A Hora do Planeta (ou Earth Hour) é um movimento anti-aquecimento global da ONG WWF para mobilizar a sociedade em torno da luta contra o aquecimento global, realizada desde 2007. Em um período de 60 minutos (correspondente a 1 hora) do último sábado de março de cada ano, governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.

No primeiro ano, apenas a cidade de Sydney (Austrália) participou. Já em 2008, o movimento contou com a participação de 50 milhões de pessoas, de 400 cidades em 35 países. Simultaneamente apagaram-se as luzes do Coliseu, em Roma, da ponte Golden Gate, em São Francisco e da Opera House, em Sydney, entre outros ícones mundiais. Já em 2009 foram 3922 cidades em 88 países do globo.

Earth Hour 2007

editar
 
Sydney, Austrália durante a edição de 2007.

A primeira edição do movimento ocorreu em 31 de março de 2007 , das 19:30 as 20:30 do horário local, e apenas a cidade de Sydney, na Austrália, participou deixando por uma hora as luzes apagadas.

Redução do uso de eletricidade

editar

De acordo com a EnergyAustralia, uma empresa de eletricidade local, o consumo de electricidade durante o evento de 2007 em Sydney foi 2% inferior durante as horas do que poderia ser esperado dado o tempo, condições meteorológicas e passado padrões de consumo de quatro anos. O Herald Sun comparou essa quantidade como "tendo 48,613 carros a menos na estrada por 1 hora".[1] Vários críticos, sendo o mais notável o colunista Andrew Bolt falou do evento como "um corte pequeno é trivial - igual ao tendo seis automóveis desligados por um ano".[2] No contexto, os seis carros equivale a existência de seis menos carros na estrada em qualquer ponto determinado de tempo (de dia ou de noite). Em resposta a esta crítica, os organizadores do evento contaram que "se a redução do efeito estufa alcançada no centro da cidade de Sydney durante uma hora for sustentada por um ano, seria equivalente a desligar 48.616 carros por um ano"[3] e eles também observam que o maior objetivo da Earth Hour é criar consciência dos problemas da mudança do clima e "expressar essa ação individual em uma escala maciça pode ajudar a mudar nosso planeta para melhor."[3] e não sobre as reduções no uso da energia durante a hora do evento.

Earth Hour 2008

editar

Em 2008, o evento aconteceu em 29 de março, e seus participantes tiveram de apagar as luzes e desligar eletrodomésticos entre as 20h30min e as 21h30min de sua zona horária.

Cerca de 400 cidades, 18.876 empresas e 257.165 cidadãos se registraram na página do evento, para aderirem ao movimento.[4]

Cidades participantes

editar
 
Países com cidades que aderiram ao Earth Hour 2008

Earth Hour 2009

editar

Realizou-se no dia 28 de março, sábado. Neste ano, aspirava-se chegar a cifra de 1 bilhão de participantes, e nesta edição, mais de 3929 cidades se inscreveram, segundo a WWF Portugal.[8] A expectativa do WWF era de que 1 bilhão de pessoas em 88 países participassem do Hora do Planeta deste ano.[9]

A ação começou na ilha de Chatham, no Oceano Pacífico, 800 quilômetros a sudeste da Nova Zelândia, às 20h30, horário local. Com a rotação da Terra, cidades como Sydney, Seul, Beijing, Manila, Bangcoc, Paris, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Londres, Nova Iorque e a Cidade do México apagaram sucessivamente suas luzes. O Big Ben, em Londres, a Torre Eiffel, em Paris, o Empire State Building, em Nova York, as Pirâmides de Giza no Egito, a cúpula da Basílica de São Pedro no Vaticano, o Taj Mahal, na Índia, entre outros, também ficaram sem luzes durante a campanha. O secretário-geral da WWF, James Leape, disse que além de ficar atento à mudança climática, está também esperando a ação da humanidade e o Apagamento de Luz em Uma Hora dá uma oportunidade para a prática das pessoas.[10][11][12][13]

Em Portugal aderiram onze cidades confirmadas pela WWF (Lisboa, Tomar, Águeda, Vila Nova de Famalicão, Funchal, Almeirim, Guimarães, Horta, Loures, Ourém e Óbidos), e ainda 20 empresas e 4 organizações.

Os monumentos e edificios que participaram na hora do planeta: Cristo Rei, Ponte 25 de Abril, Padrão dos Descobrimentos, Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Centro Cultural de Belém, Castelo de São Jorge, Paços do Concelho e Museu da Electricidade, Convento de Cristo, em Tomar, Torre da Universidade de Coimbra, muralhas dos Castelos de Óbidos e Ourém, entre outros edifícios.[14]

No Brasil, 100 cidades, mais de 700 empresas e 300 organizações manifestaram apoio ao evento.[15]

No Rio de Janeiro, pontos turísticos como o Cristo Redentor, a orla de Copacabana e o Pão de Açúcar, tiveram a iluminação apagada por uma hora.

A cidade de São Paulo também aderiu ao apagão em pontos importantes, como a Ponte Estaiada, Monumento às Bandeiras, Viaduto do Chá, Estádio do Pacaembu, Teatro Municipal, Obelisco e Parque do Ibirapuera, Edifício Copan, Instituto Butantan e o Museu de Arte Moderna.[16]

Participaram, dentre outros monumentos, o Palácio do Planalto e o Palácio do Itamaraty, a Esplanada dos Ministérios e a Catedral, em Brasília.

 
A estufa do Jardim Botânico de Curitiba sendo apagada em 2010.

No sul do Brasil, Curitiba foi a primeira cidade a aderir[17] e mais de 10 importantes monumentos têm suas luzes apagadas, como a Estufa do Jardim Botânico, o Teatro Paiol, a fachada do Paço da Liberdade, a Fonte de Jerusalém, Torre da Biodiversidade, Torre Panorâmica, Monumento de Bambu na Linha Verde e o Portal de Santa Felicidade, além de dezenas de intituições públicas e privadas - como o Shopping Palladium e a Universidade Livre do Meio Ambiente, por exemplo.[18] Algumas peças do Festival de Teatro apagam suas luzes por um minuto, como forma simbólica de mostrar adesão ao movimento.[18]

Porto Alegre participou do movimento apagando as luzes de seus principais monumentos, como a Usina do Gasômetro, a Estátua de Bento Gonçalves, a Estátua do Laçador, a Fonte Talavera, Largo dos Açorianos, o Monumento ao Expedicionário, a Praça da Matriz, a Praça da Alfândega, Três Guerreiros, Vigilantes do Parcão e Viaduto Otávio Rocha. Além de alguns estabelecimentos particulares, como o Hotel Sheraton, que também ficaram às escuras por uma hora.

Empresas participantes

editar
  • A Johnson & Johnson apagou as luzes de todas as áreas não produtivas e que não comprometiam a segurança das localidades.
  • O McDonald's apagou as luzes de seus letreiros nos restaurantes de países como Brasil, México, Porto Rico e Argentina, além dos escritórios da rede.
  • Já a Cadbury antecipou a ação e retirou do ar, das 16h30 às 17h30, os dez sites que fazem parte de seu portfólio, assim como os escritórios da empresa que tiveram todas as luzes e equipamentos desligados.
  • O banco Itaú apagou as luzes de seus relógios e pólos administrativos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
  • O site Submarino ofereceu o kit Hora do Planeta.
  • O Wal-Mart Brasil aderiu ao movimento apagando um terço das lâmpadas de suas lojas e divulgará a ação para clientes e fornecedores. Algumas unidades apagaram também seus letreiros, além de toda a área administrativa das lojas, centros de distribuição e escritórios, com 100% das luzes apagadas. A rede esperava ainda mobilizar mais de dois milhões de pessoas que passam pelas suas lojas todos os dias. A TV Wal-Mart dos hipermercados veiculou informação sobre a Hora do Planeta e os locutores das lojas explicaram a razão da iluminação reduzida e darão dicas sobre consumo consciente para os clientes.
  • As luzes das fábricas, escritórios e até outdoors em todo o Brasil da Coca-Cola também foram apagados entre as 20h30 e 21h30. Os funcionários da companhia em todo o Brasil receberam velas para serem usadas e os clientes e parceiros também foram convidados a participar desse movimento.
  • A Mapfre também contribuiu para o Movimento. A seguradora desligou seu prédio inteiro durante a uma hora da ação.

Earth Hour 2010

editar

Em 2010 a Hora do Planeta, aconteceu no dia 27 de março com a adesão de 125 países, mais de 3.400 cidades, 19 estados brasileiros, o correspondente a 73% dos estados do Brasil, 15 capitais (55%), 72 cidades (1%), 1 bilhão de pessoas participaram da Hora do Planeta, em 2010.

Críticas

editar

Geradoras e trasmissoras de eletricidade criticam e condenam essa ação, já que os picos gerados tanto ao apagar ou acender, simultaneamente, milhões de lâmpadas poderiam provocar avarias nos equipamentos que geram eletricidade e causar blecautes.[19]

Outros criticam o fato da Hora do Planeta ser mais um exemplo de ativismo preguiçoso, em que os participantes apagariam as luzes apenas para se sentir bem e aliviar consciência.[20]

Referências

  1. «Rage, rage against dimming of the light». Consultado em 2 de abril de 2009. Arquivado do original em 23 de março de 2009 
  2. "Earth Hour coverage should be grounded"
  3. a b «Information about Earth Hour 2008, history, 2007 - Earth Hour 2008». Consultado em 2 de abril de 2009. Arquivado do original em 31 de março de 2009 
  4. «Cidades de 35 países vão apagar a luz por uma hora contra a mudança climática». 28 de março de 2008. Consultado em 29 de Março de 2008. Arquivado do original em 31 de março de 2008 
  5. «Indonesia Businesss Supporters - Earth Hour 2008». Consultado em 29 de Março de 2008. Arquivado do original em 2 de abril de 2008 
  6. a b «Earth Hour on www.astroclubul.org/sorin». Consultado em 29 de março de 2008. Arquivado do original em 1 de abril de 2008 
  7. «Trondheim kommune - Earth Hour 2008». 25 de Março de 2008. Consultado em 29 de Março de 2008 
  8. «WWF - Hora do Planeta atinge objectivo: mil cidades envolvidas». Consultado em 27 de outubro de 2009 [ligação inativa]
  9. Mundo vive 'apagão' voluntário
  10. Mundo apaga a luz na Hora do Planeta
  11. Participação na 'Hora do Planeta' foi grande em todo o mundo, diz WWF
  12. Earth Hour pelo mundo
  13. Mundo vive 'apagão' voluntário contra o aquecimento global
  14. «WWF - Obrigado! Hora do Planeta: apagão global superou expectativas». Consultado em 27 de outubro de 2009. Arquivado do original em 3 de abril de 2009 
  15. Minc diz que mundo está longe de acordo sobre aquecimento global[ligação inativa]
  16. Marcas aderem ao movimento e pagam suas luzes
  17. «Curitiba adere à Hora do Planeta». O Dia Online [ligação inativa]
  18. a b «Cresce adesão à Hora do Planeta em Curitiba». Painel Florestal 
  19. http://www.welt.de/wirtschaft/article1433379/Aktion-Licht-aus-kann-Stromnetz-lahmlegen.html
  20. http://www.ottawasun.com/comment/columnists/brian_lilley/2011/03/24/17746716.html

Ligações externas

editar