Trotula de Salerno

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Trotula de Salerno, também conhecida como Trotula de Ruggiero, (Ruggiero: 1050, 1097) foi uma médica e filósofa italiana do século XI, que é frequentemente referenciada como a primeira ginecologista do mundo. Ela aparece na literatura médica como uma mulher sapientíssima ou Sapiens Matrona, com ideias inovadoras para seu tempo.[1]

Trotula de Salerno
Trotula de Salerno
Nascimento 1050
Salerno
Morte século XII
Cônjuge Giovanni Plateario il Vecchio
Filho(a)(s) Giovanni Plateario il Giovane
Ocupação médica, cirurgiã, escritor sobre medicina, ginecologista, professora universitária
Obras destacadas Practica secundum Trotam, De curis mulierum, De ornatu mulierum, Liber de sinthomatibus mulierum

Biografia editar

Hoje sabe-se que Trotula era o nome dado um compêndio de três textos em latim, muito difundido na França e Inglaterra nos séculos XII e XIII, e o nome de uma das principais autoras que aparece referenciado nestas obras é Trota ou Trocta. [2]

Trotula destacou-se em meio às demais mulheres de sua época que faziam medicina na Escola de Salerno não só por estudar e cuidar de suas companheiras, mas também por ensinar e divulgar, ou escrever para o mundo. A doutora de Salerno escreveu vários tratados sobre a anatomia e fisiologia feminina. O mais famoso, conhecido como Trotula Maior, e é a reunião de três obras dela. No primeiro deles, com setenta e três capítulos, intitulado De passionibus mulierum curandorum ante, in, post partum (Sobre a cura dos sofrimentos das mulheres antes, durante e depois do parto), ela explica a menstruação, a concepção, a gravidez, o parto, o puerpério, o controle de natalidade, as doenças do útero e das vias urinárias (especialmente as sexualmente transmissíveis). Esta magnífica obra foi referência obrigatória nas melhores universidades da Europa até ao século XVI. Ela considerava a prevenção como o aspecto mais importante da Medicina. Por isso, escreveu um segundo tratado sobre o cuidado com a pele, a higiene e a cosmética.[3][1]

Sua obra também deixa transparecer que Trotula di Ruggiero praticou cesariana e usou ou recomendou o emprego de opiáceos como anestésicos durante o parto, para aliviar as dores das mulheres, contrariando os ensinamentos da Igreja Católica da época, que sustentava que as mulheres deviam sofrer o parto sem qualquer alívio. Além disso, ela foi capaz de relacionar a reprodução e as doenças sexualmente transmissíveis, descreveu as manifestações externas da sífilis e apresentou essa doença como causa tanto da esterilidade masculina como da feminina.[1]

Fez parte do grupo que ficou conhecido como Mulieres Salernitanae, ou seja, Mulheres de Salerno, por terem estudado e dado aulas de medicina na escola de Escola de Medicina de Salerno. Este grupo incluía, para além dela, Abella, Mercuriade, Rebecca Guarna, Maria Incarnata e Costanza Calenda. [4]

Ver também editar

Referências editar

  1. a b c COSTA e COSTA, Marcos Roberto Nunes e Rafael Ferreira (2019). «Mulheres intelectuais na idade média: entre a medicina, a história, a poesia, a dramaturgia, a filosofia, a teologia e a mística» (PDF). Editora Fi. ISBN 978-85-5696-599-8. Consultado em 15 de fevereiro de 2021 
  2. «Speaking of Trotula». Wellcome Library (em inglês). Consultado em 26 de setembro de 2019 
  3. Monica H. Green, The Trotula, A Medieval Compendium of Women´s Medicine, University of Pennsylvania, USA, 2002.
  4. «La scuola medica salernitana e le mulieres salernitanae». www.salernoturistica.it. Consultado em 18 de julho de 2020 
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