Pintada-vulturina

Espécie de ave
(Redirecionado de Acryllium)


A pintada-vulturina[1][2] (Acryllium vulturinum) é uma ave proveniente da África.[3] Pertence ao mesmo grupo da pintada-da-guiné, a família Numididae, e alimenta-se de ervas, folhas, brotos e insetos.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPintada-vulturina

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Galliformes
Família: Numididae
Género: Acryllium
Gray, 1840
Espécie: A. vulturinum
Nome binomial
Acryllium vulturinum
Hardwicke, 1884

Características editar

 
A. Vulturinum

A pintada-vulturina possui a cabeça e pescoço nus, como um abutre e, também um colar de penas no pescoço, penas azuis e o resto do corpo é preto e branco com pintas e riscas. Não existe praticamente dimorfismo sexual, sendo apenas o macho um pouco maior do que a fêmea. Os jovens são semelhantes mas com as cores menos vivas e brilhantes. Também é conhecida por pintada-abutre, fraca-vulturina ou cabeça-de-abutre.

Comportamento editar

Vivem em grupo, podendo formar bandos de 20 a 50 aves. Muitas vezes são observadas no início e final do dia perto de áreas com água. Procuram alimento em conjunto, podendo percorrer 15 a 25 km num dia. A maior parte do tempo deslocam-se no solo, correm depressa mas são boas voadoras, quando necessário. Durante a noite, sobem às árvores para dormir. São aves muito ruidosas.

A pintada-vulturina sugere agora que cérebros grandes não são necessariamente um requisito para viver entre sociedades complexas.

Investigadores do Instituto Max Planck e da Universidade de Konstanz, na Alemanha, acompanharam as interações sociais de uma população de mais de 440 espécimes da ave, no Quénia, durante vários anos.

Mesmo no meio da multidão, o Acryllium vulturinum pode encontrar os seus amigos, e acompanhar o seu status social com centenas de outros indivíduos, um feito anteriormente conhecido apenas em mamíferos.

Estes animais são frequentemente observados em grupos, o que por si só não é incomum entre os pássaros. No entanto, o que é diferente neste caso é que esses grupos também têm associações consistentes com outros grupos.

Entre a população analisada, os cientistas descobriram que era composta por 18 grupos sociais, com 13 a 65 indivíduos em cada um, que consistiam em vários machos e fêmeas, incluindo pares reprodutores e não reprodutores.

Estas aves misturam-se com outros grupos durante o empoleiramento comunitário à noite e durante as atividades diurnas. Por exemplo, determinados grupos optam por juntar-se uns aos outros à noite, mesmo que não partilhem o mesmo território ou que não se relacionem durante o dia.

Depois de socializarem, determinados pássaros dividem-se de forma consistente dos seus grupos originais, o que significa que entendem quem faz parte do grupo e quem não faz.

Como tal esta espécie mantém círculos sociais complexos e de vários níveis, apesar de possuir um cérebro bastante pequeno[4].

Reprodução editar

O ninho é uma pequena depressão no solo. A postura é de 10-12 ovos e o período de incubação é de, aproximadamente, 28 dias. Alcançam a maturidade sexual entre o primeiro e o segundo ano de vida.

Referências

  1. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 5 de abril de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  2. «Numididae». Aves do Mundo. 26 de dezembro de 2021. Consultado em 5 de abril de 2024 
  3. «Acryllium vulturinum» (em inglês). ITIS (www.itis.gov) 
  4. «Esta ave mostra que não é preciso ter um grande cérebro para formar uma sociedade complexa» 

Ligações externas editar