Verdilhão-do-deserto

O verdilhão-do-deserto ou asa-rosada (Rhodospiza obsoleta)[1] é um Passeriforme acastanhado da família Fringillidae. Também classificado como Carduelis obsoleta e Rhodopechys obsoletus.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaVerdilhão-do-deserto
Desenho de um casal (fêmea à esquerda e macho à direita)
Desenho de um casal (fêmea à esquerda e macho à direita)
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Fringillidae
Género: Rhodospiza
Espécie: R. obsoleta
Nome binomial
Rhodospiza obsoleta
(Lichtenstein, 1823)
Sinónimos
  • Fringilla obsoleta
    Lichtenstein, 1823
  • Bucanetes obsoletus
    Cabanis, 1851
  • Carduelis obsoleta
    Sharpe, 1888
  • Rhodopechys obsoleta
  • Chloris obsoleta

Descrição editar

Tem uma envergadura entre asas de 26 cm, asas pretas e brancas com uma barra cor-de-rosa, cauda preta e branca, bico preto e grosso, corpo acastanhado, com as partes inferiores mais claras, quase branco-acastanhadas.. A fêmea é parecida com o macho, mas as cores são mais baças. A fêmea põe 4-5 ovos azulados com pintas castanho-escuras ou negras, num ninho em forma de taça, construído com caules de plantas de uma forma um pouco desordenada, forrado no interior com fibras vegetais, mas sem pêlos nem penas (Roberts, 1992). O ninho pode ser construído numa árvore, mesmo em pomares, ou num arbusto. É um pássaro residente, apenas migra localmente.

Distribuição editar

Afeganistão; noroeste e norte da China (Sinquião, Mongólia Interior, Gansu); nordeste do Egito; Irão; norte do Iraque; Israel; Jordânia central; sul, este e centro do Casaquistão; Quirguistão; Paquistão (Baluchistão); Palestina; norte da Arábia Saudita; Síria; Tajiquistão; sudeste da Turquia; Turquemenistão.[2]

Habitat editar

O verdilhão do deserto é um habitante das regiões semi-áridas semeadas de moitas, das planícies e montanhas cobertas de estepes, mas perto de áreas cultivadas, de zonas arborizadas, de pomares e jardins, com cursos de água, da qual necessita.

Alimentação editar

Alimenta-se essencialmente de sementes. Gosta das cabeças florais de plantas herbáceas, em especial das sementes de Alhagi camelorum, comum no vale de Quetta, Paquistão (in Roberts, 1992). Também se alimenta das silíquas de uma brassicácea (Erophila verna). Pode ser visto a alimentar-se aos pares, em pequenos grupos ou em grandes bandos.

Filogenia editar

Obtida por Zamora et al [3] e Arnaiz-Villena et al.[4]

Origem dos verdilhões editar

 
Rhodospiza obsoleta MHNT

Estudos filogenéticos recentes, baseados na análise da sequência do ADN mitocondrial (Zamora et al, 2006), mostram que o verdilhão do deserto é um antepassado dos verdilhões (c. cloris, c. sinica, c. spinoides, c. ambigua), e não um parente do pintarroxo trombeteiro (Rhodopechys githaginea), como era considerado até aí. Uma possível origem dos verdilhões poderá ter sido a partir de um antepassado comum, do verdilhão do deserto e dos verdilhões, que terá aparecido à cerca de 6 milhões de anos, tendo evoluído para uma espécie com cores mais vivas com predominância dos verdes e mais tarde dos amarelos, adaptada a bosques e florestas (os verdilhões) e para uma espécie com cores mais pálidas com predominância das cores acastanhadas, bem adaptada a regiões semi-áridas (o verdilhão do deserto). Deste modo, o verdilhão do deserto (Rhodopechys obsoleta) deverá ser incluído no género carduelis, passando a chamar-se carduelis obsoleta, deixando de estar incluído no género rhodopechys (Arnaiz-Villena et al, 2009).

Referências editar

  1. «Rhodospiza obsoleta - Avibase». Consultado em 25 de abril de 2016 
  2. The Internet Bird Collection Rhodospiza obsoleta Acesso a 18 de Agosto de 2012
  3. Zamora, J; Arnaiz-Villena A, Ernesto L, Ruiz-del-Valle V, Moscoso J, Serrano-Vela JI, Rivero-de-Aguilar J (2006). «Rhodopechys obsoleta (desert finch): a pale ancestor of greenfinches(Carduelis spp.) according to molecular phylogeny» (PDF). Journal of Ornithology. 147 (3.): 448–456. 
  4. Arnaiz-Villena, Antonio; Gomez-Prieto P, Ruiz-del-Valle V (2009). Phylogeography of Finches and Sparrows. [S.l.]: Nova Science. ISBN 978-1-60741-844-3. Consultado em 18 de agosto de 2012. Arquivado do original em 3 de novembro de 2013 


Ligações externas editar