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Arquitetura Romana

Características e Inovações técnicas

A arquitetura romana caracterizou-se pela forte influência dos modelos etrusco e grego, e pode ser dividida em duas fases estilísticas: primeiro o estilo pré-imperial (republicano), e posteriormente o estilo imperial. Enquanto o estilo republicano se consolidou principalmente na arquitetura, como são exemplos o Teatro Marcellus e a Basilica Julia, o estilo imperial se expandiu no domínio das artes.

Teatro Marcellus


Via Appia

Diferentemente da arquitetura grega, na romana a influência dos engenheiros era predominante. As soluções para novos modelos de construção são mais importantes que a decoração artística, de forma que a funcionalidade sobressai. Ainda hoje temos exemplos desse traço da arquitetura romana nas ruínas de vários edifícios, pontes, aquedutos e outras obras, além das rotas que ligavam o Império Romano, como a Via Appia(312 a.C.) e a Via Flaminia (220 a.C.).

Entre as inovações técnicas, o período republicano destacou-se pelo uso de uma espécie de cimento, composto por diferentes materiais, que permitiram um melhor desenvolvimento das construções. Além das pedras e tijolos utilizados, o cimento romano permitia a formação de uma liga na junção dos materiais, tornando as construções mais sólidas.

Outra mudança ocorrida nas formas de construção e nos materiais utilizados foi a retomada do uso do mármore no período da República Romana. A variedade de materiais antes empregada, como a argila, o calcário e algumas pedras específicas, utilizadas pelos etruscos, cedeu lugar ao mármore, apontando a forte influência grega neste período. Também as abóbadas surgiram do projeto dos gregos, mas foram os romanos que conseguiram empregá-las nas construções, expandindo o seu uso para os espaços externos dos edifícios. Aperfeiçoando a forma, criaram as abóbadas em berço e as abóbadas de aresta, transformando-a no elemento central da sua arquitetura.

Os arcos também são considerados característicos na arquitetura romana e é nos aquedutos que o seu uso é mais perceptível. Os arcos sustentam a estrutura e transformam a construção em obra de arte, tornando harmônica a obra. O exemplo mais surpreendente de aqueduto romano ainda hoje é a Pont du Gard perto de Nîmes, na França. Os aquedutos possibilitaram o uso mais abrangente da água, que por meio destes podia ser escoada para as cidades e locais distantes da fonte.

Pont du Gard


As basílicas, outro exemplo da arquitetura romana, eram grandes edifícios construídos em praça pública que abrigavam diversas funções: profanas, políticas, comerciais e judiciais. Pela largura da construção, abrigava todos os elementos arquitetônicos e artísticos da época. Em geral o espaço alongado era sustentado por colunas em arco e as laterais abrigavam abóbadas nos tetos. Na Basilica Julia é possível observar o conjunto.

Durante o período Republicano outro aperfeiçoamento arquitetônico a partir do modelo grego aconteceu no teatro. Mantendo o espaço aberto utilizado pelos gregos, os romanos, no entanto, introduziram novas características. O teatro antes construído sobre uma depressão para facilitar a localização da platéia passa a ser construído em solo plano. A divisão entre a platéia e o palco é feito por uma linha reta, e constrói-se uma fachada ao fundo do palco, inovando a dimensão espacial.

Na construção dos templos os romanos empregaram os estilos de capitel grego nos adornos das suas colunas, valorizando o estilo coríntio com folhas de acanto em favor do dórico e do jônico, menos rebuscados.

Reconstrução do atrium de uma casa romana em Pompéia

As casas romanas eram mais modestas que os templos religiosos, mas também possuíam uma organização particular. No centro das casas ficava o atrium, uma espécie de pátio interno, ao qual se acedia diretamente da rua pelo ostium. Compreendia o impluvium, que armazenava a água da chuva por meio de calhas dirigidas para o interior da casa. Localizado no centro da casa, as habitaçoes ficavam nas laterais do atrium, e atrás, oposto a entrada, ficava o tablinium, espécie de escritório do chefe da casa. Esse modelo de casa foi muito comum durante o período republicano, sendo encontrado sobretudo nos vestígios arqueológicos de Pompéia. Além desse modelo, eram recorrentes também as insulae, que reuniam pequenas casas em um único prédio, como edifícios de apartamentos.

Bibliografia editar

BONICATTI, Maurizio. De la Grèce à Byzance. Paris: Librairie Hachette, 1963, p. XI-XIII

PEVSNER, Nikolaus. An outline of European Architecture. Great Britain: Penguin Books, 1966, p.19-56

ZSCHIETZSCHMANN, Willy. Histoire de l'art: Étrusques, Rome. Paris: Payot, 1963, p.45-74

Ligações externas editar

Ilustração de uma casa romana