Wang Hui

filósofo chinês

Wang Hui (Jiangsu, China - 1959) é um teórico político, filósofo e historiador chinês. É professor do departamento de Lingua e Literatura Chinesa na Universidade Tsinghua em Beijing. Autor prolífico, com diversos livros publicados em inglês e chinês, sobre filosofia política, crítica literaria, história intelectual chinesa e política contemporânea. É uma das figuras mais proeminentes da Nova Esquerda Chinesa, considerado também um dos mais críticos e originais pensadores do movimento.[1][2][3]

Wang Hui
Wang Hui
Wang Hui na Fundação Rosa Luxemburgo em 2016
Nascimento 1959
Jiangsu, China
Ocupação Filósofo

Trajetória editar

Wang Hui nasceu em YangZhou, na provincia de Jiangsu, em 1959. Trabalhou dois anos em uma fábrica antes de entrar na universidade, em Yangzhou. Fez seus estudos de pós-graduação da Universidade de Nanjing e na Academia Chinesa de Ciências Sociais, onde recebeu seu doutorado em 1988. Escreveu sua tese sobre o escritor Lu Xun, chamada Contra o desespero: Lu Xun e o mundo literário (反抗绝望:鲁迅及其文学世, Fǎnkàng juéwàng: Lǔxùn jí qí wénxué shì).[4]

Participou dos protestos na praça Tiananmen em 1989, e em sequência foi enviado à um centro de "reeducação" em Sangluo, por um ano.[4]

Entre 1996 e 2007 foi um dos diretos executivos da revista Dushu (读书), uma das mais importantes nas humanidade na China. Atualmente é professor de Estudos Chineses Modernos, no departamento de lingua e literatura chinesa na Universidade Tsinghua em Beijing, onde ensina literatura chinesa e pensamento chinês moderno. Foi professor visitante nas universidades de Harvard, Edimburgo, Bolonia, Stanford, UCLA, Berkeley, e na Universidad de Washington, entre outras.[4]

Dushu (读书) editar

A revista Dushu, que significa ler ou leituras, foi fundada em 1979, e sua publicação era mensal. Seu motto era 'Nenhuma Zona Proibida na Leitura'. Durante a década de 1980 publicou contribuições da antiga geração de acadêmicos, como também ensaios políticos dos pensadores mais abertos do PCC. Foi uma das poucas publicações do tipo na época, e foi imensamente influente por proporcionar o contato entre a intelectualidade chinesa emergente. Ao longo dessa década a revisto continuamente refletiu sobre o desenvolvimento econômico do Japão, que havia se tornado uma potência econômica global, que se mostrava exemplar no consenso pós-revolucionário da china, no período mais tardio da década, a revista passou à contribuir na introdução das novas tendências intelectuais europeias - como a obra de Foucault, Heidegger, Sarte, a Semiótica e a Teoria da modernização - momento chamado de febre cultural (文热, Wénrè).[4]

Após a repressão e massacre de 1989, a revista Dushu não sofreu tanto quanto outras do gênero. Em 1996, Wang Hui entra na revista, momento em que passa à ser mais crítica e interagir mais com a comunidade internacional. Seu trabalho "Contemporary Chinese Thoughts and the Question of Modernity" (Pensamento Chinês Contemporâneo e a Questão da Modernidade)[5], publicado em 1997, produziu um choque na intelectualidade chinesa por sua atitude crítica à modernidade capitalista e seu foco socio-histórico da história das ideias, o que provocou grandes debates.[4]

Em Julho de 2007, Wang Hui foi demitido da revista. Muitos criticaram a demissão, denunciando-o como parte de uma campanha do Estado de silenciar as vozes dissidentes que críticam a política neoliberal e autoritária de Beijing.[4]

Obras editar

Em chinês

  • From An Asian Perspective: The Narrations of Chinese History (《亞洲視野:中國歷史的敘述》, 2010);
  • For Alternative Voices (《別求新聲》, 2009);
  • Depoliticized Politics (《去政治化的政治》, 2008);
  • The Rise of Modern Chinese Thought (four volumes), (《現代中國思想的興起》, 2004–2009); and
  • Rekindling Frozen Fire: The Paradox of Modernity (《死火重溫》, 2000).

Traduzidos em inglês

  • The Rise of Modern Chinese Thought (four volumes), in press;[6]
  • The End of Revolution: China and the Limits of Modernity (Verso, 2010);
  • China’s New Order: Society, Politics, and Economy in Transition, translated by Ted Huters and Rebecca Karl (Harvard University Press, 2003);
  • Shisō kūkan toshite no gendai chūgoku (Modern China as a Space for Thinking), translated by Murata Yujiro, Sunayama Yukio, and Onodera Shiro (Tokyo: Iwanami Shoten, 2006);
  • A New Asian Imagination (in Korean; Seoul: Creation and Criticism Press, 2003); and
  • The Politics of Imagining Asia, translated by Theodore Huters, (Harvard University Press, 2011).

Ver também editar

Referência editar

  1. Anshu, Shi, François Lachapelle, and Matthew Galway. "The recasting of Chinese socialism: The Chinese New Left since 2000." China Information 32.1 (2018): 139-159.
  2. Verso - Wang Hui, acessado em 05/11/2021
  3. China: que alternativas? A Nova Esquerda chinesa, site PassaPalavra, acessado em 05/11/2021
  4. a b c d e f MENA, Ferran Pérez. El pensamiento de Wang Hui. Asiadémica: revista universitaria de estudios sobre Asia Oriental, n. 02, p. 172-189, 2013.
  5. Hui, Wang. "El pensamiento chino contemporáneo y la cuestión de la modernidad." Istor 25 (2006): 27-72.
  6. Die Zeit, No. 25, June 10, 2009, pg. 36