A Villar Perosa M15 foi uma arma automática portátil italiana, desenvolvida durante a Primeira Guerra Mundial pelas Officini de Villar Perosa, originalmente para ser operada pelos segundos tripulantes/observadores das aeronaves militares. É considerada como a primeira verdadeira pistola-metralhadora (ou submetralhadora) do mundo.

Mitragliatrice Villar Perosa

Modello 1915
Tipo Metralhadora aérea
Pistola-metralhadora
Local de origem  Itália
História operacional
Em serviço 1915 - 1918
Histórico de produção
Criador Villar Perosa
Data de criação 1914
Especificações
Peso 6,5 kg (versão portátil)
Comprimento 533 mm
Comprimento 
do cano
320 mm
Cartucho dois carregadores de 25 munições cada
Calibre 9mm Glisenti
Velocidade de saída 320 m/s
Alcance efetivo 120 m

Histórico editar

A Villar Perosa foi projectada como uma metralhadora portátil, de cano duplo, disparando uma munição de 9 mm. Na prática, a metralhadora consistia em duas armas independentes acopladas, cada uma com seu cano, mecanismo de tiro e carregador separados. Como foi originalmente desenhada para ser operada a partir de aeroplanos tinha uma alta cadência de tiro de mais de 1500 tpm.

A munição de pistola 9 mm Glisenti da arma, alimentada por dois carregadores de 25 munições cada, não era, no entanto, suficientemente poderosa para abater aeronaves, que se tornaram cada vez mais resistentes com o decorrer da guerra. Além disso, o alcance era insuficiente.

Em vez, disso, a Villar Perosa começou a ser atribuída às tropas terrestres. Entre maio e novembro de 1916 foi atribuída a cada batalhão de infantaria do Exército Italiano, uma secção de 2 Villar Perosa e 28 militares. A partir de maio de 1917, o número de secções aumentou, sendo atribuída uma, a cada companhia de manobra (portanto, três por batalhão de infantaria). A arma foi usada pela primeira vez na 12ª Batalha de Isonzo.

Com o seu baixo peso, comprimento reduzido e elevada cadência de tiro, podia ser utilizada facilmente no assalto a trincheiras. No entanto, o Exército Italiano considerou-a inicialmente uma arma de defesa, equipando cada uma das Villar Perosa com um escudo blindado e uma elevada guarnição composta por 14 militares. Mais tarde, a Infantaria aprendeu, aos poucos, a utilizá-la como arma de assalto.

Em 1917, as unidades de Arditi (Comandos) do Exército Italiano começaram a utilizar as Villar Perosa de forma agressiva, como uma verdadeira pistola-metralhadora. Para tal, tornaram-na mais portátil, retirando-lhe o pesado escudo blindado e acrescentando-lhe uma coronha de madeira. Cada companhia de Arditi dispunha de 3 destas armas, usadas para suprimir o inimigo durante os assaltos. A elevada cadência de tiro tornava difícil o disparo de rajadas curtas em movimento, usando-se, preferencialmente, o método de disparar todas as munições do carregador até este ficar vazio. Em 1918 o número de Villar Perosa foi aumentado para 6 armas por cada companhia de Arditi.

Grande parte das Villar Perosa, existentes no final de 1918, foram canibalizadas, sendo os seus componentes utilizados para a criação da Beretta M18, com um único cano e uma coronha de madeira. Esta nova arma era uma verdadeira pistola-metralhadora no sentido moderno do termo.[1]

Muitas Villar Perosa foram capturadas aos italianos, pelos alemães e pelos austro-húngaros. Os austro-húngaros ficaram tão bem impressionados com a arma que construiram uma cópia quase idêntica, classificada como "pistola de assalto" e designada Sturmpistole M.18. A principal diferença entre o modelo original e o austríaco eram os carregadores rectos deste, em comparação com os italianos, de formato curvo.

Ver também editar

Referências

  1. Nicolle, David (25 Mar 2003). The Italian Army of World War I. Col: Men-at-Arms 387. [S.l.]: Osprey Publishing. p. 33. ISBN 9781841763989 

Ligações externas editar

 
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