Neerlandeses

cidadãos ou residentes dos Países Baixos

Os neerlandeses[10] (em neerlandês: Nederlanders ou Nederlandse volk), também denomidados holandeses,[11] são um um grupo étnico que habita os Países Baixos,[4] um país na Europa Central. Eles possuem uma cultura e ancestralidade em comum.

Neerlandeses
Bandeira dos Países Baixos
Mapa da diáspora neerlandesa ao redor do mundo.
População total

est. 25 milhões – 28 milhões
(14.000.000 – 15.000.000 com descendência neerlandesa)
(Vermelho → Nascido neerlandês)
(Verde → Descendente)

Regiões com população significativa
 Países Baixos 13 226 829 (2017) [1]
 Estados Unidos 5 087 191 (110.000)[2] [3]
África do Sul est.5 000 000 (45,000)[4] [5]
 Canadá 923 310 (120.000)[6] [7]
 Austrália 268 754 (2001) [8]
 Nova Zelândia 50 000
 Alemanha 114 000 (est.)
 Bélgica 123 944 (2007) [9]
Resto do mundo: ~ 500 000
Línguas
Primariamente neerlandês.
Religiões
Primariamente não afiliados, cristianismo (principalmente catolicismo e protestantismo) e outros.
Grupos étnicos relacionados
afrikaners, bôeres, flamengos, frísios, alemães, ingleses

Definição

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Passaporte do Reino dos Países Baixos.

O Governo dos Países Baixos utiliza o critério jus sanguinis para determinar a nacionalidade de uma pessoa.[12] O país atribui automaticamente a nacionalidade neerlandesa à uma pessoa desde o seu nascimento, se um de seus pais for neerlandês.[12]

Ex-neerlandeses podem solicitar a nacionalidade neerlandesa, fazendo um pedido no orgão governamental IND.[12] Já os neerlandeses que perderam a nacionalidade podem iniciar o processo de naturalização para obter a nacionalidade de volta.[12]

Por meio do processo de naturalização, um cidadão estrangeiro pode adquirir voluntariamente a nacionalidade neerlandesa.[12] Também é possível adquirir a nacionalidade neerlandesa, desde que cidadãos estrangeiros residam de forma legal nos Países Baixos durante um período mínimo de cinco anos.[12]

Origens

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Desde 660 a.C. o território dos Países Baixos era habitado por diversos tribos germânicas, tais como os Batavos e Frísios.

Os neerlandeses são um povo de origem germânica ocidental que habita o norte do continente europeu.[13] Elem podem ser subdividos em Francos, Frísios e Saxões.[13] Trata-se de um grupo falante das línguas frísia e neerlandesa.[13]

Entre os ancestrais dos neerlandeses encontram-se também diversas tribos germânicas, tais como os Batavos, Frísios, Caninefates, entre outros, que habitavam o território dos Países Baixos antes e durante a chegada dos Romanos.[14]

Um estudo genético de 2008 (denominado O Genoma dos Países Baixos) com 205 estudantes espalhados pelo país, revelou os seguintes dados de amostragem:[15][16]

Características físicas

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Albert Kramer segurando seu cunhado Josef Fässler em seu braço, na Estação de Liverpool, 1924

Os neerlandeses são considerados um dos povos mais altos do mundo.[17] A mulher neerlandesa tem, em média, 1,71 m, e o homem, 1,84 m de altura.[17]

Com 2,42 metros de altura, o amsterdamês Albert Johan Kramer (1897–1976), é considerado o homem neerlandês mais alto de todos os tempos.[18][19][20]

Genética

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Os maiores padrões de variação genética humana na Holanda mostram fortes correlações com a geografia e distinguem entre: (1) Norte e Sul; (2) Leste e Oeste; e (3) a banda média e o resto do país. A distribuição de variantes de genes para cor dos olhos, metabolismo, processos cerebrais, altura corporal e sistema imunológico mostram diferenças entre essas regiões que refletem as pressões de seleção evolutiva.[21]

As maiores diferenças genéticas na Holanda são observadas entre o Norte e o Sul (com os três principais rios – Rijn, Waal, Maas – como fronteira), com o Randstad mostrando uma mistura dessas duas origens ancestrais. O clino Norte-Sul europeu correlaciona-se fortemente com este clino Norte-Sul holandês e apresenta várias outras semelhanças, como uma correlação com a altura (sendo o Norte mais alto em média), a cor dos olhos azul/castanho (com o Norte tendo mais olhos azuis), e homozigose em todo o genoma (com o Norte tendo níveis mais baixos de homozigose). A correlação com a homozigosidade em todo o genoma provavelmente reflete o efeito fundador serial que foi iniciado com as antigas migrações sucessivas para fora da África. Isso não significa necessariamente que esses eventos (migração para o norte e pressões de seleção evolutiva) ocorreram dentro das fronteiras da Holanda; também pode ser que os europeus do sul tenham migrado mais para o sul da Holanda e/ou os europeus do norte mais para as partes do norte.[21]

As diferenças Norte-Sul provavelmente foram mantidas pela segregação relativamente forte do Sul católico e do Norte protestante durante os últimos séculos. Durante os últimos 50 anos, houve um grande aumento de indivíduos não religiosos na Holanda. Seus cônjuges são mais propensos a vir de um fundo genético diferente daqueles de indivíduos religiosos, fazendo com que indivíduos não religiosos mostrem níveis mais baixos de homozigose genômica do que católicos ou protestantes.[21]

Distribuição geográfica

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Memorial da Imigração Holandesa em Castro, Paraná, Brasil.

Segundo os dados do CIA World Factbook de 2021, os neerlandeses constituem 77% da população dos Países Baixos.[22]

Os neerlandeses e seus descendentes são encontrados em comunidades migrantes em todo o mundo, principalmente em ilhas caribenhas como Aruba, Saba, São Martinho, Santo Eustáquio e Curaçao, no país sulamericano de Suriname (ex-colônia neerlandesa), na Guiana (país fronteiriço ao Suriname), e em países como Canadá, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia e Estados Unidos (descendentes de imigrantes). Estiveram também presentes no Brasil entre os anos de 1624 até 1654, durante o período conhecido no Brasil como as invasões neerladesas. Ainda existem rastros dos neerlandeses na arquitetura e história do Brasil.[23]

Os neerlandeses retornaram ao Brasil a partir do século XIX, quando um grupo de imigrantes neerlandeses estabeleceram-se no estado do Espírito Santo.[24] Os pioneiros foram seguidos por outros grupos de imigrantes neerlandeses que estabeleceram-se principalmente nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e de São Paulo.[24]

Cultura

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A cultura tradicional holandesa engloba vários tipos de comidas típicas, música, danças folclóricas, estilos arquitetônicos e trajes tradicionais.[25] Internacionalmente, pintores holandeses como Rembrandt van Rijn, Vincent van Gogh e Johannes Vermeer são tidos em alta conta.[25]

O humanismo tem fortes raízes na República Holandesa dos séculos 16 ao 18, sendo representado por Erasmo de Roterdã(o) e Hugo Grócio.[13]

Ver também

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Referências

  1. (em neerlandês) CBS StatLine: Autochtonen (persoon van wie de beide ouders in Nederland zijn geboren), 1 januari 2007
  2. Dutch-born 2001, Figura 3 em DEMOS, 21, 4. Nederlanders over de grens, Han Nicholaas, Arno Sprangers. [1] Arquivado em 11 de junho de 2007, no Wayback Machine.
  3. (em inglês) U.S. Census Bureau: Selected Social Characteristics: 2004
  4. Dutch-born, 2001, Figure 3 in DEMOS, 21, 4. Nederlanders over de grens, Han Nicholaas, Arno Sprangers. [2] Arquivado em 11 de junho de 2007, no Wayback Machine.
  5. Baseado na figura dada pelo JA Heese em seu livro Die Herkoms van die Afrikaner (A Origem dos Afrikaners), que afirma que o Afrikaner modernos (em torno de 4,5 milhões) possuem 35% de descendência neerlandesa. «How 'Pure' was the Average Afrikaner?». Arquivado do original em 13 de outubro de 2012 
  6. 210.000 imigrantes desde a Segunda Guerra Mundial, após a imigração havia 120.000 neerlandeses de nascimento residindo no Canadá em 2001. DEMOS, 21, 4. Nederlanders over de grens, Han Nicholaas, Arno Sprangers. [3] Arquivado em 11 de junho de 2007, no Wayback Machine.
  7. (em inglês) Statistics Canada: Population by selected ethnic origins (2001 Census) Arquivado em 30 de maio de 2008, no Wayback Machine.; 316.220 pessoas disseram ter descendência direta de neerlandeses e 607 090 disseram ter descendência parcial de neerlandeses.
  8. (em inglês) Australian Bureau of Statistics: 2001 Census: Ancestry - Detailed Paper (página 54 (64 in pdf))
  9. (em neerlandês) Dienst Vreemdelingenzaken: Statistieken vreemdelingen / Per nationaliteit, 29/10/2007
  10. «neerlandeses». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. 2008–2021. Consultado em 8 de julho de 2022 
  11. «Dicionário de Gentílicos e Topónimos». www.portaldalinguaportuguesa.org. Consultado em 5 de fevereiro de 2016 
  12. a b c d e f «Nederlander worden» (em neerlandês). Rijksoverheid (= Governo dos Países Baixos). Consultado em 24 de abril de 2021 
  13. a b c d «People of Netherlands» (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 22 de abril de 2021 
  14. «Friezen, Saksen, Franken - onze voorouders» (em neerlandês). DBNL. Consultado em 20 de maio de 2021 
  15. a b c d «'Weinig Nederlanders stammen af van boeren'» (em neerlandês). NU.nl. 18 de outubro de 2008. Consultado em 28 de abril de 2021 
  16. a b c d «'Weinig Nederlanders stammen af van boeren'» (em neerlandês). De Volkskrant. 17 de outubro de 2008. Consultado em 28 de abril de 2021 
  17. a b «Estes são os seres os humanos mais altos». SOL. 8 de abril de 2015. Consultado em 22 de abril de 2021 
  18. «Albert Kramer is de langste Nederlandse man ooit (2,42 meter)» (em neerlandês). De Telegraaf. 13 de maio de 2023. Consultado em 24 de maio de 2023 
  19. «Het verhaal van de 2,42 meter lange Amsterdammer Albert Kramer» (em neerlandês). Het Parool. 8 de novembro de 2020. Consultado em 13 de maio de 2023 
  20. «Lange Appie was 2 meter 42 en had schoenmaat 65». www.ad.nl (em neerlandês). Algemeen Dagblad. 13 de maio de 2023. Consultado em 13 de maio de 2023 
  21. a b c "Population structure, migration, and diversifying selection in the Netherlands"
  22. «The World Factbook - Netherlands» (em inglês). CIA. 16 de abril de 2021. Consultado em 22 de abril de 2021 
  23. Wieselgron, M. L. O Brasil em Arquivos Neerladeses,Leiden. CNWS, 2005
  24. a b Gallas, Fernanda Disperati; Gallas, Alfredo Osvaldo (2012). Holandeses no Brasil: 100 anos de imigração positiva. São Paulo-SP: Queens Book. p. 22-126. ISBN 978-85-90866-33-6 
  25. a b «Cultural life of Netherlands» (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 29 de abril de 2021