Nota: Para outros significados, veja Trolha (desambiguação).

A trolha, utensílio originalmente usado pelos pedreiros e incorporado simbolicamente pelos maçons operativos, também é conhecido como colher de pedreiro. É o símbolo da benevolência para com todos na maçonaria especulativa. Sua utilização para estender o emboço e cobrir todas as irregularidades, fazem parecer o edifício como formado por um único bloco e por isso, a trolha pode ser considerada como um emblema de tolerância e de indulgência com que todo maçom deve dissimular as faltas e defeitos de seus irmãos. Símbolo que ensina a propagar os sentimentos de afeto e bondade que unem a todos os membros da família maçônica numa sólida fraternidade, a trolha tornou-se um emblema de benevolência para todos, de conciliação e de silêncio. Recorda, portanto, que se devem perdoar os defeitos dos irmãos, transformando em doçura as suas palavras, por amargas que sejam. A trolha, segundo Plantagenet, «é o símbolo do amor fraternal que deve unir a todos os maçons, único cimento que os obreiros podem empregar para edificação do templo». Passar a trolha significa, pois, esquecer as injúrias ou as injustiças, perdoar um agravo, dissimular um ressentimento, desculpar uma falta.

Uma trolha em forma de triângulo equilátero.
Uma trolha medieval.

Na maçonaria operativa, o aprendiz ocupava-se do preparo dos materiais brutos, pelo que necessitava unicamente do martelo e do cinzel. Estes materiais passavam depois às mãos dos companheiros ou operários que os colocavam convenientemente, servindo-se do prumo, do nível e do esquadro.

Por último, o mestre verificava a exatidão com que foi feito o trabalho, dando a última demão e estendendo com a trolha o cimento que une definitivamente todos os materiais.

Por isso, considera-se que a trolha é um instrumento do mestre maçom. Em certas lojas inglesas, porém, a trolha é a ferramenta de trabalho do mestre instalado.

Fontes editar

  • ASLAN, Nicola. Estudos maçônicos sobre simbolismo. Editora Aurora, 1967.
  • CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário dos Símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Lisboa, Editorial Teorema, 1994. ISBN 972-695-215-8