Sameera Moussa (em árabe: سميرة موسى) (Gharbia, 3 de março de 1917Califórnia, 5 de agosto de 1952) foi uma física nuclear egípcia, com doutorado em radiação atômica e que trabalhou para que o uso da tecnologia nuclear na medicina fosse acessível para todos.[1]

Sameera Moussa
Sameera Moussa
Conhecido(a) por
  • "mãe da energia atômica"
  • átomos pela paz
Nascimento 3 de março de 1917
Gharbia, Egito
Morte 5 de agosto de 1952 (35 anos)
Califórnia, Estados Unidos
Residência Egito
Nacionalidade Egito egípcia
Instituições Universidade do Cairo
Campo(s) Física nuclear

Vida pessoal

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Sameera nasceu no Egito, na província de Gharbia, em 1917. Sua mãe morreu de câncer e seu pai se mudou com a filha para o Cairo, onde investiu todo o seu dinheiro em um pequeno hotel no bairro de El-Hussein. Por insistência do pai, ela estudou em uma das mais antigas escolas do Cairo, a Kaser El-Shok. Ao concluir a educação básica, ela cursou o ensino médio na escola Banat El-Ashraf, construída e dirigida pelo famosa ativista política e feminista Nabawiyya Musa.[2]

Mesmo que com suas notas altas Sameera pudesse ter cursado engenharia, ela preferiu a faculdade de ciências, da Universidade do Cairo. Em 1939, ela obteve um bacharelado em radiologia,[2] sendo a primeira da classe por sua pesquisa com os efeitos da radiação dos raios-X em vários materiais. O decano da faculdade, Moustafa Mousharafa, a tinha em alta consideração, tornando-a oradora da instituição. Posteriormente, ela se tornou primeira assistente do professor Mousharafa e a primeira mulher na instituição a ter um cargo, sendo também a primeira a obter um Phd em radiação atômica.[1]

Pesquisa nuclear

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Sameera acreditava no uso pacífico da energia nuclear e que ela deveria ser tão barata quanto uma aspirina. Trabalhou muito para alcançar este objetivo, realizando intensa pesquisa, que a levou a chegar em uma equação que ajudava a quebrar átomos de metais mais baratos, como o cobre, abrindo o caminho para o barateamento da bomba atômica.[3]

Organizou a Conferência de Energia Atómica para a Paz e patrocinou um apelo para a criação de uma conferência internacional sob o título "Átomo pela Paz".[2][1] A conferência fez uma série de recomendações para a criação de um comitê para proteger o mundo dos riscos nucleares, que ela defendeu com veemência. Sameera também se ofereceu para ajudar a tratar pacientes com câncer em vários hospitais, especialmente depois que sua mãe passou por uma batalha feroz contra esta doença.[1]

Visita aos Estados Unidos

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Sameera ganhou uma bolsa de estudos do Programa Atômico Fulbright para conhecer as modernas instalações de pesquisa da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em reconhecimento ao seu pioneirismo com a pesquisa nuclear, ela recebeu permissão para visitar também instalações secretas do governo norte-americano.[3] A visita de Sameera levantou uma polêmica discussão entre a comunidade científica dos país, pois ela era a primeira estrangeira a ter acesso a instalações secretas.[3] Ela ainda declinaria de várias ofertas de emprego que requeriam que residisse nos Estados Unidos.[1]

Em 5 de agosto de 1952, Sameera pretendia voltar para o Egito, mas foi convidada para uma viagem. No caminho, seu carro caiu de uma altura de mais de 12 metros e ela morreu instantaneamente. O mistério em torno do acidente cresceu quando descobriram que o convite para a viagem não era verdadeiro, além do desaparecimento do motorista do carro que conseguiu saltar antes do acidente, fazendo algumas pessoas acreditarem em um plano de assassinato. Acredita-se que o serviço de inteligência israelense, o Mossad estaria por trás da morte de Sameera.[4][5]

Referências

  1. a b c d e Muslim Observer (ed.). «20th Century Muslim Scientists - Sameera Moussa». Muslim Observer. Consultado em 13 de dezembro de 2016 
  2. a b c Aslam, Syed (12 de maio de 2011). «20th Century Muslim Scientists - Sameera Moussa». The Muslim Observer. Consultado em 4 de abril de 2016 
  3. a b c «Dr. Sameera Moussa». State Information Service. 20 de julho de 2009. Consultado em 4 de abril de 2016 
  4. Zvi Bar'el. «As Egypt elections near, one candidate faces the worst accusation – Jew». Haaretz 
  5. "Raqia Ibrahim: Egyptian Jewish Actress Recruited by Israel to Prevent Egypt Owning Nuclear Bomb" Egypt Independent (1 December 2014).
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