A Viagem de Chihiro

filme de animação japonês de 2001 realizado por Hayao Miyazaki

A Viagem de Chihiro[2][4] (千と千尋の神隠し Sen to Chihiro no Kamikakushi?, lit. O desaparecimento de Sen e Chihiro[5]) é um filme japonês de animação, dos gêneros aventura e fantasia, lançado em 2001.[6] O longa-metragem foi escrito e dirigido por Hayao Miyazaki,[7] com as vozes de Rumi Hiiragi, Miyu Irino, Mari Natsuki, Takeshi Naito, Yasuko Sawaguchi, Tsunehiko Kamijō, Takehiko Ono e Bunta Sugawara.[8] O longa narra as aventuras de Chihiro Ogino (Hiiragi), uma menina de dez anos que se encontra em mudança com a sua família.[8]

A Viagem de Chihiro
Sen to Chihiro no Kamikakushi
A Viagem de Chihiro
Cartaz original japonês do filme.
Em japonês 千と千尋の神隠し
 Japão
2001 •  cor •  125 min 
Gênero fantasia
Direção Hayao Miyazaki
Produção Toshio Suzuki
Roteiro Hayao Miyazaki
Elenco Rumi Hiiragi
Miyu Irino
Mari Natsuki
Takeshi Naito
Yasuko Sawaguchi
Tsunehiko Kamijō
Takehiko Ono
Bunta Sugawara
Música Joe Hisaishi
Cinematografia Atsushi Okui
Direção de arte Norobu Yoshida
Yoji Takeshige
Edição Takeshi Seyama
Companhia(s) produtora(s) Studio Ghibli
Distribuição Toho
Lançamento Japão 20 de julho de 2001 (2001-07-20)
Portugal 28 de fevereiro de 2003 (2003-02-28)[1]
Brasil 18 de julho de 2003 (2003-07-18)[2]
Idioma japonês
Orçamento ¥ 1,9–2 bilhões
Receita US$ 352 milhões[3]

Miyazaki escreveu o roteiro após decidir que a história seria baseada na filha de seu amigo Seiji Okuda, produtor associado do filme, que tinha dez anos à época; a garota fazia visitas frequentes à casa do diretor todo verão.[9] Na época, ele estava a trabalhar em dois projetos diferentes, mas ambos foram rejeitados em favor do longa-metragem.[9] A produção de A Viagem de Chihiro começou em 2000, com um orçamento de 1,9 bilhões de ienes.[10] É a décima-terceira produção do Studio Ghibli e a sétima realizada por Miyazaki dentro do estúdio, a animação chegou aos cinemas japoneses em 20 de julho de 2001, pela distribuidora Tōhō.[11] A produção tornou-se a mais bem sucedida da história do cinema japonês, conquistando mais de 352 milhões de dólares mundialmente[12][13][14]. No seu país de origem, o filme desbancou Titanic como a maior bilheteria de todos os tempos, com um total de 30,8 bilhões de ienes.[15]

Aclamada pela crítica internacional, a obra é frequentemente citada como uma das melhores da década de 2000, e uma das melhores animações de todos os tempos. O longa-metragem foi vencedor do Óscar de melhor filme de animação em 2003, tornando-se a primeira produção que não tenha o inglês como língua original a vencer essa categoria.[16] Foi, também, co-recipiente do Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2002, dividindo o prêmio com Domingo Sangrento,[17] e se encontra entre os dez mais votados da lista de filmes que deveriam ser assistidos até os catorze anos, compilada pelo British Film Institute.[18] Em 2016, foi eleito o quarto melhor filme do século XXI por 177 analistas de cinema ao redor do mundo.[19] No ano seguinte, foi, ainda, selecionado como o segundo melhor filme do século XXI até então, pelo jornal The New York Times.[20]

No Brasil, foi lançada em 2021 a edição especial de colecionador do filme em blu-ray pela Obras Primas do Cinema em parceria com a Bazani e a Europa Filmes.[21][22]

Sinopse

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Imagem de vários Yōkais, similares aos espíritos que aparecem no filme.

Chihiro e seus pais são obrigados a se mudarem para outra cidade. Durante a mudança seu pai, decide tomar um atalho para economizar tempo, porém, acabam se perdendo e chegando em um edifício com um estranho túnel no centro. Ainda que Chihiro se negue a entrar, seus pais insistem em seguir túnel adentro. Do outro lado, descobrem um povoado aparentemente abandonado; a família opta em explorar o lugar e acabam encontrando um restaurante o qual decidem parar para comer. Chihiro deixa-os para continuar investigando. Quando começa a anoitecer um misterioso jovem chamado Haku aparece e ordena que Chihiro saia do lugar antes que anoiteça completamente.

Chihiro corre em busca dos pais, enquanto pouco a pouco a cidade vai ganhando vida: os postes acendem e aparecem uma variedade de espíritos. Ao chegar ao restaurante, Chihiro descobre que seus pais se tornaram enormes porcos. Aterrorizada, a jovem foge e começa a se dar conta que está ficando transparente. Haku, que aparece novamente, diz que para ela não desaparecer deve comer algo deste mundo e lhe oferece uma baga. Depois disto, leva-a secretamente a uma casa de banhos termais em que deve aceitar um trabalho antes que possa ajudá-la a escapar. Assim, com a ajuda de vários amigos que faz ao longo da história, Chihiro inicia uma grande aventura para buscar uma maneira de acabar com o feitiço que mantêm a família dela em porcos e poder continuar com sua vida livre.[23]

Elenco

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Personagem Dubladores (vozes originais) Descrição
Chihiro Ogino (荻野 千尋 Ogino Chihiro?) Rumi Hiiragi Personagem principal, de uma menina infantil passa a ser corajosa e
destemida ao longo do filme[24]
Haku (ハク?)/Nigihayami Kohaku Nushi Miyu Irino Mão direita de Yubaba, sempre está procurando ajudar Chihiro.[25]
Yubaba (湯婆婆 Yubāba?) Mari Natsuki Bruxa, dona da casa termal. É gananciosa e maquiavélica.[26]
Akio Ogino (荻野 明夫 Ogino Akio?) Takashi Naitō Pai de Chihiro.
Yūko Ogino (荻野 悠子 Ogino Yūko?) Yasuko Sawaguchi Mãe de Chihiro.
Kamajii (釜爺 Kamajī?) Bunta Sugawara O fornecedor de carvão das termas, vive no subsolo da casa.[27]
Lin (リン Rin?) Yoomi Tamai Trabalhadora da casa termal, faz amizade com Chihiro.[28]
( ?) Ryūnosuke Kamiki Um bebê gigante e filho de Yubaba, é mimado e teimoso.
Vive trancado no seu quarto.[29]
Sem Rosto (カオナシ Kaonashi?) Akio Nakamura Um espírito, sua personalidade e o seu jeito de ser são como o das pessoas que lhe estão perto e como essas o tratam.[30]

Jornada espiritual

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Ilustração de Alice no País da Maravilhas, obra que pode ser equiparada com A Viagem de Chihiro.

A temática principal do filme é a viagem liminar que a protagonista realiza até o reino dos espíritos, onde se vê em mundo desconhecido. O trânsito de Chihiro neste reino alternativo, que pode ser comparado com Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, representa a transição da infância até a fase adulta.[31] O aspecto arquétipo do outro mundo delimita a condição de Chihiro com alguém se encontra entre a fase de ser criança e de ser adulto. A personagem também se encontra fora dos limites da sociedade ao se encontrar com o sobrenatural. Por sua vez, a personagem Yubaba compartilha várias semelhanças com o cocheiro de Pinóquio, já que este transforma os meninos em asnos da mesma forma que a bruxa transforma os pais em porcos. Ao conseguir emprego na casa de banhos termais, Yubaba rouba o verdadeiro nome de Chihiro (que passa a se chamar Sen), o que simbolicamente significa a morte da menina, que deve assumir então a fase adulta.[31] Chihiro segue um rito de passagem segundo o formato do monomito, e na sua tentativa de recuperar a continuidade do seu passado, deve forjar uma nova identidade.[31]

A Viagem de Chihiro faz uma crítica a sociedade japonesa moderna em relação ao conflito de gerações e a luta para quebrar as tradições da cultura tradicional. Chihiro é vista como uma representação do gênero Shōjo, cujos papeis e ideologias mudaram drasticamente no Japão pós-guerra.[32] Chihiro busca resgatar sua identidade passada, assim como o Japão busca os antigos valores em meio ao decrescimento econômico na época em que o filme foi feito. Em uma entrevista, Miyazaki comentou sobre este elemento nostálgico do antigo Japão.[33]

O filme também crítica a poluição ambiental quando o Deus do Rio aparece deformado em lixo.

A casa de banhos pode ser vista como um lugar luxuoso e repleto de avareza, e com a aparição de Sem Rosto, um espírito que reflete a personalidade de quem o rodeia e que devora quem sucumbe a ganância, se torna o cenário ideal para ocorrer um massacre, com o dito espírito devorando vários funcionários da casa termal; porém logo são salvos por Chihiro quando o alimenta com bolinhos deixados pelo Deus do Rio; assim, Sem Rosto volta a ser tímido e inofensivo quando confronta a pureza de Chihiro. No final do filme, Zeniba (irmã gêmea de Yubaba) decide adotá-lo para evitar que seja exposto pela influência negativa da casa de banho.[34]

Produção

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A cada verão Miyazaki passava suas férias em uma cabana nas montanhas com sua família e cinco jovens amigas. A Viagem de Chihiro surgiu com a ideia de criar um filme que pudesse dedicar a estas pequenas amigas. Ele tinha feito filmes como Meu amigo Totoro e Serviço de entregas da Kiki, os quais dirigiu para meninos e adolescentes, mas nunca para meninas de dez anos. Para se inspirar, leu revistas de mangá Shōjo como Nakayoshi e Ribon, que as meninas liam na cabana. Porém, Miyazaki sentia que as obras publicadas nas revistas somente tratavam de temas subjetivos, como romances e namoros. Ao ver as jovens amigas, ele percebia que este tipo de tema contrastava com as personalidades delas, e então decidiu produzir um filme que mostrasse uma menina que pudessem ver em seu lugar. Nas palavras de Miyazaki:[35]

Criei uma heroína comum, alguém que o público possa simpatizar. Não é uma história em que os personagens crescem, e sim uma história em que podem tirar valores que levam dentro de si. Quero que meus jovens vivam assim e creio que eles também tem esse desejo.

Hayao Miyazaki

 
Hayao Miyazaki em 2008

Miyazaki queria fazer um novo filme há muito tempo. Escreveu dois projetos, porém ambos foram interrompidos. O primeiro era baseado no livro japonês Kirino Mukouno Fushigina Machi, e o segundo se tratava de uma heroína adolescente. A terceira proposta de Miyazaki, que acabou se convertendo em A Viagem de Chihiro, foi a que obteve êxito. As três histórias giravam em torno de uma casa de banhos termais baseado em uma que havia na cidade natal de Miyazaki. O autor pensava que esta era um lugar misterioso, com uma pequena porta junto as banheiras. Curioso para saber o que havia nelas, terminou criando várias histórias a respeito, uma das quais serviu de inspiração para criar a casa de banhos que aparece no filme.[35]

 
Jiufen, uma localidade em Taiwan que serviu de inspiração para as construções do filme.

A produção do filme começou em 2000, com um orçamento de 1,5 bilhão de Ienes – 15 milhões de dólares estadunidenses. Assim como Princesa Mononoke, Miyazaki e os funcionários dos Studio Ghibli utilizaram a animação digital. Com o uso de computadores e programas com Softimage, os funcionários do estúdio aprenderam a utilizar o software porém também mantiveram a produção tradicional de desenhos. Cada personagem foi desenhado quase por completo a mão, com Miyazaki trabalhando junto com os animadores para assegurar-se que tudo transcorria bem. A maior dificuldade em fazer o filme consistiu na redução de sua duração. Quando a produção se iniciou, Miyazaki se deu conta que este duraria mais de três horas se continuasse fazendo de acordo com a trama original. Teve que deletar várias cenas da história, e tratou de reduzir a complexidade do filme para queria fazê-lo mais simples. Tampouco queria que a heroína fosse estereotipada. A princípio se viu frustrado ao notar que a personagem se mostrava “monótona”, e assim pensou: “Não é divertida, não há nada que possamos fazer ?” Contudo, a medida que o filme terminava de produção, se sentiu aliviado quando percebeu que seria uma personagem carismática.[35]

Para a criação de algumas edificações do mundo dos espíritos, Miyazaki se baseou em estruturas reais que aparecem no Museu de arquitetura ao ar livre Edo-Tokio, em Koganei, Japão. Enquanto trabalhava no filme, ia sozinho no museu para se inspirar. Miyazaki sempre esteve interessado no estilo pseudo ocidental dos edifícios da era Meiji que se encontravam ali. O museu o fazia sentir nostálgico ”especialmente quando estou sozinho nas tardes, perto de uma hora para fechar, e o sol começa a se pôr, e as lágrimas caem dos meus olhos”.[35] Outra fonte de inspiração foi Notoya Ryokan, um pousada tradicional japonesa da província de Yamagata famosa por sua arquitetura e elementos ornamentais.[36] A pequena localidade de Jiufen, em Taiwan, também serviu de modelo para os desenhos do mundo dos espíritos no filme.[37]

Música

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A música de A Viagem de Chihiro foi composta e dirigida por Joe Hisaishi, colaborador habitual de Miyazaki, e interpretada pela New Japan Phiharmonic.[38][39] A trilha sonora recebeu uma condecoração de melhor música na 56.ª cerimônia de premiação de Mainichi Film Competetion Award, e também ganhou o Tokio Anime Award de melhor música no Tokyo International Anime Far de 2001. Por último, recebeu a 17.ª entrega do Japan Gold Disk Award na categoria álbum de animação do ano.[40][41] Hisaishi adicionou a letra “Ano Natsu” (あの夏へ, um dia de verão) como um dos temas da trilha sonora. - e a nova versão de “ Inochi no Namae” ( いのちの名前, O nome da vida), a qual foi interpretada por Ayaka Hirahara

O tema de encerramento “Itsumo nando demo” ( いつも何度でも, Sempre, não importa quantas vezes) foi interpretado por Yumi Kimura.[42][43] A letra desta canção foi escrito por um amigo de Kimura, Wakako Kaku. Inicialmente o tema planejava ser usado em Entotsu-Kaki, um dos projetos de Miyazaki que fora interrompido. Como escutava o tema enquanto trabalhava no novo projeto, decidiu que seria incluído porque tratava do mesmo tema.[43][44] O tema também foi interpretado pela cantora ucraniana Nataliya Gudziy.[45]

Recepção

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Comercial

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A Viagem de Chihiro começou a ser exibido nos cinemas do Japão em 27 de Julho de 2001 e desde então conseguiu arrecadar 229 607 878 dólares, tornando-se o filme de maior bilheteria na história do cinema japonês. Também obteve uma arrecadação mundial de 274 925 095 de dólares, sendo o primeiro filme que ganhou mais de 200 milhões de dólares a nível mundial antes de estrear nos Estados Unidos.

Crítica

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A Viagem de Chihiro foi aclamado pela crítica. No web site Rotten Tomatoes, o filme possui 97% de aceitação entre os críticos, com um total de 152 comentários e com uma qualificação média de 8,5/10. O consenso entre os críticos é: “A Viagem de Chihiro é uma deslumbrante, encantadora e magnifica elaborada história que deixara os espectadores um pouco mais curiosos e fascinados pelo mundo que os rodeia”.[46] No mesmo site ocupa a décima terceira colocação em uma lista dos cinquenta melhores filmes animados.[47] No Metacritic, conseguiu uma qualificação de 96/100, baseado em 41 críticas, indicando "aclamação universal".[11] Enquanto que no Internet Movie Database (IMDb), obteve uma pontuação de 86/100 dada pelo público – 281 mil votantes – ocupando o trigésimo sexto lugar no top 250.[48]

Roger Ebert, crítico de cinema do Chicago Sun-Times, deu quatro estrelas completas e louvou tanto o filme como a direção de Miyazaki. Ebert também qualificou A Viagem de Chihiro como um dos melhores filmes do ano.[49] Kenneth Turan, do Los Angeles Times considerou boas as atuações de voz, e disse que o filme “é um produto de uma intrépida imaginação cujas criações são diferentes de qualquer coisa que havia visto antes”. Igual a Ebert, Turan elogiou a direção de Miyazaki.[50] Jay Boyaer, do Orlando Sentinel, também fez bons comentários sobre a direção, e comentou que o filme é “uma opção perfeita para um menino que se mudou para uma casa nova “.[51] Elvis Mitchell, do The New York Times, deu uma resenha positiva para o filme, e elogiou as sequências de animações. Também realizou uma comparação favorável com a obra Through the Looking Glass de Lewis Carroll, indicando que os personagens “intensificam a tensão do filme”.[52] Por sua vez, Derek Elley, da revista Variety, comentou que A Viagem de Chihiro “pode ser desfrutado tanto por jovens como por adultos”, e igualmente elogiou a animação e a música.[53]

Prêmios

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A Viagem de Chihiro ganhou trinta e cinco prêmios, entre os quais incluem o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003. Assim, se tornou o segundo filme a receber esta condecoração, pois a categoria se iniciou em 2002, sendo o primeiro filme em língua não-inglesa a ganhar o prêmio, além de ter sido o único a atingir esse feito até 2024, onde o filme O Menino e a Garça, também dirigido por Hayao Miyazaki e produzido pelo Studio Ghibli, ganhou o Oscar de Melhor Animação de 2023.[54] Na vigésima quinta premiação dos Prêmios da Academia Japonesa – o equivalente japonês do óscar – recebeu os prêmios de melhor filme do ano e melhor canção.[55] No Festival Internacional do Cinema de Berlim de 2002, o longa-metragem conquistou o Urso de Ouro, ex aequo com Domingo sangrento, sendo a única animação a consegui-lo até o momento.[56]

Referências

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  5. «A Viagem de Chihiro foi baseada em um conto da vida real?». Todo Dia. 17 de janeiro de 2021. Consultado em 11 de junho de 2023. Kamikakushi é uma palavra poética que combina o caractere “deus” ou “espírito”, e “escondido”. Kamikakushi pode ser traduzido como “escondido pelos espíritos”, pois o título do filme é, na verdade é Sen to Chihiro no Kamikakushi, ou O desaparecimento de Sen e Chihiro. 
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