Nota: Se procura o vilão de Batman, veja Ventríloquo (DC Comics).

Ventriloquia ou ventriloquismo é a arte de projectar a voz, sem que se abra a boca ou mova-se os lábios, de maneira que o som pareça vir doutra fonte diferente do falante.[1]

Mallory Lewis (filha de Shari Lewis) com seu boneco.

Origens editar

Os gregos antigos chamavam esta arte de gastromancia, e estava associada às práticas divinatórias da necromancia, sendo usada para parecer que o espírito do morto estava presente para dar informações de além-túmulo. Durante a Idade Média a prática era associada à feitiçaria.

A partir do século XVI as doutrinas espiritualistas foram se apartando das mágicas e das fugas maravilhosas, que foram se tornando artes voltadas aos espetáculos teatrais e circenses, sem conotações místicas.

Arte cênica editar

O ventríloquo usa do artifício de falar, ao mesmo tempo que manipula um boneco, por exemplo, o artista dissimula o timbre natural da própria voz e entabula um verdadeiro diálogo com a peça inanimada, o que contribui para reforçar a ilusão.

Grandes ventríloquos editar

 
O ventríloquo Edgar Bergen e seu boneco Charlie McCarthy em cena do filme Stage Door Canteen (1943).

EUA editar

Nos Estados Unidos um grande ventríloquo, que atuou no filme da Disney Fun and Fancy Free (no Brasil: "Como é bom se divertir"), foi Edgar Bergen, com seus fantoches "Charlie McCarthy" e "Mortimer Snerd"

Bill Crystal contracenava com um boneco na série "Soap" de Susan Harris.

Dentre os grandes ventríloquos dos EUA tem-se Jeff Dunham, muito famoso por seus programas no qual entrevistava cinco diferentes bonecos e Terry Fator, ganhador do Programa "AGT" (America´s Got Talent) em que imitava grandes artistas como Ella Fitzgerald, Tony Bennett e Roy Orbison e Shari Lewis, ventríloqua norte-americana e apresentadora de programa infantil da TV, muito popular durante os anos sessenta com seus fantoches e espetáculo de ventriloquia.

Destaca-se também a jovem ventríloqua Darci Lynne Farmer, que venceu a décima segunda temporada do America's Got Talent.

Brasil editar

No Brasil tem-se Batista Júnior, que atuou na primeira metade do século XX. Alguns programas televisivos chegaram a apresentar bonecos "falantes", como o humorístico A Praça é Nossa.

No Rio de Janeiro o tio Daniel, que é muito conhecido pela improvisação na fala dos bonecos, transformando assim o personagem"Rato Élvis" em um boneco quase real.

Em Manaus tem-se Oscarino Farias, com mais de 60 anos de carreira e conhecido por manipular o boneco ''Peteleco''. Sua criação é considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas.[2]

Em São Paulo os artistas de destaque são:

Warley Santana apresentador do programa "Tá Certo" da TV Cultura e que possui o espetáculo Bonecomédia e faz turnê por todo Brasil com o apoio do Ministério da Cultura. Se apresentou por 3 anos consecutivos no Vent Haven, o maior encontro de ventríloquos do mundo nos Estados Unidos.

Gelatina, considerado o mais veterano dentre os ventríloquos da nova geração. Em 1981 foi considerado o único ventríloquo criança do Brasil aos 8 anos de idade. Atualmente Gelatina é proprietário de um circo, onde apresenta seu talento com o impagável boneco Bijú. Tem muitos vídeos no Youtube com seu boneco bastando procurar por Palhaço Gelatina e Boneco Biju ou Gelatina Ventriloquia.

Diego Menezes que se apresentou em diversos programas de televisão com a Máscara de Ventriloquia, onde ele transforma alguém da plateia em boneco.

Yakko Sideratos conhecido por manipular o boneco "Petráki" . Já passou por diversos programas da tv brasileira, como Jô Soares, Faustão, Hora do Faro, e muitos outros, mostrando a arte da ventriloquia. Com seus diversos shows como: "Na Mira do Riso com Yakko Sideratos", "Pequenos Heróis", "Ventriloucura", agrada crianças e adultos com seus espetáculos. Fazendo muitos trabalhos em escolas, casas de show de Stand Up Comedy e eventos corporativos. Tem um canal no youtube onde toda semana tem vídeo novo com seus bonecos.

E muitos novos talentos estão surgindo, por todo o país.

Portugal editar

Em Portugal, um ventríloquo muito conhecido é José Freixo, com o seu Donaltim. De facto, desde os anos 70, que vem exercendo a actividade como ventríloquo, participando, algumas vezes, em programas de entretenimento da RTP, mas também noutros, como o Natal dos Hospitais, sempre acompanhado do seu boneco, que na altura, lhe chamava Donald (no entanto, em nada está relacionado com o Pato Donald das séries da Disney). Nos anos 70 chegou a gravar vários discos.

Um outro ventríloquo português muito conhecido a nível mundial é Sérgio Batista. Sérgio Batista e seus bonecos, têm participado em vários programas de televisão em Portugal, nos Estados Unidos da América , Suiça, Alemanha, França e mais algumas Comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo. Em 1979, quando fez a primeira digressão nos Estados Unidos da América, foi considerado pelos "críticos das Artes" um dos melhores Ventríloquos do Mundo, actuou nos melhores Casinos da Europa, dos quais se destacam a sua prolongada estadia no Casino Estoril por seis meses seguidos e a inauguração do Casino da Madeira. É figura de destaque no Casino de Espinho, Casino da Figueira e da Póvoa do Varzim. É o único Ventríloquo do Mundo que exibe em palco dois bonecos do tamanho real de uma pessoa, são um simpático "casal" com cerca de 1,65 cm de altura cada.

Referências

  1. «Ventriloquia - Dicionário Online de Português». Consultado em 13 de Novembro de 2012 
  2. «Mortes: Oscarino e Peteleco, patrimônios culturais do Amazonas». Folha de S.Paulo. 21 de abril de 2018 

Ligações externas editar

  Este artigo sobre arte ou história da arte é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.