Acidente do Dornier Do J prefixo P-BACA em 1928

A queda do hidroavião Santos Dumont foi um acidente aéreo ocorrido durante as comemorações pelo retorno de Alberto Santos Dumont ao Brasil em 3 de dezembro de 1928.[1] Por ocasião do retorno de Santos Dumont, foram organizadas diversas homenagens, entre elas o sobrevoo de dois hidroaviões Dornier Do J Wal do Syndicato Condor sobre o SS Cap Arcona, navio que transportava o ilustre aviador brasileiro.[2]

Desastre do hidroavião Santos Dumont
Acidente do Dornier Do J prefixo P-BACA em 1928
Dornier Do J, similar ao aparelho acidentado
Sumário
Data 3 de dezembro de 1928 (95 anos)
Causa Erro do piloto
Local Baía de Guanabara, Rio de Janeiro,  Brasil
Total de mortos 14
Total de feridos 0
Primeira aeronave
Origem Rio de Janeiro
Destino Rio de Janeiro
Passageiros 9
Tripulantes 5
Sobreviventes 0
Segunda aeronave
Modelo Dornier Do J Alemanha
Operador Syndicato Condor
Prefixo P-BAIA (Guanabara)
Origem Rio de Janeiro
Destino Rio de Janeiro
Tripulantes 5
Sobreviventes 5

Acidente editar

 
O SS Cap Arcona em 1927.

As aeronaves Dornier Do J prefixos P-BAIA (batizada Guanabara) e P-BACA (Santos Dumont -batizada em homenagem ao aviador) decolaram da Baía de Guanabara e sobrevoariam o Cap Arcona, onde lançaram mensagens de boas vindas a Alberto Santos Dumont. O Santos Dumont era conduzido pelo comandante alemão August Wilhem Paschen, transportando uma tripulação de 9 passageiros composta por amigos de Santos Dumont e personalidades da época.[2]

O Santos Dumont faria uma manobra que lhe custaria a perda de sustentação, causando a queda do aparelho na Baía de Guanabara, diante dos olhos dos tripulantes e passageiros do Arcona, incluindo Santos Dumont.[2] Abatido, ele suspende as festividades e retorna a Paris. Apesar dos esforços de salvamento, liderados pela Marinha do Brasil através dos Contratorpedeiros Amazonas (CT-1) e Pará (CT-2), somente o mecânico da aeronave Walter Hasseldorf sobreviveu à queda, falecendo horas mais tarde.

Entre os mortos no desastre estava o médico Amaury de Medeiros, o matemático Manuel Amoroso Costa, Tobias Moscoso, Ferdinando Labouriau, Frederico de Oliveira Coutinho e Paulo de Castro Maia. Durante a retirada dos corpos e dos restos da aeronave, ocorreu a morte de um escafandrista da Marinha.[1]

Consequências editar

Após presenciar o acidente, Santos Dumont ficaria abatido, chegando dizer aos organizadores: "Eu sempre pedi a vocês que não voassem na minha chegada. A agitação ensejou um grave descuido. Quantas vidas sacrificadas por minha modesta pessoa!". Ele decorou todos os orbituários e visitou os 12 funerais.[3] Cancelou as festividades e voltando para a França. Sua depressão se agravaria, de forma que ele se suicidou poucos anos depois. Esse foi o primeiro acidente com uma aeronave comercial no Brasil, embora a mesma não estivesse operando comercialmente naquele dia, gerando grande comoção junto à imprensa e opinião pública.[2]

Bibliografia editar

  • SILVA, Carlos Ari Cesar Germano da; O rastro da bruxa: história da aviação comercial brasileira no século XX através dos seus acidentes; Porto Alegre Editora EDIPUCRS, 2008, pp 18–21.

Referências

  1. a b Folha da Manhã (4 de dezembro de 1928). «A catastrophe do hydro-avião "Santos Dumont"». Ano IV Nº 1297. Consultado em 18 de julho de 2019 
  2. a b c d SILVA, Carlos Ari Cesar Germano da (2008). O rastro da bruxa: história da aviação comercial brasileira no século XX através dos seus acidentes. [S.l.]: EDIPUCRS. pp. 18–21 
  3. Hoffman, Paul (2010). Asas da Loucura: A extraordinária vida de Santos-Dumont. Rio de Janeiro: Ponto de Leitura. p. 334. ISBN 9788539000098 

Ligações externas editar

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