As vestes talares, de uso característico pelos clérigos, magistrados e académicos, têm sua origem nos trajes sacerdotais da antiga Roma.[1]

Juiz espanhol do século XVII usando vestes talares, pintura de Diego Velázquez.

Vestes académicas editar

No ambiente acadêmico, fazem parte do cerimonial, sendo adotadas pelas universidades europeias a partir do século XIII , com o aparecimento da figura do reitor. Símbolos de poder, de posição hierárquica, as vestes talares têm o objetivo de destacar as pessoas que as utilizam das demais, dando-lhes especial representatividade. Os advogados também usam vestes talares (toga) em sua profissão. A palavra talar vem do latim talus, calcanhar, daí a expressão veste talar, "aquela cujo comprimento vai até os calcanhares".[1][2][3]

Vestes talares reitorais editar

Beca preta, murça ou samarra brancas, capelo na cor branca, colar reitoral e bastão. A cor branca é exclusiva do reitor e representa todas as áreas do conhecimento.

Vestes talares doutorais editar

beca preta, samarra e capelo na cor da área de conhecimento do doutor.

Vestes talares professorais editar

beca longa, na cor preta, com torçal, borla pendente na cor de sua área de conhecimento.

Outras peças editar

Capa acadêmica editar

Não é considerada uma veste talar, mas se insere nos trajes especiais para o cerimonial na universidade.

Capa preta; mangas longas dobradas de branco; jabaeu branco (espécie de peitilho frente ao peito) e faixa na cintura, na cor da área de conhecimento do formando. Veja alguns termos utilizados no Cerimonial da Universidade, quanto às veste talares:

Beca editar

Capa preta de tecido diverso tem vários modelos. O mais comum é com mangas longas e duplas, pala larga, grandes costais, com sobrepeliz e franzido na cintura. Possui botões internos para abotoar, torçal com bola pendente, tarja na pala e costais, estas na cor da área do conhecimento do professor.

Suas medidas são iguais às da murça. Para os eclesiásticos é usada a túnica e para os magistrados, a beca.

Borla editar

Enfeite em forma de círculo, geralmente de madeira, recoberto de seda, com fios pendentes, preso pelo torçal que circunda a pala ou a gola da beca.

Capelo editar

Pequena capa, privativo do Reitor e dos Doutores Honoris Causa, sempre na área do conhecimento do doutor e na cor branca para o Reitor. Representa o poder temporal (analogia com a coroa real). Usado nas cerimônias de caráter oficial da Universidade, é obrigatório nas solenidades de concessão de grau, outorgas, posse, transmissão de cargo e na presença de autoridades. Os Reitores podem optar por não usá-los, devendo nesse caso, trazê-los na mão esquerda, colocando-os no centro da mesa, durante o evento.

Murça editar

Pequena capa, que vai até o cotovelo, usada sobre a sobrepeliz, assim como a samarra. Também conhecida como Muça.

Samarra editar

Também conhecido como chimarra ou simarra, é a veste superior das autoridades universitárias. Trata-se de uma túnica, pendente dos ombros até a altura do cotovelo, somente usado pelos Reitores, Chanceleres e Doutores. Outras pessoas, mesmo que representando o Reitor, não podem vesti-la. Os Reitores usam na cor branca, os doutores nas cores de sua área do conhecimento.[4]

Torçal editar

Espécie de corda trançada, geralmente de seda, que reveste a pala e a gola da beca. É complementada pelas borlas pendentes.

Referências

  1. a b User, Super. «As vestes talares e as cores da profissão - Sérgio Couto». www.oabpa.org.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2018 
  2. «A moda nas profissões: TALARES - Redação Virtual Mackenzie». Redação Virtual Mackenzie. 18 de novembro de 2015 
  3. «piauí_72 [esquina] Das vestes talares». revista piauí 
  4. «Vestes talares | .». www.usp.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2018