O Fisiólogo, ou Physiologus em Latim, é um manuscrito grego antigo que resulta da compilação de uma série de lendas com origem nas tradições indiana, egípcia e judaica, a que se acrescem as contribuições gregas dos textos clássicos sobre o mundo natural de Aristóteles, Heródoto, Plínio e outros naturalistas.[1] Não se conhece a autoria do texto, mas, pelo que nos diz a tradição e Richard Gottheil [2], tem-se especulado sobre a possível autoria de Clemente de Alexandria, ou Tatiano, ou Epifânio, ou Basílio de Cesareia ou, ainda, São João Crisóstomo. Durante a década de noventa considerava-se que o Fisiólogo teria sido escrito em Alexandria no (século II), até Alan Scott[3] defender que a sua composição pertencia ao fim do século seguinte ou início do ainda posterior, por ser notável a influência de Orígenes. Scott também questiona Alexandria como lugar da composição do manuscrito, afirmando que as provas só indicam que tenha sido escrito no Egipto, todavia, a noção de que se trata desta cidade tem sido aceite pela academia. Segundo estudos conduzidos na Universidade de Aberdeen, terão sido os textos de São Paulo e Orígenes a revestir estas histórias antigas com o tecido cristão, onde se procurava mostrar que o mundo de Deus estava espelhado no mundo natural.[1]

Adão nomeia o Leão, Fisiólogo de Berna, séc. IX.

O Peridéxion é a única árvore que está representada no manuscrito antigo do Fisiólogo, que consistia na descrição de animais, pássaros, criaturas fantásticas e pedras, acompanhados de conteúdo moral didáctico, sob a forma de metáforas para facilitar a aprendizagem e integração do cristianismo. Até ao advento da ciência, quando se universalizou um conhecimento mais rigoroso do mundo natural, acreditava-se que as histórias e animais catalogados no Fisiólogo eram reais, pelo que durante muito tempo no medievo, este era o texto que se tinha mais próximo de uma zoologia. Tal como o podemos conhecer agora, deriva duma zoologia popular em cerca de cinquenta secções que acabou por ser transformada num conjunto de alegorias cristãs.[2]

Referências

  1. a b The Origin of the Text in The Aberdeen Bestiary Arquivado em 29 de junho de 2009, no Wayback Machine.
  2. a b Richard Gottheil, The Greek Physiologus and Its Oriental Translations, The University of Chicago Press, 1899. JSTOR
  3. Alan Scott, The Date of the Physiologus, Vigiliae Christianae, Leiden, Brill, 1998. JSTOR

Ver também

editar

Ligações externas

editar
  Este artigo sobre um livro é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.