Acorus é um táxon de plantas colocado na categoria taxonómica de género, utilizado em sistemas de classificação modernos como o sistema APG III[1] e o sistema Angiosperm Phylogeny Website,[2] onde está colocado na sua própria família Acoraceae e na sua própria ordem Acorales, dentro das monocotiledóneas.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAcorus
Acorus calamus
Acorus calamus
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Acorales
Família: Acoraceae
Género: Acorus
Lineu
Distribuição geográfica

Espécies
Ver texto´

Antigamente classificava-se o género dentro das Araceae, como um membro aberrante, mas com as análises moleculares de ADN, foi determinado que não pertencia a essa família, mas que era o género que mais cedo diverge do resto das monocotiledóneas, dando-lhe a categoria taxonómica de ordem.

É nativo da América do Norte e Ásia, tendo-se naturalizado na Europa durante a Idade Antiga; conhecem-se variedades diplóides e tetraplóides, assim como triplóides de origem híbrido entre estas, que ao serem inférteis reproduzem-se rizomaticamente. são plantas herbáceas perenes, hemicriptófitas ou geófitas; os brotos que sobrevivem ao Inverno encontram-se na superfície do solo ou debaixo de terra. Preferem as zonas húmidas. As flores formam uma inflorescência que rodeia um caule engrossado ou espádice. As folhas e raízes das espécies de Acorus foram empregues como plantas medicinais devido à asarona que contêm; os óleos essenciais aromáticos são aproveitados em perfumaria.

Da espécie Acorus calamus, conhecida no Brasil como cálamo-aromático ou cana-cheirosa, pode ser extraído por destilação um óleo essencial utilizado em perfumaria e em medicina.

Filogenia editar

As Acoraceae[3] são semelhantes às Araceae, por possuirem espádice e espata, mas estão claramente separadas dessa família com base em análises de morfologia e de sequências de ADN.[4] Acoraceae[5] difere das Araceae devido a ter folhas unifaciais ensiformes, sementes perispermadas e endospermadas, e células com óleos aromáticos. Com base na morfologia da semente, altamente divergente, já Tillich em 1985[6] tinha sugerido que Acorus fosse excluída das Araceae.

Em termos morfológicos, Acorus possui muitos caracteres atípicos para uma monocotiledónea basal, mas também possui algumas que são esperadas: a formação da parede da antera de tipo dicotiledónea e os óleos essenciais, os dois são únicos para Acorus entre as monocotiledóneas basais. Por sua vez, o seu hábito com folhas unifaciais, ensiformes, a estrutura da sua inflorescência (um espádice de flores com perianto indiferenciado), o seu ovário sincarpo, e os seus frutos como bagas, não são o esperado para uma monocotiledónea "primitiva" segundo a visão tradicional.

Taxonomia editar

Acoraceae foi proposta por Martynov em 1820. Actualmente é amplamente aceite que Acorus seja colocado na sua própria família monotípica, e na sua própria ordem monotípica, Acorales.

Especies:[7]

  • Acorus calamus L., Sp. Pl.: 324 (1753) - açoro, cálamo-aromático, acorina, lírio-dos-charcos, cana-cheirosa
    • Acorus calamus var. americanus Raf., Med. Fl. 1: 25 (1828).
    • Acorus calamus var. angustatus Besser, Flora 17(Beibl.): 30 (1834).
    • Acorus calamus var. calamus.
  • Acorus gramineus Sol. in W.Aiton, Hort. Kew. 1: 474 (1789) - mini-cálamo-do-japão, açoro-gramíneo, junco-japonês

Segundo o NCBI as espécies e subespécies são:[8]

O sistema APG II de 2003 já reconhecia a família,[9] assim como o sistema APG III.[1]

Na lista do sistema Linear APG III, Acoraceae é a família número 29.[10]

A classificação segundo o Sistema de Cronquist coloca o género Acorus na família Araceae, ordem Arales, subclasse Arecidae, classe Liliopsida.

No sistema de Lineu era colocado na classe Hexandria, ordem Monogynia[11]

Gênero editar

A família Acoraceae possui 1 gênero reconhecidos atualmente.[12]

Sinonímia editar

Referências

  1. a b The Angiosperm Phylogeny Group III ("APG III", em ordem alfabética: Brigitta Bremer, Kåre Bremer, Mark W. Chase, Michael F. Fay, James L. Reveal, Douglas E. Soltis, Pamela S. Soltis y Peter F. Stevens, também colaboraram Arne A. Anderberg, Michael J. Moore, Richard G. Olmstead, Paula J. Rudall, Kenneth J. Sytsma, David C. Tank, Kenneth Wurdack, Jenny Q.-Y. Xiang y Sue Zmarzty) (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III.» (pdf). Botanical Journal of the Linnean Society (161): pp. 105-121.
  2. Stevens, P. F. (2001 em diante). «Angiosperm Phylogeny Website (Versão 9 de Junho de 2008, e actualizado desde então)» (em inglês). Consultado a 07-07-2008.
  3. Grayum MH. 1987. A Summary of Evidence and Arguments Supporting the Removal of Acorus from the Araceae Taxon, 36, 723-729
  4. 202. Acoraceae Martinov
  5. Grayum MH 1990. Evolution and Phylogeny of the Araceae Annals of the Missouri Botanical Garden 77,[1]
  6. Tillich, H.-J. (1985). «Keimlingsbau und verwandtschaftliche Beziehungen der Araceae..». Gleditschia 13: pp. 63-73.
  7. «World Checklist of Monocotyledons» (em inglês). Royal Botanic Gardens, Kew. Consultado a 26-12-2012.
  8. NCBI: Acorus -consultado a 27-12-2012
  9. APG II (2003). «An Update of the Angiosperm Phylogeny Group Classification for the orders and families of flowering plants: APG II.[ligação inativa]» (pdf). Botanical Journal of the Linnean Society (141): pp. 399-436. Consultado a 26/12/2012.
  10. Elspeth Haston, James E. Richardson, Peter F. Stevens, Mark W. Chase, David J. Harris. The Linear Angiosperm Phylogeny Group (LAPG) III: a linear sequence of the families in APG III Botanical Journal of the Linnean Society, Vol. 161, No. 2. (2009), pp. 128-131. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.01000.x Key: citeulike:6006207
  11. http://www.botanicus.org/page/358343 Species plantarum (1753)
  12. «Acoraceae» (em inglês). The Plant List. 2010. Consultado em 23 de julho de 2016 

Bibliografia editar

Ligações externas editar

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
  Imagens e media no Commons
  Diretório no Wikispecies