Abu Inane Faris

Sultão merínida
(Redirecionado de Abu Inan Faris)

Abu Inane Faris (em árabe: أبو عنان فارس; romaniz.:Abu Inan Faris) foi o sultão do Império Merínida de setembro de 1348, em sucessão de seu pai Alboácem Ali ibne Otomão, a 3 de dezembro de 1358, quando foi assassinado e substituído por Maomé II Assaíde.[1]

Abu Inane Faris
Abu Inane Faris
Dinar de ouro de Abu Inane Faris
Sultão do Império Merínida
Reinado setembro de 13483 de dezembro de 1358
Antecessor(a) Alboácem Ali ibne Otomão
Sucessor(a) Maomé II Assaíde
 
Morte 3 de dezembro de 1358
Casa merínida
Religião Islão

Vida editar

Abu Inane Faris era filho do sultão Alboácem Ali ibne Otomão (r. 1331–1348) e irmão de Abomar Taxufine e Abu Maleque Abde Aluaide. [2] Em 1348, servia como governador de Tremecém. No mesmo ano, seu pai foi derrotado perto de Cairuão, e suas tentativas de reagrupar suas tropas foram frustradas, pois na primavera a Peste Negra alcançou Túnis. Abu Inane Faris aproveitou a oportunidade para se declarar sultão e retornou para Fez antes que outros pretendentes buscassem tomar o trono.[3] Revoltas eclodiram nos territórios dominados pelo Império Merínida,[4][5] permitindo que o ziânida Abuçaíde Otomão II fosse proclamado sultão de Tremecém,[6] enquanto o haféssida Abu Alabás Amade Alfadle Almutauaquil retomou Túnis e tornar-se-ia califa.[7] Alboácem Ali fez inúmeras tentativas para retornar aos territórios merínidas, mas enfrentou forte oposição da coalizão formada pelos berberes magrauas, os ziânidas e Abu Inane Faris. Ele conseguiu se refugiar em Sijilmassa, onde reuniu um exército, apesar da deserção de seus aliados árabes suaiditas, e marchou contra Marraquexe, que caiu. Em 1351, enfrentou as tropas de seu filho nas margens do Um Arrabia, onde foi derrotado. Em decorrência dessa derrota, foi obrigado a abdicar em favor de seu filho pouco antes de morrer no mesmo ano.[8] Seu corpo foi transferido por Abu Inane Faris, alegadamente com grande luto público, à necrópole merínida em Chelá.[9]

Referências

  1. Zaghi 1973, p. 17.
  2. Mediano 2010, p. 112-113.
  3. Mediano 2010, p. 113-114.
  4. Fage 1975, p. 358.
  5. Marçais 1986, p. 93.
  6. Tarabulsi 2006, p. 84.
  7. Brunschwig 1940, p. 166–172.
  8. Mediano 2010, p. 114.
  9. Julien 1961, p. 181.

Bibliografia editar

  • Brunschwig, Robert (1940). La Berberie Orientale sous les Hafsides. Paris: Adrienne-Maisonneuve 
  • Fage, John Donnelly; Oliver, Roland Anthony (1975). The Cambridge History of Africa. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-20981-6 
  • Mediano, Fernando Rodríguez (2010). «4 . The post Almohad dynasties in al Andalus and the Maghrib (seventh ninth/thirteenth !fteenth centuries)». In: Fierro, Maribel. The New Cambridge History of Islam. II: The Western Islamic World Eleventh to Eighteenth Centuries. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia 
  • Julien, Charles-André (1961). Histoire de l'Afrique du Nord, vol. 2 - De la conquête arabe à 1830. Paris: Payot 
  • Tarabulsi, Hasna (2006). «The Zayyanids of Tlemcen and the Hafsids of Tunis». Ibn Khaldun: Studies. Madri: Fundação do Legado Andalusino. ISBN 978-84-96556-34-8 
  • Zaghi, Carlo (1973). L'Africa nella coscienza europea e l'imperialismo italiano. Nápoles: Guida