Parque Nacional de Aparados da Serra

unidade de conservação da natureza pertencente ao governo federal brasileiro

O Parque Nacional de Aparados da Serra é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada na serra Geral, encampando os desfiladeiros na divisa natural entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.[1][2]

Parque Nacional de Aparados da Serra
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Nacional de Aparados da Serra
Cânion do Itaimbezinho
Localização
País Brasil
Estados Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Mesorregiões Nordeste Rio-Grandense
Sul Catarinense
Microrregiões Vacaria
Araranguá
Localidades mais próximas Praia Grande, Cambará do Sul
Dados
Área &0000000000013141.05000013 141,05 hectares (131,4 km2)[1]
Criação 17 de dezembro de 1959 (64 anos)
Visitantes 52 800 (em 2011)
Gestão ICMBio
Sítio oficial ICMBio - Parque Nacional de Aparados da Serra
Coordenadas 29° 11' 30" S 50° 5' 51" O
Parque Nacional de Aparados da Serra está localizado em: Brasil
Parque Nacional de Aparados da Serra

História

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A unidade foi criada através do Decreto Nº 47.446, de 17 de dezembro de 1959, com uma área estimada de 13 000 ha (130 km²).[3][4] O Decreto Nº 70.296, emitido em 17 de março de 1972, alterou os artigos 1º e 2º do Decreto Nº 47.446, reduzindo a sua área estimada para 10 250 ha (102,5 km²), em consequência de uma revisão dos limites.[5] O parque tem como objetivo básico a preservação dos ecossistemas da Mata Atlântica, das florestas de araucária e do pampa gaúcho, de grande beleza cênica, possibilitando desta maneira a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.[1][2][4]

A administração da unidade cabe atualmente ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com plano de manejo aprovado pela Portaria nº 46/04N, de 30 de abril de 2004, e conselho gestor, criado por Portaria Nº 115/2011, de 27 de dezembro de 2011.[2] O parque é o único na região sul do Brasil a participar do Programa de Turismo nos Parques.[2][6]

Caracterização da área

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Inserido na região natural denominada comumente de Aparados da Serra, o parque tem 13 141,05 ha[1] de área e perímetro de 63,00 km, fazendo fronteira tanto ao sul quanto ao norte ao Parque Nacional da Serra Geral, que também é administrado pelo ICMBio. Juntos, os dois parques abrangem uma área de aproximadamente 30 443,01 ha.

O clima é temperado, com temperatura média anual de 16°C, sendo que o mês mais quente é janeiro e os mais frios são junho e julho. A precipitação acumulada anual média varia entre 1500 e 2250mm.

Relevo

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Cânion Fortaleza
 
Cânion Fortaleza

O relevo da região é bastante particular, sendo caracterizado principalmente por desfiladeiros com paredões verticais de até 700 m de altura, onde abruptamente terminam os campos suavemente ondulados do planalto, como se estes tivessem sido "aparados".[7]

O Itaimbezinho é um cânion brasileiro, situado no parque, na divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Brasil. A parte superior do planalto está localizada no estado do Rio Grande do Sul, sendo que as bordas do cânion são a divisa com o estado Santa Catarina, sendo que os paredões, a Cachoeira das Andorinhas, a Cascata Véu de Noiva e o fundo do vale, onde está localizado o rio do Boi, estão em território catarinense.[7]

O desfiladeiro Itaimbezinho tem uma extensão de 5.800 m e 600 a 2.000 m de largura. Tem quase sempre 600 m de profundidade, chegando a 750 m em seu ponto máximo, sendo percorrido pelo arroio Perdizes.[7]

O Desfiladeiro Fortaleza situa-se também no parque, no limite dos municípios de Cambará do Sul, no estado do Rio Grande do Sul e Jacinto Machado, no estado de Santa Catarina. Na parte superior do planalto está o estado do Rio Grande do Sul, onde as bordas fazem a divisa estadual de SC e RS, sendo que os paredões e o fundo do vale estão no estado de Santa Catarina.[7]

Fauna e flora

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Graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus) no parque.

A área do parque engloba uma região na qual estão presentes os biomas da mata atlântica, das florestas de araucária e do pampa gaúcho, com campos e penhascos. O parque protege diversas espécies animais, como papagaios-de-peito-roxo (Amazona vinacea), lobos-guará (Chrysocyon brachyurus),[8] jaguatiricas (Leopardus pardalis), guaxinims (Procyon lotor) e até mesmo do leão-baio (Felis concolor).

Turismo

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Localização e acesso

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Cachoeira Véu da Noiva.
 
Curvas sinuosas e paredões de formação em basalto do Cânion do Itaimbezinho e ao fundo o Rio do Boi.

Está localizado na região nordeste do estado do Rio Grande do Sul, na divisa com o extremo sul do estado de Santa Catarina, na borda da na formação Geológica serra Geral. O acesso ao parque dá-se tanto através da rodovia RS-020 como da rodovia BR-101, passando por Praia Grande (SC) via serra do Faxinal. As cidades mais próximas à unidade são Cambará do Sul e Praia Grande. Cambara do Sul fica a cerca de 190 km de distância da capital gaúcha, Porto Alegre, enquanto Praia Grande está a 294 km da capital catarinense, Florianópolis. A entrada no parque é feita nos Postos de Informações e Controle, que ficam em Praia Grande e Cambará do Sul.

Atrações

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A principal atração do parque é o famoso e impressionante Cânion do Itaimbezinho (do Tupi-Guarani Ita [pedra] e Aí'be [afiado]). Com uma extensão de 5,8 km, largura máxima de 600 m e altura máxima de cerca de 720 m, o desfiladeiro é percorrido pelo arroio Perdizes. No parque existem três trilhas abertas ao público. As trilhas do Vértice e do Cotovelo são, junto do Cânion do Itaimbezinho, as principais atrações do parque. A Trilha do Rio do Boi permite acessar o interior do cânion.

Visitação

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O parque é aberto à visitação, com entrada permitida até às 14 horas e permanência até as 18 horas. Durante a vigência do horário de verão, a entrada e a permanência na área estratégica Fortaleza e nas trilhas Borda do Fortaleza, Mirante e Pedra do Segredo, são permitidas, respectivamente, até as 15 e até as 21 horas. A visibilidade dos cânions, no verão, principalmente no período vespertino, pode ser dificultada pelo fenômeno da viração.[2] É proibido pernoitar e/ou acampar no interior do parque. Uma taxa de visitação é cobrada de cada visitante.[7]

Ver também

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Referências

  1. a b c d «Parna de Aparados da Serra». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 24 de novembro de 2012 
  2. a b c d e Parque Nacional de Aparados da Serra. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente. Página visitada em 24 de dezembro de 2011.
  3. «Artigos 1º e 2º do Decreto Nº 47.446, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1959». Presidência da República - Casa Civil- Subchefia para Assuntos Jurídicos. 17 de dezembro de 1959. Consultado em 24 de novembro de 2012 
  4. a b «DECRETO No 47.446, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1959». Presidência da República - Casa Civil- Subchefia para Assuntos Jurídicos. 17 de dezembro de 1959. Consultado em 24 de dezembro de 2011 
  5. «DECRETO No 70.296, DE 17 DE MARÇO DE 1972». Presidência da República - Casa Civil- Subchefia para Assuntos Jurídicos. 17 de março de 1972. Consultado em 24 de dezembro de 2011 
  6. «Turismo nos parques». Ministério do Turismo. 20 de maio de 2010. Consultado em 24 de dezembro de 2011 
  7. a b c d e «Parque Nacional de Aparados da Serra - Visitação». Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 24 de dezembro de 2011 
  8. «Lobo-guará - Chrysocyon brachyurus». Lista de espécies ameaçadas. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 29 de novembro de 2012 

Ligações externas

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