A Wiener (do alemão Wiener Würstchen), também conhecida como salsicha viena ou salsicha tipo vienense, é um tipo de salsicha originária dos países germânicos.[1][2] Foi criada pelo alemão Johann Georg Lahner[1] e é comum no mundo todo por ser a típica salsicha do cachorro-quente.[3]

Wiener
Wiener
salsicha vienense enlatada.
Categoria prato principal
País Alemanha
Receitas: Wiener   Multimédia: Wiener

O processo de fabricação da salsicha tipo vienense, embora similar, se difere do preparo de fabricação da tradicional salsicha tipo Frankfurter (Frankfurter Würstel).[4] A salsicha Frankfurter é originalmente feita somente de carne suína, sendo proveniente da região de Frankfurt, do centro da Alemanha, e também é muito utilizada no cachorro-quente.[4] A vienense normalmente é feita a partir de uma mistura de carne suína e bovina.[5]

História editar

 
Johann Georg Lahner, açougueiro considerado o inventor da salsicha vienense.

A Wiener foi inventada em 1805 pelo açougueiro alemão Johann Georg Lahner, em Viena.[1] Lahner (Gasseldorf, Ebermannstadt, 13 de agosto de 1772 - Viena, 23 de abril de 1845) havia migrado da localidade de Gasseldorf, em Ebermannstadt, na região da Francônia, no norte do estado da Baviera, na Alemanha, para Viena, na Áustria.[1] Acostumado a oferecer aos seus clientes a salsicha Frankfurter de carne suína, em 1805 resolveu criar e vender pela primeira vez a seus fregueses uma salsicha feita com dois tipos de carne, bovina e suína, envolta em intestino de cordeiro.[1] A invenção passou a ser chamada de Wiener Wurst, ou seja, salsicha vienense.[1]

Em Frankfurt os açougues de carne suína e de carne bovina eram rigorosamente separados, diferentemente de Viena. Provavelmente está é uma das razões pela qual Lahner conseguiu produzir as salsichas vienenses similar ao processo de fabricação da salsicha frankfurter.[6] Em 1840 uma receita para salsichas vienenses, feita em partes iguais de carne de porco magra e gordura, foi encontrada em um livro de Colônia.[7]

No Brasil, a colonização de algumas regiões pelos povos germânicos ajudaram a trazer vários hábitos culinários, entre eles o de preparar e consumir a salsicha tipo vienense.[8] A salsicha ficou conhecida por vina[9] em alguns locais do estado brasileiro do Paraná,[10] principalmente na região de Curitiba.[11][12][13][14][15] A palavra "vina" é uma equivalência fonética do alemão "Wiener" que significa "vienense" ou proveniente de Viena. Wien significa Viena e Wurst significa salsicha.[2]

A wiener pesa cerca de 50 a 70 gramas e começou a ser comercializada ainda no início do século XIX.[8] Na versão industrializada é adicionado conservantes no processamento da salsicha e a cor laranja da “capa” é resultado de uma solução de urucum, que é um corante natural.[16] Foi criado também a salsicha vienense vegetariana, uma versão sem carnes.[17] Para o consumo as salsichas geralmente são preparadas em água fervente, sendo servidas com molhos (de tomate ou de mostarda), com pães ou ainda com saladas.[8]

Galeria editar

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e f «Salsicha vienense completa 200 anos de existência». UOL. 23 de setembro de 2005. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  2. a b Cassio Ferreira (12 de maio de 2019). «Por que curitibanos chamam salsicha de vina?». Busão Curitiba. Consultado em 6 de janeiro de 2020 
  3. Breno Raigorodsky. «Embutidos: da sobrevivência à gastronomia». Senac. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  4. a b «As salsichas Frankfurter conquistaram o mundo». Germany. Consultado em 6 de janeiro de 2020 
  5. Herr Sauerkraut (18 de maio de 2015). «Salsicha para cachorro quente : Wiener ou Frankfurter ?». Sauerkraut. Consultado em 6 de janeiro de 2020 
  6. Heinz Dieter Pohl: Die österreichische Küchensprache. Ein Lexikon der typisch österreichischen kulinarischen Besonderheiten (mit sprachwissenschaftlichen Erläuterungen). (= Studia interdisciplinaria Ænipontana. 11). Praesens Verlag, Viena: 2007, ISBN 978-3-7069-0452-0, Frankfurter Würstel. S. 64.
  7. Neue Kölner Köchin oder Handbuch der Kochkunst. 10ª edição. Colônia 1840. (SLUB-Digitalisat)
  8. a b c William Shurtleff; Akiko Aoyagi. «As Salsichas Típicas Alemãs». Simplesmente Berlim. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  9. «Vocabulário paranista: brasileirismos do Paraná». Editora UEPG. 2001. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  10. Professores explicam o ritmo português falado em Curitiba Arquivado em 12 de maio de 2015, no Wayback Machine. Jornal de Comunicação UFPR
  11. «Vinada Cultural tem cachorro-quente a R$ 10 e música ao vivo em Curitiba». G1. 24 de junho de 2016. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  12. «Vinada Cultural: vem aí o maior festival de pão com vina do Brasil». 98 FM. 14 de julho de 2017. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  13. Bom Gourmet (26 de julho de 2018). «Contagem regressiva: faltam dois dias para o maior evento de pão com vina do Brasil!». Gazeta do Povo. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  14. «Vinada 2019 está confirmada: conheça alguns dos 'dogueiros' participantes». Tribuna do Paraná. 12 de julho de 2019. Consultado em 7 de janeiro de 2020 
  15. «É vina ou salsicha? Prefeitura de Curitiba esclarece dilema!». Tribuna do Paraná. 1 de abril de 2019. Consultado em 6 de janeiro de 2020 
  16. Anna Fagundes (4 de abril de 2017). «Salsicha faz bem? Veja qual é a melhor e a pior delas para consumir». UOL. Consultado em 6 de janeiro de 2020 
  17. William Shurtleff; Akiko Aoyagi (2004). «Worthington Foods (1939 - ): Work With Soyfoods». Soyinfo Center. Consultado em 7 de janeiro de 2020 

Ligações externas editar

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