Tricholomataceae é uma numerosa família de cogumelos pertencente à ordem Agaricales. Um clássico "táxon lixeira", a família inclui todos os gêneros brancos, amarelos ou cor-de-rosa dos Agaricales já não classificados como pertencentes à Amanitaceae, Agaricaceae, Hygrophoraceae, Pluteaceae ou Entolomataceae.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTricholomataceae
Ocorrência: Turoniano–recente

[1]

Classificação científica
Reino: Fungi
Divisão: Basidiomycota
Classe: Agaricomycetes
Ordem: Agaricales
Família: Tricholomataceae

O nome deriva do grego trichos (τριχος), que significa cabelo e loma (λωμα), conceitualizando franja ou borda, embora nem todos os membros desta família exibam tal característica.[2]

Arnolds (1986) e Bas (1990) colocarem os gêneros pertencente à família Hygrophoraceae dentro Tricholomataceae, mas essa classificação não é aceita pela maioria dos taxonomistas fúngicos.[3]

Em 2014, um estudo recuperou sete gêneros monofiléticos dentro da família; Leucopaxillus, Tricholoma, Pseudotricholoma stat. nov, Porpoloma s.str, Dennisiomyces, Corneriella gen.nov. e Albomagister gen. nov.[4] O objetivo do estudo foi delimitar os espécimes de Tricholomataceae altamente polifiléticos e identificar grupos monofiléticos dentro do clado Tricholomatoide, incluindo as famílias Tricholimoaceae, Entolomataceae e Lyophyllaceae.[5][6] De acordo com este estudo, existem várias maneiras diferentes de distribuir o Porpoloma, que é altamente polifilético. Este estudo sugere que o gênero Porpoloma é distribuído em quatro grupos dentro do clado Trichlomatatic; Porpoloma s.str, Corneriella gen.nov. e Pseudotricholoma stat. nov. e Pogonoloma.

O nome "Tricholomataceae" é, no entanto, visto como tendo validade na descrição de Tricholoma e seus parentes próximos, e quaisquer outros gêneros podem, em algum momento futuro, ser descritos como parte de uma família monofilética, incluindo Tricholoma. Para esse fim, o Congresso Internacional de Botânica votou em duas ocasiões (1988 e 2006) para conservar o nome "Tricholomataceae" contra os nomes concorrentes.[7] Essa decisão não invalida o uso de famílias segregadas das Tricholomataceae, mas simplesmente valida o uso continuado deste.[8]

O extinto gênero Archaeomarasmius, descrito a partir do âmbar do período Turoniano em Nova Jérsia,[1] é um dos quatro gêneros conhecidos de Agaricales no registro fóssil.[9]

Veja também editar

Referências

  1. a b Hibbett, D.S.; Grimaldi, D.S.; Donoghue, M.J. (1997). «Fossil mushrooms from Miocene and Cretaceous ambers and the evolution of Homobasidiomycetes». American Journal of Botany. 84 (8): 981–991. doi:10.2307/2446289. Consultado em 21 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 26 de junho de 2010 
  2. Nilson, Sven; Olle Persson (1977). Fungi of Northern Europe 2: Gill-Fungi. [S.l.]: Penguin. p. 24. ISBN 0-14-063006-6 
  3. Young 2003.
  4. Sánchez-García et al, 2014
  5. Matheny et al., 2006
  6. Binder et al.,2010
  7. (Redhead 2003, McNeill, et al. 2006)
  8. (Young, 2002)
  9. Hibbett, D.S.; et al. (2003). «Another fossil agaric from Dominican Amber». Mycologia. 95 (4): 685–687. JSTOR 3761943. PMID 21148976. doi:10.2307/3761943 

Referências bibliográficas editar

  • Alexopolous CJ, et al. (2004). Introductory Mycology (4th ed.) Hoboken NJ: John Wiley and Sons. ISBN 0-471-52229-5
  • Arnolds E. (1986).
  • Bas C. (1990). Tricholomataceae R.Heim ex Pouz. In: Flora Agaricina Neerlandica 2:65. ISBN 90-6191-971-1
  • Binder M, Larsson KH, Matheny PB & Hibbett DS (2010). Amylocorticiales ord. nov. and Jaapiales ord. nov.: Early diverging clades of Agaricomycetidae dominated by corticioid forms. Mycologia 102: 865–880. https://dx.doi.org/10.3852/09-288
  • Kuo M. (2004). [1]
  • Matheny PB, Curtis JM, Hofstetter V, Aime MC, Moncalvo JM, Ge ZW, Slot JC, Ammirati JF, Baroni TJ, Bougher NL, Hughes KW, Lodge DJ, Kerrigan RW, Seidl MT, Aanen D, DeNitis M, Daniel GM, Desjardin,D.E., Kropp, B.R., Norvell, L.L., Parker, A., Vellinga EC, Vilgalys R. & Hibbet DS (2006). Major clades of Agaricales: Amultilocus phylogenetic overview. Mycologia 98: 982–995. https://dx.doi.org/10.3852/mycologia.98.6.982
  • McNeill J, Redhead SA, Wiersema JH. (2006). Report of the General Committee: 9. Taxon 55(3):795–800.
  • Redhead SA. (2003). (1571) Proposal to conserve the name Tricholomataceae nom. cons. against two additional names, Mycenaceae and Hygrophoraceae (Fungi). Taxon 52(1):135–136.
  • Sánchez-García M, Matheny PB, Palfner G, Lodge DG. (2014) Deconstructing the Tricholomataceae (Agaricales) and introduction of the new genera Albomagister, Corneriella, Pogonoloma and Pseudotricholoma. Taxon 63(5): 993–1007.
  • Young AM. (2002) Brief notes on the status of Family Hygrophoraceae Lotsy. Australasian Mycologist 21(3):114–116.