Felipe Povo editar

Felipe da Conceição Silva (1982-2019) mais conhecido como Felipe Povo, é natural de Porto Alegre porém passou grande parte de sua vida adulta na cidade de Pelotas (RS).[1] Foi um grande artista e grafiteiro que a partir de 2006 realizou intervenções com colagens de cartazes e adesivos.

O artista plástico e arte educador, graduado em Artes Visuais pelo Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas, RS, foi influenciado por ilustrações de shapes de skate do final dos anos 80 e anos 90, capas de discos, fanzines e cartazes de bandas. Felipe Povo fazia diversas técnicas e suportes em suas produções como: desenhos, serigrafia, xilogravura, pintura , estêncil e encadernações de publicações de seus trabalhos no formato de fanzine. Além dos grafites expostos nas paredes da cidade, participa de exposições coletivas e individuais (Figura 4). É autor de um manifesto escrito em 2007 denominado “Arte Manifestação Pública”:

Arte Manifestação Pública Minha manifestação foi iniciada a partir de minha inquietação diante de um mundo miserável e devastador. Minha preocupação com as pessoas de nosso país diante da desigualdade, da fome, da descrença, da desvalorização etc. Partindo desses e de diversos outros problemas sociais, políticos e econômicos presentes em nosso sistema, comecei então a relacionar o mundo das pessoas que circulam pelas ruas. E a pensar de que forma eu através de imagens artísticas, poderia mexer de alguma forma com as pessoas que estavam a minha volta e, principalmente as que circulam pelas ruas da cidade. (Meu conceito de arte está plenamente relacionado com o meio social e político de nossos convívios. Procuro estabelecer nos desenhos e em toda a forma de expressão que apresento, alguma relação com o mundo que vivo. A partir de então, faço minha manifestação, sempre com o intuito de atingir de alguma maneira as pessoas que as observam) (POVO, 2014)[2]

Ele conta que a ideia de trabalhar com arte de rua ( Grafite, adesivos, lambe, etc.) surgiu em 2005, com o objetivo de apresentar para o público em geral uma arte crítica e reflexiva. Felipe conta que, ainda na época em que estava cursando a faculdade de Artes Visuais, teve a ideia de criar a imagem do palhaço triste que trazia a palavra " !OVOP" (povo ao contrário). A partir daí a imagem foi reproduzida e colada em diversos pontos da cidade de Pelotas. [3]

A partir de 2009 o uso do grafite em suas obras se tornou cada vez mais recorrente. O artista passou a participar também de exposições em galerias, apresentando séries com personagens peculiares. Sem a boca, com um rosto de madeira, a figura com nariz de palhaço e olhos entristecidos, tornou-se caricatura do povo que sofre com a invisibilidade cotidiana.

Felipe desenvolveu muitos personagens, como as emblemáticas figuras com mascaras de madeira, por vezes com um nariz de palhaço. O artista participou dentre outas exposições, de um evento internacional de grafiteiros, o Meeting of Styles Brasil, que ocorreu em novembro e dezembro  de 2018, nas cidades de Pelotas e Rio Grande . O “palhaço de madeira”, que saiu dos lambes para tomar os muros das cidades através do grafite, transformou-se em uma das marcas registrada do artista. No mês de setembro de 2018 o Sesc de Santa Maria também exibiu o trabalho do Artista Felipe Povo.[4]


Referências

  1. «Homenagem Felipe Povo». Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. Consultado em 12 de novembro de 2021 
  2. Loreto, Mari Lúcie da Silva (20 de maio de 2018). «Arte urbana e a configuração do grafite em Pelotas». Universidade Federal de Pelotas. Paralelo 31 revista do programa de pós graduação em Artes Visuais UFPEL. edição 10: 124-145  line feed character character in |titulo= at position 29 (ajuda);
  3. «Artista local faz da arte uma importante manifestação pública». Sindicato dos Bancários - Pelotas e Região. 12 de fevereiro de 2019. Consultado em 12 de novembro de 2021 
  4. «Felipe Povo apresenta exposição no Museu de Arte de Santa Maria». SESC-RS. Consultado em 13 de novembro de 2021