A Pele do Ogro é um romance[1] de Miguel M. Abrahão publicado em 1996 no Brasil.

A Pele do Ogro
CAPA DA PRIMEIRA EDIÇÃO

Capa da 1a edição
Autor(es) Miguel M. Abrahão
Idioma Português
País  Brasil
Gênero romance histórico, literatura mitológica
Linha temporal século XIX, 1848
Arte de capa Ilan Solot
Editora Shekinah
Lançamento junho de 1996
Páginas 273
Anne Rice e A PELE DO OGRO

Trama editar

A Pele do Ogro se passa em vários países – França, Inglaterra, Rússia, Itália e Alemanha -, tendo em comum a história e a vida cotidiana de cada um deles durante a segunda metade do século XIX.

O romance é dividido em três partes e um epílogo. A primeira, situada entre 1848 e 1882, mostra os primeiros anos da existência de André Duroseille, seus desejos, receios, vida amorosa e sua obsessão pela imortalidade, beleza e juventude. Ao conhecer Claire e se apaixonar por ela, seu destino se cruza com o do padrasto da moça, o misterioso Pierre Labatut que já perdera um Duroseille na vida e não se contentaria em perder o outro. Em meio a um suposto ataque de loucura, Pierre mata a esposa e a enteada, Claire, para, em seguida, ele mesmo, desaparecer em meio às chamas de seu casebre. André é acusado pelas mortes e, na cadeia, conhece o misterioso Gaston que lhe fala sobre a enigmática Lídia, a Romana: (…) Lídia, a salvadora! Lídia, a bela! Lídia, a imortal! Eu vos glorifico e peço para ti… Dê-me à felicidade prometida. (…) Lídia é a mestra! O Ser…! A que dá prazer! A que é sem ser! Ela está conosco desde o alvorecer da humanidade e existirá até que todo o firmamento sofra a ruptura final. Mesmo tomando a forma de Lídia, a Romana, ela é toda a mulher, assim como não é nenhuma. Então, é uma Deusa. Ao sair da prisão, acreditando que Lídia poderá lhe dar a imortalidade, o jovem Duroseille, obstinadamente, agora casado e com um filho, muda-se para a Itália e viaja pela Europa travando assim amizade com figuras históricas como Oscar Wilde, Bram Stoker, rainha Vitória e outros que, cada qual ao seu modo falam-lhe de Lídia e de sua riqueza, poder, beleza e juventude. Contudo, a vida não lhe sorri: reencontra o irmão Henry, desaparecido há anos, que o odeia e está mortalmente doente, e perde a esposa e o filho pequeno em meio a um incêndio criminoso. Mas Lídia domina-lhe todos os pensamentos…

A segunda parte do romance se passa entre 1882 e 1894. Nesse período, André finalmente conhece Lídia. É ela quem o encontra: (…) Você é aquele a quem busco há séculos… Mas tinha que esperar até que completasse 35 anos! Meu Antínoo, meu amor (…)!

A relação forte e apaixonada dos dois começa a sofrer o estigma da desconfiança quando Lídia, após contar a sua origem, dizendo ter nascido na Roma Antiga, na época do imperador Adriano - além de revelar-lhe que ele, André, era a reencarnação de Antinoo, seu único amor! - leva o protagonista para participar do Palio di Siena onde, uma vez lá, nova tragédia o aguarda: o jovem presencia o suicídio do garboso e arrogante Stéfano que se mata por Lídia: Se não tiramos a energia deles antes, energia esta que nos permitirá vida longa e juventude eterna, eles sofrem e se matam por nós! Lídia, finalmente, revela a André o segredo dos celtas e, nas matas de Edimburgo, dá ao rapaz a juventude eterna. Contudo, para mantê-la, ele terá que retirar a energia de alguém que o ame profundamente, o que custará a vida de um casal de jovens italianos pobres e o menino Paolo órfão. André passa a sentir o peso da culpa e acredita-se responsável por todos os males que afetam a Europa no final do século XIX. E ele é o responsável! Um a um dos seus amigos mais próximos sofrem processos, perjúrios e degredo por sua causa.

A terceira parte, situada entre 1894 e 1900, mostra André vivendo uma relação tempestuosa com Lídia de quem ele desconfia o tempo todo e envolvido em processos e escândalos que abalam a Europa do final do século XIX. Nesta fase, o protagonista vê seus melhores amigos sofrerem: Oscar Wilde é desmoralizado num processo sem precedentes e preso por crime de sodomia; Alfred Dreyfus é acusado e degredado para a Ilha do Diabo; sua França é assolada por políticos corruptos e o escritor Emile Zola morre em circunstâncias suspeitas.

Foi assassinado! Mas por quem? Lídia?

No ambiente doméstico, André entra em conflito com o enteado Paolo por convicções políticas e, sobretudo, por causa de Lídia.

Ou o senhor se separa de Lídia, ou não nos veremos jamais! – Paolo o íntima.

A morte do enteado, da nora e do neto, leva André - convicto de que a amante era a responsável por todas as iniqüidades - a destruir Lídia da única maneira possível no caso daquele ser imortal: deixando de amá-la. Para ele, não havia dúvidas: Lídia, a egoísta Romana, desejando-o só para si, o afastou de todos aqueles que ele realmente ama.

O Epílogo trás surpreendente revelação.[2]

Bibliografia editar

COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Letras, 2001: 2v.

Referências

  1. UFSC
  2. [MENDONÇA, Débora, "Literatura Avaliada" - [1]