Aida

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Aida é uma ópera em quatro atos, com música de Giuseppe Verdi e libreto de Antonio Ghislanzoni. Sua estreia mundial aconteceu na Casa da Ópera, no Cairo, em 24 de dezembro de 1871. Aida foi composta por encomenda do governo egípcio para comemorar a inauguração do canal de Suez, fato que ocorreu em 17 de novembro de 1869. Sua estreia, no entanto, ocorreu com 2 anos de atraso por atrasos na composição e dificuldades de locomoção na Europa devido à Guerra Franco-Prussiana.

Aida
(personagem-título)
Idioma original Língua italianaItaliano
Compositor Giuseppe Verdi
Libretista Antonio Ghislanzoni
Tipo do enredo Épico
Número de atos 4
Número de cenas 7
Ano de estreia 1871
Local de estreia Cairo

Personagens editar

Aida, (escrava e rainha etíope, Na Etiópia era princesa, apaixonada por Radamés) soprano lírico-dramático
Radamés, (general egípcio, apesar de ser prometido a Amnéris está apaixonado por Aida) tenor dramático
Amnéris, (filha do faraó, rival de Aida pelo coração de Radamés) mezzo-soprano
Amonasro, (rei da Etiópia, pai de Aida) barítono
Faraó baixo
Ramfis, (sumo sacerdote) baixo

Sinopse editar

Ato I editar

Óperas de Giuseppe Verdi
 

Oberto, Conte di San Bonifacio (1839)
Un giorno di regno (1840)
Nabucco (1842)
I Lombardi alla prima crociata (1843)
Ernani (1844)
I due Foscari (1844)
Giovanna d'Arco (1845)
Alzira (1845)
Attila (1846)
Macbeth (1847)
I masnadieri (1847)
Jérusalem (1847)
Il corsaro (1848)
La battaglia di Legnano (1849)
Luisa Miller (1849)
Stiffelio (1850)
Rigoletto (1851)
Il trovatore (1853)
La traviata (1853)
Les vêpres siciliennes (1855)
Simon Boccanegra (1857)
Aroldo (1857)
Un ballo in maschera (1859)
La forza del destino (1862)
Don Carlos (1867)
Aïda (1871)
Otello (1887)
Falstaff (1893)

O sumo-sacerdote Ramfis faz saber a Radamés, capitão da guarda egípcia, que os etíopes cobiçam o Egito. Depois acrescenta que a deusa Ísis decidiu que deve comandar os exércitos egípcios para defender o seu território e vai ter com o faraó para informar do divino desígnio. Radamés sonha ser o escolhido e idealiza uma volta vitoriosa da batalha para oferecer o seu triunfo à sua amada Aida, escrava da filha do faraó e filha do rei etíope Amonasro. Entra Amneris, filha do faraó, que ao perceber a alegria do general, suspeita que o motivo do estado de ânimo não se dava apenas aos sonhos de glória no campo de batalha. A chegada de Aida, muito afetada pelos rumores de guerra, só faz aumentar as suas dúvidas e alimentar os seus ciúmes: Amneris sabe que o coração de Radamés pertence a outra mulher que, provavelmente, é a sua escrava. No entanto, finge um grande carinho pela jovem escrava etíope quando, na realidade, está cheia de desejos de vingança. Precedido pela sua guarda entra o faraó com Ramfis, os sacerdotes e um grupo de cortesãos. Logo em seguida, aparece um mensageiro que relata como as tropas etíopes, sob o comando do rei Amonasro, devastam tudo o que encontram no seu caminho e avançam para a capital, Tebas. Ao ouvir o nome do seu pai, Aida deixa escapar uma exclamação que não é ouvida pelos presentes, que ignoram a sua linhagem. O faraó anuncia que a deusa Ísis decidiu que Radamés é o escolhido para comandar as tropas contra o exército invasor. Todos os presentes encorajam o militar e gritam gritos de guerra. Amneris entrega-lhe um estandarte e deseja-lhe uma volta vitoriosa. Saem todos menos Aida que,repetindo as palavras de Amneris, luta entre os seus sentimentos amorosos por Radamés e por seu pai e os seus compatriotas, os quais irão se enfrentar na batalha.

Numa sala do templo de Vulcano: Ouvem-se ao longe cânticos e rituais das sacerdotisas, que invocam a proteção dos deuses. Em cena, Ramfis e a assembleia de sacerdotes vestem Radamés com as armas abençoadas pelos deuses. Todos os presentes pedem ao deus do fogo que proteja o jovem guerreiro. Fim do 1º Ato.

Ato II editar

Numa sala nos aposentos de Amneris: A filha do faraó, rodeada pelas suas escravas, prepara-se para uma festa que celebrará a volta triunfal de Radamés, vencedor da batalha contra os etíopes. Um grupo de escravos dançam à sua volta. Depois saem todos, menos Amneris que, na sua ânsia de saber a verdade sobre os sentimentos de Aida, submete a escrava etíope a um maquiavélico plano: quando a escrava entrar nos seus aposentos, ela a engana dizendo que Radamés venceu os etíopes mas morreu em combate. Ao saber da “terrível notícia”, Aida é incapaz de esconder o seu luto e manifesta na frente de sua patroa o seu amor por Radamés. A princesa egípcia então diz a verdade que Radamés continua vivo e que ela também o ama. Além disso, Aida jamais poderá desfrutar do amor do jovem guerreiro porque não passa de uma simples escrava. A princesa etíope consegue dominar-se depois de sentir a tentação de revelar a sua verdadeira linhagem e reconhece que só vive para esse amor. Amneris ameaça-a com uma terrível vingança não prestando atenção às súplicas da sua escrava. Então, ouvem-se os cânticos guerreiros dos soldados egípcios que voltaram da batalha. Sozinha em cena, Aida implora a piedade dos deuses.

Na entrada da cidade egípcia de Tebas, junto ao templo do deus Amon, uma multidão espera a volta dos guerreiros egípcios. Aparece o faraó com o seu cortejo e os sacerdotes. Atrás deles, Amneris com Aida e as suas escravas. O faraó senta-se no seu trono tendo, à sua direita, a sua filha. Depois de um coro de louvor em honra aos deuses e do soberano, uma grande marcha abre a procissão na qual participam os soldados egípcios, seguidos por bailarinos, carros de guerra, estandartes e ídolos. Por fim, Radamés entra em cena. O faraó recebe o jovem e ordena a Amneris que coloque a coroa ao vencedor. Depois diz a Radamés para pedir o que desejar. O militar pede a presença dos prisioneiros, entre os quais encontra-se Amonasro. Ao ver seu pai, Aida não consegue se conter e abraça-o dizendo que é o seu pai. O rei pede para não revelar a sua identidade aos seus inimigos e, às perguntas do faraó, responde que o imperador dos etíopes morreu no campo de batalha. Depois suplica clemência para os vencidos com a ajuda de Aida, das escravas, do povo e do próprio Radamés, que faz saber ao faraó que é a graça que pede pela sua vitória. Apesar da oposição de Amneris, de Ramfis e dos sacerdotes, o faraó concede a vida e a liberdade aos vencidos, mas, por conselho do sumo-sacerdote Ramfis, mantém em seu poder Aida e o seu pai Amonasro. Em seguida, o faraó concede a Radamés, como prêmio pela sua vitória, a mão de Amnéris e num futuro próximo a coroa, surpreendendo o militar e Aida, que ficam consternados. Fim do 2º ato.

Ato III editar

Nas margens do rio Nilo, onde se encontra o templo de Ísis: Ao longe ouvem-se os cânticos das sacerdotisas, que estão no templo. Aparecem em cena Ramfis e Amneris, que descem de uma barca e entram no templo sagrado para rezar pelo futuro casamento, cuja cerimônia ocorrerá no dia seguinte. Então entra em cena Aida, que se encontrou com Radamés, lamentando-se de que nunca mais voltará a ver a sua pátria. Aparece então Amonasro que, ciente dos sentimentos de sua filha para com Radamés, lhe faz saber que poderão voltar ao seu país se conseguir que o seu amado lhe diga o caminho secreto que o exército egípcio tomará no seu ataque. Aida nega-se inicialmente, mas a terrível reação de seu pai faz ela mudar de opinião. À chegada de Radamés, Amonasro esconde-se por detrás de umas palmeiras. Acontece então o feliz reencontro dos amantes. Radamés comunica a Aida que rapidamente estará, outra vez, à frente dos seus exércitos, uma vez que a luta com os etíopes reacendeu. Certo da sua vitória, o militar declara a sua intenção de pedir como recompensa a liberdade e a mão de Aida. A escrava manifesta a sua desconfiança em que semelhante plano possa acontecer e convence o amado de que a fuga para a Etiópia é a melhor solução pros dois. Depois pergunta-lhe qual é o caminho que terão de tomar para evitar o exército egípcio. O seu amante, confiante, revela-lhe que as tropas atacarão a Etiópia na garganta de Nápata. Subitamente, Amonasro abandona o seu esconderijo e aparece diante Radamés, que ele percebe que traiu a sua pátria involuntariamente, pelo amor de Aida. Amonasro e a sua filha tentam convencê-lo de que não é o culpado e tentam convencê-lo a fugir com eles. Sai então do templo Amneris, seguida por Ramfis e pelos guardas do templo, que acusa Radamés de traição. O rei etíope tenta matar Amneris com um punhal, mas Radamés interpõe-se. Amonasro e Aida conseguem fugir, enquanto o militar egípcio se entrega ao sumo-sacerdote. Fim do 3º ato.

Ato IV editar

Numa sala do palácio do faraó perto da cela de Radamés e da sala de julgamento: Amneris, ainda apaixonada por Radamés apesar de este ter tentado fugir com a escrava, ordena que o preso seja conduzido à sua presença. A filha do faraó tenta convencê-lo a pedir clemência das acusações que lhe são imputadas, mas o militar nega-se. A princesa egípcia comunica-lhe então que Aida ainda está viva, ao que Radamés responde que está confiante de que sua amada consiga voltar à sua pátria. Desesperada, Amneris faz-lhe uma última proposta: promete libertá-lo se ele jurar que nunca mais verá Aida, mas Radamés sai, sendo levado para a sala do julgamento.

A partir de um local distante, assiste desesperada ao interrogatório. Radamés não responde às acusações proferidas por Ramfis e pelos sacerdotes e é condenado à pena de morte reservada aos traidores da pátria: ser enterrado vivo. A princesa egípcia, louca de desespero, amaldiçoa os sacerdotes.

O cenário aparece agora dividido em dois planos. No superior aparece o interior do templo de Vulcano. Em baixo, a cripta onde Radamés aparece vivo. Radamés se despede da vida e da sua amada para sempre, e então aparece Aida, que conseguiu entrar no túmulo para morrer ao seu lado. A escrava encontra a morte nos braços do seu amado enquanto Amneris reza por Radamés no templo. Ao longe soam os cânticos dos sacerdotes. Fim do 4º ato.

Orquestração editar

Passagens musicais famosas editar

Ato I editar

  • Celeste Aida, romanza Radamès
  • Ritorna vincitor!, romanza di Aida
  • Nume, custode e vindice, finale concertato

Ato II editar

  • Danza dei piccoli schiavi mori, ballo degli schiavi di Amneris
  • Fu la sorte dell'armi, scena e duetto di Amneris e Aida
  • Gloria all'Egitto, coro, marcia trionfale e ballabile

Ato III editar

  • Qui Radamès verrà!… O cieli azzurri, romanza di Aida
  • Rivedrai le foreste imbalsamate, duetto di Amonasro e Aida
  • Pur ti riveggo, mia dolce Aida, duetto di Radamès e Aida

Ato IV editar

  • L'abborrita rivale a me sfuggìa… Già i sacerdoti adunansi, scena e duetto di Amneris e Radamès
  • Ohimè, morir mi sento, scena del giudizio: Amneris, Ramfis e Sacerdoti
  • La fatal pietra sovra me si chiuse… O terra, addio, scena e duetto di Radamès e Aida

Curiosidades editar

  • A música da ópera também é o tema de abertura do jogo de computador Victoria: An Empire Under the Sun,[1] da Paradox Interactive.[2][3]
  • No Rio de Janeiro foi encenada a ópera no Sambódromo do Rio de Janeiro numa tentativa de popularizar o estilo, porém muitos puristas admiradores do género foram contra a tentativa de exibição criticando a estrutura do local e o problema de sonorização que não é ambientado num teatro e mesmo a sonorização local era abafada pelo trânsito do local e inclusive nos desfiles das escolas de samba há este problema de acústica[carece de fontes?].
  • Dom Pedro II cita em seu diário de viagens a seguinte fala:"Em 10bro(outubro) vão cantar a nova ópera de Verdi aída,assunto da época de Ramessés II e cujo cenário, vestuário e mais acessórios foram feitos em Paris sob a direção de Maritte.Procurei com empenho vê-los,sobretudo por causa de um cenário que representa edifícios de madeira desses tempos,os quais maritte disse-me serem de arquitetura graciosa e semelhante a arábica, mas tudo as achava ainda hermeticamente fechado e o diretor da ópera Dvanet bey,que outrora foi boticário e, segundo maritte manipula as belas artes como se fossem drogas,nada pôde fazer.

{os diários de dom Pedro II no Egito,Júlio gralha}

Referências

Ligações externas editar