O teredoportuguês brasileiro ou taredoportuguês europeu (Teredo navalis), popularmente conhecido como gusano, busano, turu ou cupim-do-mar,[1] é um molusco xilofágico, pertencente à família Teredinidae. Como os demais membos da família, ataca as madeiras submersas.

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Teredo navalis em corte de madeira de uma embarcação francesa.
Teredo navalis em corte de madeira de uma embarcação francesa.
Classificação científica
Reino: Animalia
Divisão: Mollusca
Classe: Bivalvia
Ordem: Myoida
Família: Teredinidae
Género: Teredo
Espécie: T. navalis
Nome binomial
Teredo navalis
Linnaeus, 1758

Descrição editar

O corpo do teredo é alongado e vermiforme, formando um tubo calcárico que se abre para o exterior através de um pequeno orifício difícil de se identificar, o qual foi usado para a entrada inicial do animal na madeira. Durante a vida deste animal o orifício permanece aberto, permitindo a saída de água, de excrementos e dos elementos reprodutores através de dois sifões, bem como a entrada de plâncton para alimentação. Essa abertura pode ser fechada por duas paletas calcárias, localizadas lateralmente aos sifões e accionadas por fortes músculos, impedindo a entrada de partículas ou de animais indesejáveis. Por meio de contrações do músculo adutor, o taredo faz com que os dentículos da região anterior da concha, raspem a madeira, retirando partículas que servem de alimento, sendo no entanto que o seu "gosto" pela madeira varia de acordo com o gênero a que pertencem.

A carne do teredo é comestível, e na Amazónia, principalmente na Ilha de Marajó, é consumida crua, cozida ou em sopas.[2][3]

O teredo encontra-se em todos os mares, mas são mais frequentes nas águas temperadas e de baixa salinidade, pelo que o seu impacto na navegação europeia só aconteceu com os Descobrimentos e o aumento da navegação em águas tropicais. O minúsculo taredo era uma ameaça real para a navegação da época, e existem vários relatos de navios totalmente perdidos devido ao enfraquecimento do casco pela acção do taredo.

Para limitar os danos do taredo forravam-se os cascos com chapas de chumbo, contudo o peso acrescido era de tal ordem, que foram feitas experiências com outros materias. Seria o cobre a ser eleito como material de eleição, que só seria substituído no secúlo XX com o aparecimento das tintas antivegetativos

Referências

  1. «Você sabia que no mar há Cupins?». Conquiliologistas do Brasil. 2001–2013. Consultado em 23 de junho de 2013 
  2. Nelson, Chada (2008). Animais e Plantas. conhecidas e utilizadas pelas populações tradicionais da Amazónia. 1 1ª ed. Belém (PA): PUBLIT, Soluções editoriais. 264 páginas. ISBN 8577732169 
  3. Primavera (29 de novembro de 2011). «Comida exótica da Amazônia – TURU». Blog do Instituto Brasil Solidário. Consultado em 24 de maio de 2013 

Ligações externas editar