The Barbra Streisand Album

Álbum

The Barbra Streisand Album é o primeiro álbum da cantora americana Barbra Streisand,[1] cujo lançamento ocorreu em 25 de fevereiro de 1963.

The Barbra Streisand Album
The Barbra Streisand Album
Álbum de estúdio de Barbra Streisand
Lançamento 25 de fevereiro de 1963
Gravação 1963
Gênero(s) Jazz, Pop
Duração 32:52
Gravadora(s) Columbia
Produção Mike Berniker
Cronologia de Barbra Streisand
Pins and Needles (1962)
The Second Barbra Streisand Album
(1963)

A lista de faixas traz canções que a cantora apresentava em seus shows em boates no início dos anos de 1960. As canções são em grande parte vindas de musicais da Broadway, tais como "Sleepin' Bee", "Much More", "Soon It’s Gonna Be Rain" e "I'll Tell the Man in the Street".

A recepção da crítica especializada em música foi favorável, e além de ótimas avaliações recebeu três prêmio Grammy, em 1964, nas categorias Best Female Pop Vocal Performance, Álbum do ano e Melhor Capa de Álbum.

Comercialmente, atingiu a oitava posição da Billboard 200 (passou 101 semanas na tabela) e foi certificado com um disco de ouro em 1964, por vendas de mais de 500 mil cópias nos Estados Unidos. Em 1966, a revista LIFE informou que mais de um milhão de cópias foram vendidas no mundo todo.[2]

Em 2006, a academia do Grammy Awards o introduziu ao Grammy Hall of Fame, por sua "história, musicalidade, relevância, significância qualitativa e duradoura".

Precedentes editar

O presidente da gravadora Columbia, Goddard Lieberson, inicialmente resistiu em assinar um contrato com Streisand, achando seu estilo muito próximo aos cantores de cabaré que ele não gostava e muito longe da abordagem discreta de Jo Stafford ou Rosemary Clooney, que eram contratadas pela gravadora nos anos de 1950.[3]

Após a exibição da entrevista de Streisand para a televisão no programa de televisão PM East / PM West apresentado por Mike Wallace, e a pressão de associados, Lieberson cedeu e concordou em contratá-la. Quase três décadas depois, Streisand refletiria:

A coisa mais importante sobre aquele primeiro contrato - na verdade, aquilo que esperávamos - foi uma cláusula exclusiva que me dava o direito de escolher meu próprio material. Era a única coisa com que realmente me importava. Eu ainda recebi muita pressão da gravadora para incluir alguns sucessos pop em meu primeiro álbum, mas me segurei pelas músicas que realmente significavam algo para mim.[4][5]

Apesar das objeções iniciais de Lieberson, Streisand se tornou uma das artistas mais duradouras da Columbia.

O primeiro álbum de Streisand foi originalmente concebido como uma gravação ao vivo no Bon Soir, em Nova Iorque (uma boate que atraia, principalmente, uma clientela gay). Seu produtor Mike Berniker trouxe uma equipe ao clube para gravá-la acompanhada apenas pelo pianista da casa, Peter Daniels.[6] Essas gravações foram descartadas, embora a foto da capa do álbum tenha sido tirada durante a sessão no Bon Soir. Algumas canções gravadas na ocasião apareceriam mais tarde no box Just for the Record....

Streisand escolheu o título do álbum, rejeitando a sugestão da Columbia de Sweet and Saucy Streisand.[7]

Gravação e repertório editar

As sessões no estúdio de gravação aconteceram de 23 a 25 de janeiro de 1963, no Estúdio A, da Columbia, em Nova York, com um orçamento de US$ 18.000.[6] As canções são majoritariamente de peças da Broadway,algumas bastante obscuras.[6] Streisand gravou basicamente aquilo que cantava em seus shows em night clubs, a saber: "Cry Me a River", sucesso na voz de Julie London, traz um arranjo bem original, com contra-baixo na introdução em pizzicatto em contraponto a sua voz;[8] "Sleepin' Bee" do musical A House Of Flowers, de Harold Arlen;[8] "Happy Days Are Here Again", que apareceria em muitos dos álbuns posteriores;[8] "Much More" e "Soon It’s Gonna Be Rain" do musical The Fantasticks;[8] "Who’s Afraid With The Big Bad Wolf" do filme de Walt Disney Os Três Porquinhos;[8] "I'll Tell the Man in the Street", originalmente interpretada por Dennis King na produção de 1938 de I Married An Angel;[8] "Come to the Supermarket (em Old Pequink)" apareceu em um especial de televisão de 1958 com música de Cole Porter;[8] "A Taste of Honey"que foi coincidentemente gravada menos de três semanas depois pelos Beatles em seu álbum de estreia de 1963, Please Please Me.[8]

"Happy Days Are Here Again" foi lançado como single com "When the Sun Comes Out" no lado B, mas não apareceu nas paradas de sucesso.[9] A única música gravada mas não incluída foi "Bewitched, Bothered and Bewildered", que Streisand e Mike Berniker gravaram em duas datas diferentes.[10] Posteriormente foi incluída no The Third Album usando um arranjo de Peter Daniels.[10]

Streisand escolheu Century Expanded Italic como fonte para a capa, que também seria usada em dezenove outras capas de álbum da cantora.[10]

Em 1994, foi lançado no Brasil (e no mundo) no formato CD, como parte da "Barbra Streisand Collection", série com a qual a Sony lançou onze discos da cantora no formato.[11]

Recepção crítica e prêmios editar

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Allmusic      [8]

As resenhas da crítica especializada foram favoráveis. William Ruhlmann, do site americano AllMusic, avaliou com cinco estrelas de cinco. Em sua crítica ele elogia o repertório escolhido, mas sobretudo a voz e a interpretação da cantora, que faz com que cada música pareça "uma leitura dramática das letras".[8]

Em sua crítica para o jornal carioca, O Jornal, Rossini Pinto elogiou a seleção de músicas.[12] Romeu Nunes, do jornal brasileiro Diário de Notícias, fez uma crítica favorável na qual ressaltou o talento da cantora e interprete e pontuou que "o tipo de repertório talvez não agrade a generalidade de discófilos, mas fará as delícias dos apreciadores do gênero".[13]

Na 6ª Edição do Grammy Award venceu nas categorias Best Female Pop Vocal Performance, Album of The Year) e o diretor de arte John Berg ganhou como Best Album Cover Other Than Classical, foi indicado a Record of The Year.[14] Exatos 25 anos depois, a academia do Grammy Awards introduziu o álbum no Grammy Hall of Fame, por sua "história, musicalidade, relevância, significância qualitativa e duradoura".[15]

Lista de faixas editar

Créditos adaptados da contracapa do LP The Barbra Streisand Album, de 1963.[16]

Lado A
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Cry Me A River"  A. Hamilton 3:37
2. "My Honey's Lovin' Arms"  H. Ruby; J. Meyer 2:14
3. "I'll Tell the Man in the Street"  Lorenz Hart; Richard Rodgers 3:09
4. "A Taste of Honey"  R. Marlow; B. Scott 2:51
5. "Who's Afraid Of The Big Bad Wolf"  A. Ronell; F. Churchill 2:34
6. "Soon It's Gonna Rain"  Harvey Schmidt; Tom Jones 3:45
Lado B
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Happy Days Are Here Again"  J. Yellen; M. Ager 3:04
2. "Keepin' Out Of Mischief Now"  A. Razaf; T. Waller 2:11
3. "Much More"  Harvey Schmidt; Tom Jones 3:02
4. "Come To The Supermarket (In Old Peking)"  Cole Porter 1:56
5. "A Sleepin' Bee"  Truman Capote; Harold Arlen 4:21

Tabelas editar

Certificações e vendas editar

País Certificação Vendas
Estados Unidos (RIAA)[23]   Ouro 500,000
Resumos
Mundo
(vendas até 1966)
1,000,000[2]

Referências

  1. «The Barbra Streisand Music Guide – The Barbra Streisand Album». Consultado em 20 de Agosto de 2012. Arquivado do original em 30 de outubro de 2008 
  2. a b Lurie, Diana (18 de março de 1966). Stricken with phenomenal success at 23, Barbra Streisand is more ridden than ever by self-doubts and fears. Life. [S.l.]: Time Inc. pp. 93–. ISSN 0024-3019 
  3. Gary Mamorstein. The Label: The Story of Columbia Records. New York: Thunder's Mouth Press, 2007. p. 321.
  4. Barbra Streisand. Just for the Record... Columbia C4K 44111, 1991, liner notes.
  5. Savage, Mark (4 de agosto de 2021). «Barbra Streisand: 'I've always had the right to sing what I want'». BBC News 
  6. a b c Mamorstein, p. 322.
  7. Mann, William J. (2012). Hello Gorgeous: Becoming Barbra Streisand. [S.l.]: Houghton Mifflin Harcourt. p. 306. ISBN 978-0-547-36892-4 
  8. a b c d e f g h i j William Ruhlmann. «Allmusic Review». Consultado em 18 de Abril de 2012 
  9. Barbra Archives website retrieved 10/02/11 Arquivado em 2011-01-01 no Wayback Machine
  10. a b c «Barbra Streisand Archives - 1963 The Barbra Streisand Album - LP, CD» 
  11. Máximo, João (13 de junho de 1994). «Barbra Streisand prefere grandes compositores ao pop dos anos 60». Folha de S.Paulo. UOL HOST. Consultado em 17 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 17 de setembro de 2021 
  12. Pinto, Rossini (27 de novembro de 1964). «Novidades da Odeon». O Jornal. Rio de Janeiro. p. 3. Consultado em 26 de outubro de 2021 
  13. Nunces, Romeu (7 de dezembro de 1964). «Discos». Diário de Notícias. Rio de Janeiro. Consultado em 26 de outubro de 2021 
  14. Inc, Nielsen Business Media (23 de maio de 1964). «Billboard». Nielsen Business Media, Inc. – via Google Books 
  15. «Barbra Streisand nomeações ao Grammy». Consultado em 20 de Agosto de 2012 
  16. The Barbra Streisand Album (contracapa). Barbra Streisand LP ed. Columbia Records. 1964. CS 8807 
  17. David Kent (1993). Australian Chart Book 1970 - 1992. [S.l.]: Australian Chart Book, St Ives, N.S.W. ISBN 0-646-11917-6 
  18. «Barbra Streisand Chart History (Billboard 200)» (em inglês). Billboard. Consultado em 30 de janeiro de 2023.
  19. «Who's Who in the World of Music» (PDF). Billboard. 28 de dezembro de 1963. p. 36. Consultado em 18 de janeiro de 2023 – via World Radio History 
  20. «The CASH BOX Year-End Charts: 1963». Cópia arquivada em 10 de outubro de 2012 . Cash Box magazine.
  21. «The Billboard 200: 1964». Billboard. Consultado em 18 de janeiro de 2023. Arquivado do original em 30 de setembro de 2007 
  22. «The CASH BOX Year-End Charts: 1964». Arquivado do original em 26 de agosto de 2012 . Cash Box magazine.
  23. «Gold & Platinum Database: "Barbra Streisand"» (em inglês). Recording Industry Association of America. Consultado em 10 de agosto de 2021