Teodoro I Paleólogo

 Nota: Para outros significados, veja Teodoro Paleólogo.

Teodoro I Paleólogo (em grego: Θεόδωρος Α΄ Παλαιολόγος; romaniz.:Theodōros I Palaiologos) (c. 13551407) foi déspota do Despotado da Moreia de 1382 até à sua morte em 24 de junho de 1407. Era o filho sobrevivente mais novo do imperador bizantino João V Paleólogo e da sua esposa Helena Cantacuzena. O seu avô materno era o imperador João VI Cantacuzeno. Os seus irmãos mais velhos eram os imperadores Andrónico IV Paleólogo e Manuel II Paleólogo.

História editar

Em 1376 Teodoro I, já designado déspota, foi encarregado de governar Tessalónica pelo seu pai João V, mas antes que aquele pudesse entrar na cidade foi detido e lançado na Prisão de Anemas juntamente com o seu pai e o seu irmão Manuel II pelo seu irmão mais velho Andrónico IV. O cativeiro durou todo o tempo da usurpação por Andrónico IV, de 1376 a 1379. Pouco depois da restauração de João V, Manuel foi nomeado governador de Tessalónica e a Teodoro coube o governo do Despotado da Moreia.

A Moreia encontrava-se nas mãos de Manuel Cantacuzeno, um filho mais novo de João VI, mesmo depois da abdicação deste em 1354. Manuel faleceu em 1380 e sucedeu-lhe o seu irmão mais velho, o antigo co-imperador Mateus Cantacuzeno, que veio ou a morrer ou a abandonar as rédeas do poder em 1383. Foi nesta altura que Teodoro foi nomeado governador da Moreia (em 1382), mas a Mateus sucedeu (se bem que brevemente) o seu filho Demétrio I Cantacuzeno. Teodoro I Paleólogo chegou à Moreia em 1383 e tomou conta do governo da província com êxito.

O jovem déspota cedo iniciou guerras com o intuito de expandir as fronteiras da sua província. As campanhas militares que liderou foram, provavelmente, os maiores êxitos militares dos Bizantinos desde a anexação de grandes extensões na Tessália e no Epiro pelo seu avô paterno, Andrónico III Paleólogo, no início do século XIV. De forma a aumentar as fileiras do seu exército, Teodoro promoveu a povoação da Moreia com populações albanesas, para enfrentar os terratenentes locais, os Latinos vizinhos da sua província e os Otomanos, a maior de todas as ameaças.

Teodoro obteve as primeiras vitórias em 1388, às quais se seguiu rapidamente a conquista de Argos. No entanto, a República de Veneza interveio e apoderou-se de Argos ao mesmo tempo que coloca Patras sob a sua protecção. A situação resolveu-se com a assinatura de uma aliança militar entre o Despotado e Veneza em 1394. Bajazeto I dos Otomanos começava a expandir as suas possessões nos Balcãs e os dois rivais no Peloponeso tiveram de se unir para se defenderem de uma provável invasão turca. A nova aliança foi acompanhada por uma decisão de construir uma muralha cruzando o Istmo de Corinto.

O génio militar de Teodoro tornou-se evidente quando não só derrotou os invasores Otomanos como também contra-atacou, conquistando Corinto em 1395 e Atenas em 1396. Bajazeto I decidiu então contrariar a ameaça que Teodoro representava lançando uma invasão da Moreia. Ao contrário do seu irmão mais velho, Manuel II, Teodoro não tentou render-se e decidiu lutar até ao fim. Quando percebeu que não conseguiria impedir a conquista de Mistras e de Corinto pelos Otomanos, preferiu oferecer ambas as cidades aos Cavaleiros Hospitalários de Rodes (Corinto em 1397 e Mistras em 1400).

Os seus métodos revelaram-se eficazes. Apesar de Bajazeto ter declarado a Moreia uma província otomana, não conseguiu controlá-la completamente antes de desmobilizar o seu exército e regressar à sua capital de Edirne. Teodoro conseguiu restabelecer o seu controlo da Moreia e recuperar muitas das suas anteriores conquistas. Os Hospitalários chegaram mesmo a devolver-lhe Mistras e Corinto em 1404, quando as suas forças já não se revelavam necessárias para defender a zona.

Em 1400, Bajazeto I virou as suas atenções para Constantinopla e montou cerco à cidade. O imperador Manuel II conseguiu escapar juntamente com a maior parte da família imperial, para dirigir-se, pessoalmente, às cortes ocidentais em busca de auxílio. Entretanto deixou a sua família ao cuidado de Teodoro, na nova capital da Moreia em Monemvasia.

Teodoro I casara-se com Bartolomea Acciaiuoli, filha do duque Nério I Acciaiuoli de Atenas, mas não se sabe que tenham tido filhos. Pouco antes da sua morte, Teodoro tomou votos eclesiásticos e tornou-se monge com o nome de "Teodoreto", tendo morrido em 24 de Junho de 1407. O problema da sua sucessão à frente da Moreia foi resolvido quando Manuel II nomeou o seu próprio filho menor Teodoro II Paleólogo o novo déspota da província.

Algumas fontes consideram que uma filha, cuja identidade é desconhecida, se tornou a esposa de Solimão Chelebi (Süleyman Çelebi), sultão em Edirne durante o "Interregno otomano". Não se conhecem descendentes de Solimão.

Bibliografia editar