Usuário(a):Camillo Cavalcanti/Antônio Soares Amora

Antônio Augusto Soares Amora (São Paulo, 18 de abril de 1917 – São Paulo, 19 de janeiro de 1999), foi um pioneiro, educador, professor, poeta, escritor e ex-presidente da Academia Paulista de Letras

Ele produziu, na década de 70, o Telecurso Segundo Grau, além de ser o responsável pela criação dos primeiros cursos profissionalizantes e de comercio exterior exibidos na televisão. Professor doutor, ele foi o fundador e primeiro diretor da Faculdade de Letras da UNESP, em Assis, e professor titular de Literatura Portuguesa da USP.

Logo após a criação da Fundação Padre Anchieta em 1969, Antônio Soares Amora foi convidado pelo então presidente José Bonifácio Coutinho Nogueira para assumir a diretoria do Departamento de Ensino da TV Cultura. Em 1971 Antônio Amora deixou o canal, retornando em 1975 como Presidente da Fundação Padre Anchieta, cargo que ocupou até 1983.Desde 1994 exercia o cargo de presidente do conselho curador da Fundação.

Antônio Soares Amora morreu na tarde de 19 de janeiro de 1999, aos 81 anos, em decorrencia de um infarto agudo do miocárdio. Ele estava na Sede da TV Cultura e se sentiu mal. Com parada cardiorespiratória, foi levado ao Hospital Metropolitano, mas não resistiu. O professor não tinha problemas cardíacos, mas sofria de diabetes. Casado com Helena, teve uma filha que já morreu, ele foi enterrado no Cemitério São Paulo.

Obras editar

Teoria da Literatura, 1944 História da Literatura Brasileira, 1954 O Romantismo, 1957 Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, 1958 Panorama da Poesia Brasileira, 1959 Presença da Literatura Portuguesa - Era Clássica, 1961 Português, antologia e gramática, 1961 Os Lusíadas (organização), 1962 Dicionário de Literatura (parceria com Jacinto Prado Coelho), 1969 Introdução à Teoria da Literatura


O Romantismo editar

Literatura Brasileira, Antônio Soares Amora, O Romantismo, Vol. II

Neste livro são estudados, por um eminente crítico, historiador e professor de literatura, a gênese, o ideário estético e o desenvolvimento histórico do Romantismo brasileiro, bem como a contribuição de seus principais autores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Castro Alves, Teixeira e Sousa, Macedo, Manuel Antônio de Almeida, Alencar, Taunay, Bernardo Guimarães e Martins Pena.


Iº Parte

Introdução - O Brasil do Romantismo

Antônio Soares Amora, introduz o livro falando da literatura romântica, do Brasil Imperial, da visão entusiástica do Brasil e das grandes poesias e poetas nacionais, a exemplo de Magalhães, Pôrto Alegre e Gonçalves Dias.


IIº Parte

Gênese da Literatura Nacional e Romântica Brasileira

Capítulo I - Introdução

Fala-se de forma introdutória da compreensão do Romantismo, desde a sua gestação, destacando a obra de Gonçalves de Magalhães(1836) " Suspiros Poéticos e Saudades", que foi o carro forte para o Romantismo no Brasil.

Capítulo II - Renovação do Classicismo

Este capítulo aborda o empenho da Arcádia Lusitana na renovação do Classicismo, com o programa de renovação defendido por Correia Garção, Antônio Dinis e outros contemporâneos, abordando a rota do gosto pelo "estilo simples" e o regresso as mais puras doutrinas do Classicismo. Em 1768 o Brasil também adere a este movimento renovador, com poetas como: Claudio Manuel da Costa e Gonçalves de Magalhães.

Capítulo III - Promoção Européia do Brasil Americano, Anticlássico e Antieuropeu

Fala-se sobre o desprendimento da literatura brasileira com a Europa, como também da necessidade do Brasil ir buscar sua inspiração poética em fontes que realmente lhe pertencem. Iniciando um movimento nacionalista que rompia com o Classicismo e começava a atuar em nossa literatura nacional e romântica, dando assim o início ao processo de eclosão do nosso Romantismo.

Capítulo IV - Finalmente a Revolução Nacionalista e Romântica Brasileira

Neste Capítulo, Amora aborda a Revolução Nacionalista e Romântica Brasileira, impulsionadas por quatro jovens brasileiros, três destes: Magalhães, Pôrto Alegre e Tôrres Homem, estes se empenharam nas premissas de uma concepção da cultura e da "literatura nacional" brasileira, com essas premissas se tentará conceber uma cultura de base genuinamente nacional, que oriente a crítica, a poesia e a prosa romântica e também com a tentativa de definição da "nova escola" literária brasileira, a criação do "teatro nacional" brasileiro e a criação de uma "historiografia nacional".

Concluindo o capítulo o autor fala da "eclosão romântica" no Brasil, que só começou a realizar-se depois de 1840, quando o país entrou em um crescente desenvolvimento material.


Evolução da Literatura Nacional e Romântica Brasileira

Capítulo V - A Poesia

O autor introduz este capítulo, destacando a primeira grande geração de poetas brasileiros, que abriram à poesia romântica, levando-a para um sentimento mais universal e com um "compromisso" com a revolução política e social, que começava a fermentar no país, impulsionando a algum tempo depois eventos importantes na história do Brasil.

No decorrer do capítulo, Amora fala sobre o estudo da poesia romântica, destacando a sua evolução, os seus mais expressivos caracteres e os seus mais significativos valores. Concluindo o balanço dos valores dessa poesia, Amora destaca e comenta no restante deste capítulo, sobre os poetas românticos mais significativos e sua importância para a literatura e a língua portuguesa, com um tratamento histórico e crítico sobre cada um. Poetas citados: Magalhães, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Castro Alves.

Capítulo VI - O Romance

Soares Amora introduz este capítulo, falando sobre as primeiras experiências que o brasileiro teve em relação aos romances de ficção produzidos por escritores europeus nos anos 30, gênero este que segundo Amora criou no público brasileiro o gosto em ler esses tipos de romances, acarretando assim na adaptação dos escritores brasileiros a esse estilo, fazendo com que os escritores brasileiros na medida de suas possibilidades, criarem um romance indispensável a um movimento que já havia definido uma poesia, um teatro e uma historiografia nacional, que pretendiam desenvolver no país, em todos os seus aspectos a "nova escola" literária, romântica e nacional. Amora cita dois exemplos de romances que sofreram essas adaptações: Os Assassinos Misteriosos(1839) e As Duas Órfãs(1840), de Joaquim Norberto de Sousa e Silva. A seguir, Amora fala sobre duas das quatro principais tendências de nossa ficção romântica: O romance histórico e o romance da atualidade, abordando o drama, objetivos da ação, o caráter e os perfis dos protagonistas, citando e comentando sobre estes.

Alguns romances comentados: O Filho do Pescador(1843), O Guarani(1857), Lendas e Romances(1871), Histórias e Tradições da Província de Minas Gerais(1872), O Matuto(1878), A Moreninha(1844), Memórias de um Sargento de Milícias(1854), Senhora(1875), Diva(1864), Helena(1876), A Confederação dos Tamoios(1856), Iracema(1865), O Sertanejo(1876), O Mulato(1881) e Memórias Póstumas de Brás Cubas(1881).

No restante do capítulo, Amora cita e comenta sobre obra e vida de escritores, como: Teixeira e Sousa, Macedo, Almeida, Alencar, Taunay e Bernardo Guimarães.

Capítulo VII - O Teatro

Amora aborda inicialmente, sobre os principais episódios e resultados, de 1833 a 1838, pela chamada Geração de 30, em favor da criação do "teatro nacional" brasileiro. Fala também de forma crítica, da atividade teatral de 1840 a 1880 no Brasil, mostrando que não foi realizado o que tinham em mente para o teatro brasileiro, comparando-o ao teatro de países como a França, Alemanha, Inglaterra e Espanha. Logo em seguida, o autor fala sobre o crescente triunfo até 1863, destacando a atividade artística e empresarial de João Caetano, o crescente êxito de Martins Pena, que criou a comédia brasileira, como também da criação do primeiro Conservatório Dramático, que resultou em uma ação eficaz de estímulo e crítica do nascente teatro nacional, e os dramas históricos com bom nível de qualidade artística, citando o exemplo da Leonor Teles(1839) e da Leonor de Mendonça(1846), que alavancaram e ajudaram na evolução do "teatro nacional" brasileiro. Amora fala também da iniciativa do Grupo de Teatro Ginásio Dramático, que reanimaram o teatro brasileiro, apontando vários pontos positivos que fizeram o teatro brasileiro, a partir de 1855 reanimar-se e crescer, se mantendo em bom nível, até o triunfo nos anos 80, triunfo de um novo gosto, o chamado "teatro ligeiro", de operetas e paródias, representado por Artur Azevedo. A seguir, Amora comenta detalhadamente a vida e obra de vários escritores, falando sobre a literatura, o romantismo, a renovação da comédia brasileira e a evolução do gosto do "pitoresco". Escritores comentados: Martins Pena, Gonçalves Dias e José de Alencar.

Amora conclui o livro dizendo: "[...]o quadro que fica aqui composto, na medida de minhas possibilidades de investigação e interpretação dos fatos, está incompleto, sou eu o primeiro a reconhecer: faltam-lhe aspectos, como a crítica, o jornalismo, a oratória e a historiografia[...]", mas crê que o quadro abordado, já é suficiente para se compreender em que sentido e com que valores é realizado o Romantismo.

--Bárbara Bomfim Xavier (discussão) 23h27min de 7 de novembro de 2012 (UTC)

História da Literatura Brasileira editar

--Luciane Neri Pereira (discussão) 20h54min de 7 de novembro de 2012 (UTC)

Livro com dez edições, dentre as quais duas europeias (uma portuguesa e outra checa), tem tido uma carreira de êxito tanto pelo público quanto pela crítica, desde seu aparecimento em 1955.

A obra está escrita numa linguagem fluente , clara e compreensiva. Antônio S. Amora montou um modelo interpretativo da evolução da história, ele parte do geral ao particular. O livro está dividido em 11 capítulos, sendo que em cada capitulo há uma bibliografia individual.

O autor faz um panorama da Literatura Brasileira em seu primeiro capitulo, onde explica o inicio da literatura e classifica os períodos históricos da literatura dentre eles: o Quinhentismo, o Barroco, o Academismo, o Arcadismo, o Pré- romantismo', Romantismo, Realismo, Simbolismo, Modernismo e Neomodernismo.

No livro ele discute sobre a influência dos clássicos na literatura brasileira. Amora afirma que não se pode considerar como produção literária brasileira o que se escreveu acerca do Brasil, antes de sua colonização que foi iniciada em 1530. Esse período se caracterizou pela poesia lírica e épica, o teatro e a prosa.

Partindo para uma discussão sobre o Barroco o autor caracteriza por um estilo quase totalmente contrário ao posterior, pois este tinha tendência para a linguagem culta e também para engrandecimentos e invenções de obras engenhosas. Suas primeiras publicações foram em 1601 e este estilo perdurou até meados de 1724 onde se deu início ao período chamado Academismo, que se manteve até 1768 no qual o objetivo era reagir contra os rumos que tornaram a vida intelectual e literária no Brasil do século XVII. Muitos historiadores afirmam que o academismo não passou de uma extensão das instituições do período barroco.

Por força da influência de novas correntes do pensamento europeu (Naturalismo, Liberalismo, Iluminismo) foram surgindo, na área de nossa cultura, alguns intelectuais e políticos que dissentiram do idealismo dominante e procuraram criar um sentido mais objetivo de nossa realidade e, consequentemente, o desejo de modificar a estrutura política e econômica e a mentalidade vigentes em Portugal e suas províncias. Então na segunda metade do século XVIII, opondo-se aos acadêmicos, escritores procuraram renovar a literatura, impondo uma nova temática de princípios da expressão literária, o Arcadismo.

Pautado pelo espírito do Rigorismo foi o governo de D. Maria I, filha de D. José I que procurou banir as influências do Neoclassicismo, o Iluminismo, o Deísmo ,o Tolerantismo, etc. A sua intenção era procurar um novo sentido, para a cultura e a literatura pautado exigentemente pelo espírito do Rigorismo .

Daí dá-se procedência dos períodos Romantismo, Realismo, Simbolismo,Modernismo e Neomodernismo. Nos quais nota-se uma crescente carência em conceitualizações literárias, onde se percebe que há uma disseminação e ao mesmo tempo heterogeneidade de ideias. Movimentos literários intrinsecamente ligados á história do País, como fonte real de admiração aqueles homens com espírito revolucionário que tanto fizeram por uma cultura diversificada e que perdura até hoje, e com extrema certeza durará muito tempo.

--LucianeNeriPereira 11h46min de 20 de março de 2013 (UTC)

Referências editar

  • Obituário Impresso do Jornal Diário de São Paulo, 22 de janeiro de 1999