Tempestade tropical Beryl (2006)

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Tempestade tropical Beryl
imagem ilustrativa de artigo Tempestade tropical Beryl (2006)
A tempestade tropical Beryl perto de seu pico de intensidade
História meteorológica
Formação 18 de Julho de 2006
Dissipação 21 de Julho de 2006
Tempestade tropical
1-minuto sustentado (SSHWS)
Ventos mais fortes 95 km/h (60 mph)
Pressão mais baixa 1000 hPa (mbar); 29.53 inHg
Efeitos gerais
Fatalidades nenhuma
Danos mínimos
Áreas afetadas Estados Unidos (Long Island, Massachusetts) e Canadá (Províncias do Atlântico)
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Parte da Temporada de furacões no Atlântico de 2006

A tempestade tropical Beryl foi o terceiro ciclone tropical da temporada de furacões no Atlântico de 2006. Beryl formou-se de uma perturbação tropical em 18 de Julho de 2006 e seguiu para o norte, fortalecendo-se e alcançando o pico de intensidade com ventos constantes de 95 km/h sob condições favoráveis. Depois, Beryl começou a seguir para nordeste e ao mesmo tempo o sistema começou a se enfraquecer sobre águas frias. Em 21 de Julho, a tempestade atingiu a ilha de Nantucket e logo depois se tornou um ciclone extratropical. Os remanescentes extratropicais continuaram a seguir para nordeste e atingiu a Nova Escócia, Canadá. Em 22 de Julho, o sistema fundiu-se com uma frente fria em aproximação.

Beryl produziu ondas fortes ao longo da Costa Nordeste dos Estados Unidos. Em Massachusetts, seu impacto foi limitado devido a pouca chuva e algumas rajadas de vento forte, mas não foram registrados danos. Depois, Beryl produziu chuvas moderadas sobre o Canadá Atlântico, resultando em interrupções do fornecimento de eletricidade localizadas embora tenha provocado poucos danos. Nenhuma morte foi registrada.

História meteorológica editar

 
Mapa demarcando o percurso e intensidade da tempestade, de acordo com a escala de furacões de Saffir-Simpson
Chave mapa
     Depressão tropical (≤62 km/h, ≤38 mph)
     Tempestade tropical (63–118 km/h, 39–73 mph)
     Categoria 1 (119–153 km/h, 74–95 mph)
     Categoria 2 (154–177 km/h, 96–110 mph)
     Categoria 3 (178–208 km/h, 111–129 mph)
     Categoria 4 (209–251 km/h, 130–156 mph)
     Categoria 5 (≥252 km/h, ≥157 mph)
     Desconhecido
Tipo tempestade
  Ciclone extratropical, baixa remanescente, distúrbio tropical, ou depressão monsonal

Uma frente fria deixou a Costa Leste dos Estados Unidos em 16 de Julho e estacionou próximo à costa da Carolina do Norte. A frente começou a se degenerar gradualmente para um cavado de baixa pressão[1] e desenvolveu-se em duas perturbações; uma localizada a 490 km a sul-sudeste de Cape Cod e a outra estava localizada a 320 km/h ao sul de Cape Hatteras, Carolina do Norte.[2] A primeira área de baixa pressão se organizou rapidamente, tornando se uma tempestade tropical sem nome[3] e a outra continuou grande embora pouco definida.[4] Entretanto, em 18 de Julho, o sistema ficou mais bem organizado com a formação de bandas destacadas e a área então se tornou a depressão tropical Dois enquanto estava localizado a 355 ao sul-sudeste de Cabo Hatteras.[5]

 
A tempestade tropical Beryl a leste da Carolina do Norte.

A depressão moveu-se lentamente para norte-nordeste através de uma brecha numa alta subtropical,[5] e assim que as bandas de tempestade ficaram mais proeminentes, o sistema tornou-se a tempestade tropical Beryl. Durante boa parte de sua existência, a tempestade seguiu num ambiente com pouco ventos de cisalhamento e um fluxo externo bem estabelecidos em altas altitudes.[1] Pouco depois do sistema ter se tornado uma tempestade tropical, a circulação ciclônica de baixos níveis de Beryl ficou exposta com poucas áreas de convecção profunda.[6] Outras áreas de convecção formaram-se na manhã seguinte.[7] Os fluxos externos continuaram a se intensificar e com a temperatura da superfície do mar morna, Beryl se intensificou gradualmente e atingiu o pico de intensidade com ventos constantes de 95 km/h na manhã de 20 de Julho enquanto estava localizado a cerca de 190 km de Nags Head, Carolina do Norte.[1]

Beryl manteve o pico de intensidade por aproximadamente 18 horas assim que se movia paralelamente à costa dos estados do Mid-Atlantic e de Nova Jérsei.[1] Neste período, uma estrutura parecida com um olho formou-se no centro da circulação ciclônica.[8] No final de 20 de Julho, a tempestade começou a se enfraquecer lentamente depois de passar sobre águas frias. Correntes de ar em frente de um cavado de médios níveis em aproximação causaram a aceleração do movimento de Beryl para nordeste e no começo da madrugada de 21 de Julho, o centro da tempestade cruzou a ilha de Nantucket.[1] As áreas de convecção diminuíram assim que a tempestade movia-se sobre águas cada vez mais frias[9] e pouco depois do meio-dia UTC de 21 de Julho, Beryl tornou-se um ciclone extratropical a uma curta distância a leste de Cape Cod.[1] Horas depois, os remanescentes extratropicais de Beryl atingiram o sudoeste de Nova Escócia, Canadá, e no dia seguinte, os remanescentes fundiram-se com uma frente fria em aproximação sobre a Terra Nova.[1]

Preparativos editar

Meteorologistas previram inicialmente que Beryl iria atingir as Carolinas; assim, um alerta de tempestade tropical foi emitido para a costa da Carolina do Norte, entre Cape Lookout até o farol de Currituck Beach. Quando o caminho para nordeste de Beryl ficou mais aparente, um alerta de tempestade tropical foi emitido 33 horas antes da suposta chegada da tempestade, para a costa entre Woods Hole até Plymouth, Massachusetts, incluindo Cape Cod, Nantucket e Martha's Vineyard. Cerca de 22 horas antes da suposta chegada da tempestade o alerta foi substituído por um aviso de tempestade tropical e um novo alerta de tempestade tropical foi emitido para a costa entre Woods Hole, Massachusetts até New Haven, Connecticut. Também foi emitido um alerta de tempestade tropical para a costa de Long Island entre Fire Island e Port Jefferson.[1] Como preparativo para a tempestade, a Agência de Gerenciamento de Emergência de Massachusetts foi ativado como um teste de funcionamento para a temporada de furacões. Filiais locais da Cruz Vermelha foram abertos,[10] sendo que duas equipes de voluntários foram postos em estado de alerta para socorrer.[11] Sobre o sudeste de Massachusetts, os departamentos de polícia manteve funcionários extras em preparação para qualquer problema em potencial causado pela tempestade. Muitos pescadores são saíram ao mar enquanto muitos comerciantes fecharam as portas para prevenir danos da tempestade.[10]

Vários dias antes da passagem de Beryl nas Províncias do Atlântico, o Centro Canadense de Furacões emitiu aviso de ventania para as águas costeiras de Nova Escócia e Terra Nova.[8] Como prevenção a chuvas fortes, a agência também emitiu avisos de chuvas fortes para o oeste de Nova Escócia, incluindo Halifax.[9]

Impactos editar

 
Ondas fortes em Nova Jérsei causadas por Beryl.

A tempestade produziu ondas fortes ao longo da Costa Leste dos Estados Unidos, com ondas chegando a 5,97 m em mar aberto.[12] As ondas ao longo da costa sul da ilha de Nantucket chegaram a 3 metros em altura assim que a tempestade se aproximava da ilha;[13] 4 pessoas tiveram que ser resgatadas por guarda-vidas devido às correntes marítimas.[10] Ondas fortes também ocorreram ao longo da costa sul de Massachusetts e de Rhode Island.[14] Beryl também produziu uma maré de tempestade de 27 cm em Nantucket.[1] Beryl causou chuvas moderadas próximos à costa,[15] embora a precipitação máxima nos Estados Unidos chegasse a apenas 24,6 mm em Nantucket.[16] As chuvas ao longo do sudeste de Massachusetts chegou a 8 mm em Chatham.[1] Os únicos danos registrados foram alguns postes telefônicos caídos e alguns galhos quebrados de algumas árvores.[12] Em geral, os impactos foram pequenos; não houve interrupções no fornecimento de energia elétrica.[13] Também não houve mortos, feridos[1] ou emergências marítimas em associação com a tempestade.[15]

Os remanescentes extratropicais de Beryl causaram chuvas moderadas ao longo do Canadá Atlântico, oficialmente atingindo 71 mm em Scotts Bay, Nova Escócia.[17] Não oficialmente, a chuva chegou a 88 mm; em algumas localidades a precipitação acumulada chegava a 25 mm por hora.[18] Além do mais, uma estação meteorológica em Fredericton, Nova Brunswick registrou 45 mm de chuva em apenas duas horas.[19] As chuvas causaram algumas enchentes, sendo que algumas inundações atingiram certas ruas. Ventos moderados foram registrados ao longo de seu caminho, alcançando 96 km/h no sul de Nova Escócia. Os ventos causaram a queda de algumas árvores e causaram algumas interrupções no fornecimento de eletricidade. Em geral, os danos foram mínimos.[18]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e f g h i j k Richard Pasch (2006). «Tropical Storm Beryl Tropical Cyclone Report» (PDF). National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2007 
  2. MAINELLI/BEVEN (2006). «July 16, 2006 Tropical Weather Outlook (2)». National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2006 [ligação inativa]
  3. Eric Blake and John Beven (2006). «Unnamed Tropical Storm Tropical Cyclone Report» (PDF). National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2007 
  4. Pasch. «July 17, 2006 Tropical Weather Outlook». National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2006 [ligação inativa]
  5. a b Stewart (2006). «Tropical Depression Two Discussion One». National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2006 [ligação inativa]
  6. Avila (2006). «Tropical Storm Beryl Discussion Three». National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2006 [ligação inativa]
  7. Pasch (2006). «Tropical Storm Beryl Discussion Four». National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2006 [ligação inativa]
  8. a b Bowyer (2006). «Tropical Storm Beryl Information Statement on July 20, 2006». Canadian Hurricane Centre (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 11 de junho de 2011 
  9. a b Fogarty and LaFortune (2006). «Tropical Storm Beryl Information Statement on July 21, 2006». Canadian Hurricane Centre (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 11 de junho de 2011 
  10. a b c Carolyn Johnson and Yuxing Zheng (2006). «Tropical Storm Beryl sweeps into region». Boston Globe (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2007 
  11. Paul Shipman (2006). «Tropical Storm Beryl Threatens New England with Wind, Rain» (PDF). Charter Oak Chapter of the American Red Cross (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 5 de fevereiro de 2007 
  12. a b Boston Globe (2006). «Tropical Storm Beryl Pays Nantucket a Visit» (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2007 
  13. a b NASA/GOES Project Office (2006). «Beryl's Effect on Nantucket Island, Mass» (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2007 
  14. Taunton, Massachusetts National Weather Service (2006). «Tropical Storm Beryl Local Statement». NOAA (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 3 de setembro de 2006 
  15. a b Associated Press (2006). «Tropical Storm Beryl skirts Massachusetts» (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2007 
  16. David Roth (2007). «Tropical Cyclone Point Maxima». Hydrometeorological Prediction Center (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 6 de outubro de 2006 
  17. Canadian Press (2006). «Post-tropical storm Beryl leaves Atlantic Canada after dumping pouring rain» (em inglês). Consultado em 24 de maio de 2007 
  18. a b Canadian Hurricane Centre (2007). «2006 Atlantic Hurricane Season Review» (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 26 de julho de 2007 
  19. LaFortune and Bowyer (2006). «Tropical Storm Beryl Intermediate Information Bulletin on July 21». Canadian Hurricane Centre (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 11 de junho de 2011 

Ligações externas editar

 
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