1. O critério principal no que concerne à ortografia de antropónimos deverá ser a inclusão do nome pelo qual a pessoa é mais conhecida presentemente, esteja ela viva ou tenha já falecido.
2. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), em qualquer versão e edição, deverá constituir a ferramenta de referência comum à ortografia de antropónimos portugueses e lusófonos nos termos detalhados nos próximos pontos. Se um nome consta do VOLP é considerado entre nós património da onomástica portuguesa, “certo” e “oficial”, pese que a atribuição destes dois últimos termos a antropónimos seja algo que na prática ninguém define, daí entre aspas. Todavia, se um nome não consta do VOLP, não deverá ser considerado “errado”, não havendo por isso lugar a notas desse conteúdo equívoco e feridor de sensibilidades, como não existe noutras versões linguísticas desta enciclopédia. Para efeito exemplificativo, nos pontos seguintes, "VOLP" refere-se à obra da editora Porto Editora (disponível online em http://www.infopedia.pt/vocabulario).
3. A grafia do registo legal, se conhecida (referindo-se, portanto, a personalidades da era moderna/contemporânea, essencialmente), deverá ser respeitada e, numa situação ideal, deveria coincidir com o nome pelo qual a personalidade é mais conhecida.
4. Porém, se a personalidade não for mais remotamente conhecida pelo seu nome de registo, deverá haver pelo menos, a título informativo, próprio de enciclopédia, uma nota relativa ao nome legal. Por exemplo, Euclides da Cunha é praticamente só assim conhecido, mas o seu nome de registo é Euclydes da Cunha, devendo assim haver lugar a uma nota ou referência no texto principal, por exemplo – Euclides (Euclydes de registo). Como Euclydes não consta do VOLP, deverá eventualmente haver lugar a uma explicação extra na nota ou uma nova nota no texto e do padrão seguinte:
4.1. “No Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa [especificar qual] apenas consta a grafia X”, sendo X, neste caso, “Euclides”.
5. No caso de uma personalidade ser amplamente conhecida por duas (ou mais) formas gráficas, ambas deverão constar no artigo. Por exemplo, no caso de Eça de Queiroz, a grafia Queirós tornou-se comum em muitas (ainda que não todas) impressões das suas obras, pelo que no início do artigo deverá constar “Eça de Queirós ou Queiroz” (a negrito, salvo “ou”) ou vice-versa. Nesta situação, “Queiroz” consta do VOLP, pelo que não há necessidade de nota extra como referido no ponto anterior. Outros exemplos semelhantes a este são Américo Thomaz ou Tomás, Ruy (ou Rui) Barbosa, Marcelo (ou Marcello) Caetano, havendo lugar a nota optativa para “Marcello” por não constar do VOLP. No caso do vocábulo em questão não ser o último do nome, coloca-se entre parêntesis, tal qual o último exemplo. No caso de serem dois ou mais vocábulos, fica ao critério do editor decidir a forma de formatação mais estética de cumprir este ponto.
6. Caso a personalidade seja maioritariamente ou apenas conhecida pelo nome de registo, como “Sophia de Mello Breyner Andresen”, essa deverá ser a única forma ortográfica constante no artigo. Neste caso, todos os antropónimos se encontram no VOLP; se não fosse o caso, proceder-se-ia na mesma à introdução da nota explicativa nos moldes de (4.1). Um caso assim é Ayrton Senna. No VOLP apenas constam “Airton” e “Sena”, podendo, assim, haver lugar à nota explicativa.
7. Nomes não estrangeiros que não constem do VOLP nem tenham grafia alternativa que conste, como Kayky (Brito) ou Maicon, deverão permanecer sem notas. Em nomes como Thiago (Lacerda) e Matheus (Costa), que não constam do VOLP mas que possuem vocábulo equivalente que sim, poder-se-á colocar a nota (4.1).
8. Para nomes de personalidades históricas lusófonas de épocas mais recuadas no tempo onde ainda não se fazia registo legal e/ou a ortografia ainda não se encontrava estabilizada ao ponto das épocas mais recentes, dever-se-á, na mesma, respeitar o ponto (1). Por exemplo, Luís de Camões e não Luís (ou Luiz) de Camoens, pois a primeira forma é aquela pela qual é unicamente conhecido hoje em dia e impressa em enciclopédias e manuais escolares. Outros exemplos: D. Afonso Henriques, ao invés de Affonso, Aphonso ou equivalentes; D. Dinis ao invés de D. Diniz ou D. Denis. As linhagens reais e nobres são importantes exemplos, mesmo que já de épocas recentes, como D. Luís I, pois assim é impresso em manuais escolares. De ressalvar que, e extrapolando (5) para algo nomeado em honra de alguém, a ponte em seu nome é conhecida de duas maneiras, pelo que nesse artigo deverá constar Ponte D. Luís I ou Luiz I, sendo também que Luiz consta do VOLP. Repare-se que é possível acrescentarem-se notas quanto à grafia original. Por exemplo, “na grafia original, Diniz” ou “usando a grafia medieval portuguesa, Yzabel”, quando, é claro, tenham inequivocamente deixado de ser conhecidas por essas grafias.
9. Nomes de personalidades não lusófonas ou nomes inequivocamente estrangeiros de personalidades lusófonas deverão ser grafados de acordo com a grafia original. Por exemplo, John Lennon e não João Lennon, Gisele Bündchen (origem alemã) e George Bush (nomes ingleses). Reserva para personalidades estrangeiras da Antiguidade, Era Medieval ou de outros tempos mais ou menos recuados, onde se deverá observar (1) e respeitar a “tradução” mais conhecida, como por exemplo Júlio César, Erasmo de Roterdão/Roterdã, São Patrício, etc., não se excluindo a possibilidade de se explicar como se escreve o nome original e a que língua corresponde. Por exemplo, Nicolau Nasoni é assim maioritariamente conhecido; porém, é aconselhável “Nicolau Nasoni (italiano: Niccoló Nasoni)”, de forma a tornar o artigo mais informativo.
10. Por último, nomes de realeza estrangeira deverão também respeitar (1). Assim, aceitam-se uma ou mais traduções (constantes do VOLP) se forem mais conhecidos dessa forma na lusofonia relativamente ao seu nome original. A título de exemplo, príncipe Carlos (inglês: Charles). Porém, noutros casos o nome traduzido não é o pelo qual a pessoa é mais conhecida, pelo que se deve respeitar na mesma (1) e acrescentar-se uma explicação do nome aportuguesado; por exemplo, príncipe Harry (aportuguesando: Henrique). Não havendo tradução possível, mantém-se o original sem referência a algum aportuguesamento (exemplo: realeza japonesa e tailandesa).
11. Nos casos em que a categoria a que o nome de uma determinada celebridade pertence não seja consensual, dever-se-á utilizar a página de discussão para se tentar chegar a um consentimento. Um determinado nome é considerado “conhecido” se for impresso dessa forma sempre, muitas ou algumas vezes, se existirem fundações ou outras entidades que usem esse nome, entre outros.