Zambeto (em fom: Zāgbéto; em gum: Zangbeto, zan "noite", gbeto "caçador")[1][2][3] são os tradicionais guardiões vodu da noite entre os povos Ogu/Egun (no Benim, Togo e Nigéria); uma tradição espiritual que é encarregado de manter garantir a segurança e proteção nas comunidades Ogu.[4] São altamente reverenciados e atuam como uma "força policial não oficial", que patrulham as ruas, especialmente à noite, vigiando as pessoas e suas propriedades, encontrando criminosos e entregando-os à comunidade; Originalmente criado para assustar o inimigo, Zambeto vagará pelas ruas para detectar ladrões e bruxas e para proteger a lei e a ordem.[5]

Representação de um Zambeto próximo a crianças

Descrição editar

Relacionando o seu papel cultural fundamental no vigilantismo local e na organização das comunidades Ogu, Zangbeto é um termo na língua gum para "homens da noite" ou "vigilantes noturnos".[6]

O Zambeto assume uma vestimenta feita por fios de feno, ráfia ou outros materiais, às vezes tingidos em tons coloridos.[6] As pessoas debaixo do traje conseguem entrar em um transe que, segundo a tradição, permite que seus corpos sejam habitados por espíritos que possuem um conhecimento especial das ações das pessoas. Porém, de acordo com a crença Ogu, não existem humanos sob o traje, apenas espíritos da noite.[7]

Na cultura Ogu, os Zambeto são os tradicionais guardas de segurança de suas comunidades. Diz-se que eles formam uma sociedade secreta que só pode ser frequentada estritamente por Zambeto ou adoradores e devotos do vodu. Considera-se que Zambeto possui habilidades espíritas e mágicas, como engolir lascas de vidro sem causar nenhum dano e espantar até bruxas.[8]

Festivais elaborados construídos em torno do Zambeto são realizados regularmente em diferentes comunidades Ogu em toda a África Ocidental. Os populares são os que acontecem em Porto Novo, no Benim, e em Ajido, na Nigéria.[9][10][11]

Referências

  1. Castro, Yeda Pessoa de (2001). Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras. p. 355 
  2. Verger, Pierre (1957). Notes sur le culte des Orisa et Vodun à Bahia: la Baie de tous les saints au Brésil et à l'ancienne Côte des esclaves en Afrique (em francês). [S.l.]: IFAN 
  3. Blier, Suzanne Preston (1991). "Faces of Iron: Media, Meaning, and Masking in Danhomé". Bulletin du Musée Barbier Mueller. p. 24
  4. Okunola & Ojo 2013, pp. 199–220.
  5. VoA.
  6. a b Okure 2016, pp. 10–30.
  7. Hunsu 2011.
  8. Butler 2006, p. 32.
  9. Images 2020.
  10. New York Post/AP 2018.
  11. Olukoya 2018.

Bibliografia editar

Ligações externas editar