Abu Alabás Assabti

Cide Bel Abás (em francês: Sidi Bel Abbès) ou Cide Amade Abu Alabás Alcazeraji Assabti (Ceuta, 1129Marraquexe, 1204) foi um místico sufista e um dos Sabatu Rijal (Sete Santos de Marraquexe). A sua comemoração foi iniciada por Iussi sob o impulso do sultão alauita Mulei Ismail (r. 1672–1727).[1]

Abu Alabás Assabti
Nome completo Cide Amade Abu Alabás Alcazeraji Assabti
Conhecido(a) por ser um dos "Sete Santos de Marraquexe"
Nascimento 1129
Ceuta
Morte 1204 (75 anos)
Marraquexe
Nacionalidade  Marrocos
Ocupação filósofo, místico sufista e santo muçulmano
Principais interesses Sufismo
Título Imã, xeque
Religião Islão
Mausoléu de Sidi Bel Abbas em Marraquexe

Órfão de pai, a sua mãe enviou-o confiou-ou a um tecelão de tapetes para que aprendesse o ofício, mas o pequeno fugiu de casa para ir estudar teologia nos madraçais.[2] Ainda adolescente, mudou-se para Marraquexe em 1145-46 durante as últimas semanas do cerco dos almóadas à cidade. Durante alguns anos viveu num caverna da colina de Igiliz, fora da cidade, aonde só descia às sextas-feiras para a oração comunal.[1] O califa Iacube Almançor (r. 1184–1199) foi um discípulo de Alabás; pediu-lhe para viver na cidade e ofereceu-lhe uma casa, uma hospedaria para os seus discípulos e um madraçal para os estudos. O ensino era custeado pelos próprios fundos do califa. Sempre que Almançor visitava Alabás, fazia questão de se comportar humildemente e agir "como um servo".[2]

Para Alabás, todos os atos de misericórdia humana (rahma) evocavam resposta misericordiosa por parte do Deus Todo-Misericordioso (ar-Rahim). Alabás rematava a sua teoria de reciprocidade com a máxima: «O Ser [Divino] é efetivado por generosidade» (al-wujud yanfa ilu bi'l-jud). O filósofo andalusino Averróis visitou Alabás diversas vezes em Marraquexe.[3]

Quando Alabás morreu em 1204, foi sepultado no cemitério de Sidi Marouk, perto da porta Bab Taghzout.[4] Em 1605, o sultão saadiano Abu Faris erigiu um mausoléu para Alabás, na esperança que a baraca (poder) do santo o ajudasse a melhorar a sua epilepsia. Em 1998, o rei Haçane II ordenou melhoramentos no santuário. Este é também o local da sua zauia.[carece de fontes?]

A hagiografia de Alabás, chamada Acbar Abu Alabás Sabti, da autoria de Abu Iacube Iúçufe ibne Iáia Tadili, foi em parte composta pelo próprio Alabás e contém muitas passagens autobiográficas.[carece de fontes?]

Notas e referências editar

  1. a b Cornell 1998, p. 79.
  2. a b Chniber 1988, p. 162.
  3. Cornell 1998, p. 91.
  4. «The Moroccan King/Saint Relationship». Dar-Sirr.com: Portal to Moroccan Sufism (em inglês). Consultado em 13 de março de 2012. Cópia arquivada em 8 de julho de 2011 

Bibliografia editar

 
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