Tessalônica da Macedônia

ex-rainha Consorte da Macedônia

Tessalônica (em grego: Θεσσαλονίκη; 352 ou 345 a.C. — 295 a.C.) foi uma princesa grega, filha do rei Filipe II da Macedônia com Nicesípolis, sua esposa ou concubina tessália,[1] originária de Feras.[2][3] A história a associou a três dos homens mais poderosos da história da Macedônia; além de filha de Filipe II, foi meio-irmã de Alexandre, o Grande e esposa de Cassandro.

Tessalônica da Macedônia
Nascimento 352 a.C.
Morte 295 a.C.
Progenitores
Cônjuge Cassandro
Filho(a)(s) Filipe IV da Macedônia, Alexandre V da Macedónia, Antípatro II da Macedônia
Irmão(ã)(s) Alexandre, Europa of Macedon, Cleópatra da Macedónia, Cinane, Filipe III da Macedónia, Caranus
Ocupação política
Título rainha consorte

Biografia editar

Tessalônica nasceu por volta de 352 ou 345 a.C. Para comemorar o nascimento de sua filha, ocorrido no mesmo dia em que os exércitos da Macedônia e da liga Tessalônica venceram uma importante batalha na Tessália, sobre os fócios, é dito que o rei Filipe proclamou:

Desejo que ela seja chamada vitória na Tessália. Na língua grega o nome da princesa é composto de duas palavras Tessália e Nike, que é traduzido como Vitória na Tessália.

 
Olimpias, mãe de Alexandre

Sua mãe faleceu logo após seu nascimento e supõe-se que Tessalônica foi criada por sua madrasta Olímpia do Epiro. Em memória de sua grande amiga Nicesípolis, a rainha levou Tessalônica para ser criada como sua própria filha.

Tessalônica era, na época, a criança mais nova sob os cuidados de Olimpias. Sua ligação com o irmão mais velho Alexandre, deve ter sido mínima, inclusive porque ele estava sob a tutela de Aristoteles nos Jardins de Midas quando ela nasceu e ela tinha apenas 6 anos quando ele partiu para a conquista da Pérsia.

Tessalônica tinha apenas 19 anos quando Alexandre, o Grande o rei da maior parte do mundo conhecido, morreu.

Embora fosse protegida, pois passou a infância nos aposentos da rainha, ela ligou seu destino ao resto da família real, quando retornaram à Macedônia em 317 a.C. [carece de fontes?] e se refugiaram na fortaleza de Pydna quando Cassandro atacou a Macedônia,[4] em 315 a.C.

A queda de Pydna e a execução de sua madrasta [5] deixaram-na sob a autoridade de Cassandro, que aproveitou a oportunidade de se ligar à Dinastia argéada, casando-se com ela [6] e parece que a tratou bem e com respeito devido ao seu ilustre berço. Isso talvez tenha sido tanto por diplomacia quanto por afeto, e o casamento foi fértil. Tessalônica se tornou rainha da Macedônia e mãe de três filhos, Filipe IV da Macedônia, Antípatro II da Macedônia e Alexandre V da Macedónia,[7] e seu marido deu seu nome à cidade grega de Tessalônica, que ele fundou onde existia a antiga Terma, e que logo se tornou, assim como o é até hoje, uma das mais ricas e populosas cidades da Macedônia.

Após a morte de Cassandro, Tessalônica parece ter tido bastante influência sobre seus filhos. Filipe, sucedeu ao pai, mas embora Antípatro fosse o próximo na linha de sucessão, Tessalônica decidiu que o trono deveria ser dividido entre Filipe e Alexandre.

Antipater ficou com ciúme da situação e pelo fato de sua mãe favorecer a Alexandre, matou-a em 295 a.C.

A lenda de Tessalônica editar

 
pintura de John William Waterhouse

Existe uma lenda popular grega que fala de uma sereia que viveu no Egeu durante centenas de anos e acreditavam ser Tessalonica.

A lenda conta que, Alexandre, na sua busca pela Fonte da Imortalidade, conseguiu, com grande esforço, um frasco da água da imortalidade com a qual lavou os cabelos de sua irmã. Quando ele morreu, sua irmã desesperada, tentou se matar pulando no mar.

Ao invés de se afogar, porém, ela se tornou uma sereia, julgando os marinheiros através dos séculos e dos sete mares. Aos marinheiros que encontrava, sempre fazia a mesma pergunta:

O rei Alexandre está vivo? (Grego: Ζει ο βασιλιάς Αλέξανδρος;)

A resposta correta era: Ele vive e ainda reina (Grego: Ζει και βασιλεύει, και τον κόσμο κυριεύει!).

Se a resposta fosse correta, ela permitia que o barco e sua tripulação navegassem serenamente no mar tranqüilo. Qualquer outra resposta a transformava numa górgona furiosa que levava o barco e seus tripulantes para o fundo do mar.

Referências

  1. Pausânias, Descrição da Grécia, viii 7.7 [em linha] (em inglês)
  2. Ateneu, Dipnosofistas, xiii
  3. Pausânias, Descrição da Grécia, ix. 7.3 [em linha] (em inglês)
  4. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 35.5
  5. Olímpia foi morta pelos parentes das várias pessoas que ela havia assassinado, conforme Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 51.5
  6. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 52.1
  7. Eusébio de Cesareia, Crônica, 88, Reis dos Macedônios. Dos escritos de Porfírio o filósofo, nosso adversário

Ligações externas editar