Taturana

género de insetos

Taturana (do tupi antigo tataûrana, "que se parece com fogo escuro", pela aglutinação de tatá, "fogo", una, "escuro" e rana, "semelhante"),[1] também conhecida como tromba de elefante, marandová , maranduvá, embira, ambira, lagarta-de-fogo, bicho-cachorrinho, bicho-que-queima, bicho-cabeludo, mandruvá ou mondrová é o estágio larval (lagarta) de alguns insetos da ordem Lepidoptera.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTaturana
Lonomia obliqua
Lonomia obliqua
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera

Propriedades urticantes editar

Estas taturanas possuem pilosidades com propriedades urticantes e, por vezes, são potencialmente perigosas. Algumas espécies são letais, como a Lonomia obliqua, e são por esse motivo denominadas "taturanas assassinas", pois podem provocar hemorragia, insuficiência renal e até levar à morte. Nativas das matas da Região Sul do Brasil, ocorreram mais de mil casos de acidentes com lagartas do gênero Lonomia, alguns destes resultando em morte. O primeiro acidente envolvendo o animal foi registrado em 1989. Desde então, registrou-se cerca de 300 casos de mortes ou acidentes somente na cidade gaúcha de Passo Fundo.[2]

Fases de vida editar

Depois da metamorfose para mariposa, acasalam durante dez horas. A fêmea morre em oito dias, e o macho, em seis. Na fase adulta, não se alimentam mais.[2]

Proliferação atual editar

Pesquisas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) indicam que a proliferação atual destas deve-se ao fato de vários de seus predadores naturais terem desaparecido com a devastação do ambiente natural. Desta forma, as taturanas, que, antes, alimentavam-se das folhas da aroeira e do cedro, passaram a alimentar-se das folhas de árvores dos pomares, diminuindo, assim, a sua distância em relação ao habitat humano.

Espécies do gênero Lonomia editar

Predadores naturais editar

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo descobriu que o principal predador da Lonomia obliqua é uma mosca da família Tachinidae, que deposita cinco ou seis ovos na taturana. Ao nascerem, as larvas parasitoides alimentam-se de seu corpo.

Uma vespa da família Ichneumonidae faz o mesmo, embora deposite apenas um ovo.

O vírus loobMNPV é nocivo apenas para a Lonomia obliqua, que fica com movimentos lentos e aparência amarelada.

Um verme da família Mermitidae também foi identificado como predador, além de um percevejo da família Pentatomidae que consegue sugar os fluidos da lagarta.

Formigas de jardim comeram o miolo de um casulo que estava escondido sob folhas cortadas em um canteiro. Isso mostra que a fase de casulo não protege a taturana das formigas.

Não foi identificado nenhuma ave ou mamífero que agisse como inimigo natural, o que justificaria a existência dos pelos venenosos.

Antídoto editar

O único remédio eficaz para acidentes com Lonomia é o soro antilonômico, feito a partir das cerdas de taturana no Instituto Butantan.

Referências

  1. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 467.
  2. a b Furtado, T. "Não de Toque!", em Super.Abril.com

Ligações externas editar

Bibliografia editar

  • Identificação dos inimigos naturais de Lonomia obliqua Walker, 1855 (Lpidoptera Saturniidae) e possíveis fatores determinantes do aumento da sua população, de Roberto Henrique Pinto Moraes, apresentada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da USP de Piracicaba, em julho de 2002.