Álvaro Gonçalves Coutinho

Álvaro Gonçalves Coutinho,[1] mais conhecido por O Magriço, foi um guerreiro português, um d'Os Doze de Inglaterra, natural de Penedono. Nascido cerca 1383. Falecido depois de 2 de Julho de 1445. Foi citado por Luís Vaz de Camões n'Os Lusíadas no Canto I estrofe 12.[2]

Retrato de Álvaro Gonçalves Coutinho por Marques Cunha
Retrato de Álvaro Gonçalves Coutinho por Marques Cunha

Biografia

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Filho de Gonçalo Vasques Coutinho, que fora nomeado Marechal do reino em 1389, o Magriço, jovem de estirpe fidalga, foi educado na corte de D. João I,[a] sendo aí inequivocamente referenciado nos anos 1405–1406. Porém, por razões desconhecidas, terá caído em desgraça, vendo-se forçado a emigrar para o ducado da Borgonha, onde serviu João Sem Medo, na altura envolvido na guerra dos cem anos. E tão bem o serviu, que não só foi feito escudeiro da corte como recebeu, em mais de uma ocasião, pagamentos em numerário. É, porém, de justiça assinalar-se que, durante a sua permanência na Borgonha, Gonçalo Coutinho prestou bons serviços a D. João I, "negociando um conjunto de prerrogativas de mercês e privilégios para os mercadores e marinheiros portugueses". Desgraçadamente, os serviços ao duque não terminaram da melhor forma: em 1419, o Magriço foi espoliado dos seus bens e aprisionado na fortaleza de Carcassonne. Pouco mais se sabe dele, para além do seu regresso a Portugal ainda nesse ano, tão necessitado de dinheiro como quando partira, dez anos antes. A derradeira referência documentada coloca-o, em 1425, na cidade do Porto, litigando com o concelho da cidade a posse da Quinta de Vale de Amores.[4]

Dados Genealógicos

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Filho de:

  • Gonçalo Vasques Coutinho, senhor de Leomil, marechal do Reino, alcaide-mor de Trancoso e Lamego e copeiro-mor da rainha D. Filipa de Lancaster;
  • Leonor Gonçalves de Azevedo, filha de Gonçalo Vasques de Azevedo, senhor de Lourinhã, e de Inez Afonso, Dama da rainha D. Leonor Teles.

Casado com:

Filhos:

Ver também

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  1. "Dava-se o nome de Cortes à assembleia das três Ordens ou dos três Estados do Reino (clero, nobreza e povo), convocada pelo Rei ou em seu nome, mediante carta régia dirigida às pessoas ou entidades que deveriam comparecer e nela se marcava o lugar, a data e o objectivo das Cortes. A designação de Cortes provém do nome de corte dado a cada uma das várias audiências pelas quais se desenvolviam os trabalhos da assembleia. "[3]


Ligações externas

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Referências

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  1. FONSECA, João Ferreira da, Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço. o cavaleiro e o seu tempo, Quartzo Editora/Câmara Municipal de Penedono, Viseu, 2013. ISBN 978-989-97003-7-6
  2. Camões, Luís de. «Os Lusíadas». https://www.gutenberg.org/files/3333/3333-h/3333-h.htm. Consultado em 4 de março de 2024 
  3. «Aclamações e Cortes». https://digitarq.arquivos.pt/ 
  4. Vaz, Coronel Nuno António Bravo Mira (Janeiro de 2014). «Crónicas Bibliográficas: Álvaro Gonçalves Coutinho, "O Magriço" - O cavaleiro e o seu tempo». Revista Militar. Consultado em 3 de março de 2024 

Bibliografia

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