Tempestade tropical Julio (2008)

 Nota: Se procura outros ciclones tropicais chamados "Julio", veja Furacão Julio.

Tempestade tropical Julio
Tempestade tropical (SSHWS/NWS)
imagem ilustrativa de artigo Tempestade tropical Julio (2008)
A tempestade tropical Julio em 24 de agosto pouco antes de atingir a península da Baixa Califórnia
Formação 23 de agosto de 2008
Dissipação 26 de agosto de 2008

Ventos mais fortes sustentado 1 min.: 85 km/h (50 mph)
Pressão mais baixa 998 mbar (hPa); 29.47 inHg

Fatalidades 2 diretas
Danos Mínimos
Áreas afectadas México (região noroeste) e Estados Unidos (Arizona)
Parte da Temporada de furacões no Pacífico de 2008

A tempestade tropical Julio foi uma tempestade tropical que atingiu o extremo sul da península da Baixa Califórnia em agosto de 2008. Sendo o décimo sistema tropical dotado de nome da temporada de furacões no Pacífico de 2008, Julio formou-se a partir de uma onda tropical em 23 de agosto ao largo da costa do México. O sistema seguiu paralelamente a costa mexicana enquanto seguia para norte-noroeste, atingindo o pico de intensidade com ventos máximos sustentados de 85 km/h antes de seguir sobre terra e se enfraquecer. Em 26 de agosto, Julio dissipou-se sobre o golfo da Califórnia. O sistema foi o terceiro ciclone tropical a fazer landfall na temporada de 2008, após a tempestade tropical Alma ter atingido a costa da Nicarágua no final de maio, e da depressão tropical Cinco-E, que atingiu a costa sudoeste mexicana em julho. A tempestade trouxe fortes chuvas para o estado mexicano de Baja California Sur, causando duas fatalidades e deixando várias comunidades isoladas. A umidade remanescente de Julio alcançou o estado americano do Arizona, produzindo tempestades pela região, que danificaram dez pequenos aviões na pequena cidade de Chandler.

História meteorológica editar

 
O caminho de Julio

Em 20 de agosto, uma onda tropical começou a ser monitorado a cerca de 1.300 km da costa do México.[1] No dia seguinte, a onda desenvolveu uma grande área de baixa pressão, que estava acompanhado por várias áreas de convecção. Inicialmente, as condições meteorológicas estavam desfavoráveis para o seu desenvolvimento, principalmente devido ao forte cisalhamento do vento de altos níveis.[2] O sistema ficou mais bem organizado em 22 de agosto, enquanto seguia para noroeste, paralelamente à costa do México;[3] embora sua estrutura deteriorasse mais tarde naquele dia.[4] Em 23 de agosto, uma forte área de convecção se formou e persistiu próximo ao centro ciclônico do sistema, apesar do cisalhamento do vento. Com a formação de bandas curvadas de tempestade, que ficaram gradativamente mais definidas, o Centro Nacional de Furacões (NHC) classificou o sistema para a depressão tropical Onze-E. Naquele momento, o centro da depressão se localizava a cerca de 555 k ao sul-sudeste do extremo sul da península da Baixa Califórnia.[5]

 
A tempestade tropical Julio sobre a península da Baixa Califórnia em 25 de agosto

A depressão tropical seguiu inicialmente para noroeste através da periferia sudoeste de uma área de alta pressão que estava sobre o México.[5] As áreas de convecção continuaram a se formar a oeste do centro ciclônico de baixos níveis[6] e, mais tarde em 23 de agosto, os dados meteorológicos de um navio confirmaram que a depressão tinha se fortalecido para a tempestade tropical Julio.[7] Inicialmente, o forte cisalhamento do vento deixou o centro ciclônico de baixos níveis parcialmente exposto, embora as condições meteorológicas de altos níveis ficaram gradativamente mais favoráveis para a intensificação do sistema.[8] Em 24 de agosto, Julio atingiu seu pico de intensidade, com ventos máximos sustentados de até 85 km/h assim que novas áreas de convecção continuaram a se formar perto do centro ciclônico do sistema.[9] Devido às próprias áreas de convecção, ficou difícil de se estabelecer a exata localização do centro ciclônico.[10] Mesmo assim, o centro de Julio atingiu a costa sudoeste da península da Baixa Califórnia durante as últimas horas (UTC) de 24 de agosto.[11]

Julio começou a se enfraquecer rapidamente sobre terra, embora mantivesse inicialmente grandes e fortes áreas de convecção próximas ao seu centro.[12] Porém, durante as primeiras horas da madrugada de 26 de agosto, o cisalhamento do vento voltou a aumentar, e separou o centro ciclônico de altos níveis do centro ciclônico de baixos níveis; o centro ciclônico de altos níveis continuou a seguir velozmente para nordeste sobre o noroeste do México. No entanto, o centro ciclônico de baixos níveis permaneceu praticamente estacionário sobre o golfo da Califórnia e perdeu todas as suas áreas de convecção associadas.[13] Mais tarde naquele dia, o NHC emitiu seu aviso final sobre Julio, pois o sistema não foi capaz de gerar novas áreas de convecção para continuar a ser classificado como um ciclone tropical.[14]

Preparativos e impactos editar

A tempestade trouxe fortes chuvas para o estado mexicano de Baja California Sur, causando duas fatalidades e deixando várias comunidades isoladas. A umidade remanescente de Julio alcançou o estado americano do Arizona, produzindo tempestades pela região, que danificaram dez pequenos aviões na pequena cidade de Chandler.

Ver também editar

 
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Referências

  1. Jessica Schauer Clark (20 de agosto de 2008). «Tropical Weather Discussion». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 [ligação inativa]
  2. Eric Blake (21 de agosto de 2008). «Tropical Weather Outlook». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 [ligação inativa]
  3. Eric Blake (22 de agosto de 2008). «Tropical Weather Outlook». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 [ligação inativa]
  4. Roberts/Knabb (22 de agosto de 2008). «Tropical Weather Outlook». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 [ligação inativa]
  5. a b Eric Blake (23 de agosto de 2008). «Tropical Depression Eleven-E Discussion One». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  6. Blake/Avila (23 de agosto de 2008). «Tropical Depression Eleven-E Discussion Two». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  7. Blake/Avila (23 de agosto de 2008). «Tropical Storm Julio Update». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 23 de agosto de 2008 
  8. Jack Beven (24 de agosto de 2008). «Tropical Storm Julio Discussion Four». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  9. Brown/Pasch (24 de agosto de 2008). «Tropical Storm Julio Discussion Five». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  10. Brown/Franklin (24 de agosto de 2008). «Tropical Storm Julio Discussion Six». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  11. James Franklin (25 de agosto de 2008). «Tropical Storm Julio Discussion Seven». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  12. Jack Beven (25 de agosto de 2008). «Tropical Storm Julio Discussion Eight». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  13. Stewart/Rhome (26 de agosto de 2008). «Tropical Depression Julio Discussion Eleven». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008 
  14. Richard Pasch (26 de agosto de 2008). «Tropical Depression Julio Discussion Thirteen». Centro Nacional de Furacões (em inglês). Consultado em 26 de agosto de 2008