de 1865Paris, 7 de abril de 1938) foi uma pintora francesa pós-impressionista e personalidade marcante na cena artística parisiense no período que precede o cubismo. Foi garçonete dos cafés de Montmartre e acrobata, abandonando o circo para tornar-se modelo de Renoir, Puvis de Chavannes e Toulouse-Lautrec.[1] Iniciou-se, sob proteção de Edgar Degas, na pintura, no pastel e no desenho, tornando-se, pouco tempo depois, a primeira mulher admitida na Société Nationale des Beaux-Arts.[2]

Suzanne Valadon
Suzanne Valadon
Nascimento 23 de setembro de 1865
Bessines-sur-Gartempe
Morte 7 de abril de 1938 (72 anos)
16.º arrondissement de Paris
Sepultamento Cemitério Saint-Ouen
Cidadania França
Cônjuge André Utter
Filho(a)(s) Maurice Utrillo
Ocupação pintora, modelo, modelo, desenhista, gravurista, artista
Obras destacadas Casting the Net, The Blue Room
Movimento estético Pós-impressionismo, simbolismo
Assinatura

Obras editar

 Ver artigo principal: Lista de pinturas de Suzanne Valadon

Suas primeiras obras datam de 1892 e 1893, destacando-se entre elas o retrato de Erik Satie, então seu amante. Sua produção será marcada inicialmente pela estética dos pintores de Pont-Aven, como Gauguin e Paul Sérusier, particularmente acentuada após a separação do marido, Paul Moussis, ocorrida em 1909. Passa então a dedicar-se exclusivamente à pintura, fortemente influenciada por Degas, Van Gogh e Matisse. Foi mãe do pintor Maurice Utrillo, conhecido tanto pelo estilo poético de suas narrativas dos subúrbios de Montmartre quanto por sua conturbada biografia, desde cedo marcada pelo alcoolismo.[3]

Legado feminista editar

Como uma das artistas francesas mais bem documentadas do início do século XX, a obra de Valadon tem sido de grande interesse para historiadoras da arte feministas,[4] especialmente devido ao seu foco na forma feminina. Seu trabalho era franco e ocasionalmente estranho, muitas vezes caracterizado por linhas fortes, e sua resistência às convenções acadêmicas e de vanguarda para representar o nu feminino estimularam o interesse em seu trabalho: Tem-se argumentado que muitas de suas imagens de mulheres sinalizam uma forma de resistência a algumas das representações dominantes da sexualidade feminina na arte ocidental do início do século XX. Muitos de seus nus pintados a partir da década de 1910 são fortemente proporcionados e, às vezes, colocados de maneira desajeitada. Eles estão conspicuamente em desacordo com o tipo esbelto e 'feminino' que pode ser encontrado nas imagens de populares e[5] em seu autorretrato de 1931, quando ela tinha 66 anos, se destaca como um dos primeiros exemplos de uma pintora registrando seu próprio declínio físico.[6]

Sua primeira exposição institucional nos Estados Unidos será realizada na Barnes Foundation na Filadélfia em setembro de 2021. Ela agora é conhecida por ter sido uma importante artista moderna que, como muitas outras mulheres talentosas, tem sido pouco reconhecida.[7]

Galeria editar

Arte de Valadon editar

Retratos de Valadon editar

Ver também editar

Referências

  1. Marques, 1998, pp. 176.
  2. «Suzanne Valadon». MSN Encarta. Consultado em 7 de janeiro de 2009 
  3. Bardi, 1978, pp. 104.
  4. Emily (11 September 2013). "Inspired by Art Herstory: Suzanne Valadon's "The Blue Room" (1923)". The Closet Feminist.
  5. Gaze, Delia (1997). Dictionary of Women Artists, Volume 2 (Artists, J-Z). Chicago: Fitzroy Dearborn Publishers. OCLC 873790995
  6. Bonazzoli, Francesca, and Michele Robecchi (2020), Portraits Unmasked: The Story Behind the Painting. London, Prestel, pp. 84-87. ISBN 978-3-79-138620-1
  7. CNN, Jacqui Palumbo. «This rebellious female painter of bold nude portraits has been overlooked for a century». CNN (em inglês). Consultado em 21 de setembro de 2021 

Bibliografia editar

  • BARDI, Pietro Maria (1978). Museu de Arte de São Paulo. Série Enciclopédia dos Museus. XI 2ª ed. São Paulo: Cia. Melhoramentos. 104 páginas 
  • MARQUES, Luiz (1998). Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Arte Francesa e Escola de Paris. II. São Paulo: Prêmio. 176 páginas