Adolphe Brongniart

Adolphe Théodore Brongniart (Paris, 14 de janeiro de 180118 de fevereiro de 1876) foi um médico, botânico e paleobotânico francês.[2] Dedicou-se principalmente à botânica, tendo trabalhado para o Museu Nacional de História Natural até sua morte. Em 1851, foi eleito membro estrangeiro da Academia Real das Ciências da Suécia. Normalmente conhecido como o "pai da paleobotânica".

Adolphe Brongniart
Adolphe Théodore Brongniart
Adolphe Brongniart
Adolphe Théodore Brongniart, antes de 1876
Conhecido(a) por pai da paleobotânica
Nascimento 14 de janeiro de 1801
Paris, França
Morte 18 de fevereiro de 1876 (75 anos)
Paris, França
Nacionalidade francês
Prêmios Medalha Wollaston (1841)[1]
Instituições Museu Nacional de História Natural
Campo(s) Botânica e paleontologia

Apesar de ter trabalhado principalmente com a taxonomia de vegetais extintos, o trabalho de Brongniart se estendeu para várias áreas da botânica.[3] Foi laureado com a medalha Wollaston, concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1841.

Biografia editar

Brongniart nasceu em Paris, em 14 de janeiro de 1801. Vinha de uma família de cientistas. Seu avô foi o arquiteto Alexandre Théodore Brongniart (1739 – 1813), que construiu o Palácio Brongniart (o Palácio da Bolsa), em Paris. Seu pai foi o mineralogista e zoólogo, Alexandre Brongniart (1770 - 1847) e sua mãe foi Cécile Jeanne Coquebert de Montbret 1782-1862.[3] Estudou medicina e se formou como médico, mas nunca atuou na área, ainda que tivesse dado aulas na Universidade de Paris, de 1828 a 1830.[4]

Em 1822, publicou um artigo pioneiro sobre a classificação e distribuição de plantas fósseis. Este artigo foi o primeiro de muitos sobre a relação entre as formas vegetais existentes e as extintas, pesquisa que levou à publicação de Histoire des vegetaux fossiles ("Histórias das plantas fósseis"), o que lhe rendeu o título de "pai da paleobotânica". Essa classificação pioneira aproximou os fitofósseis de seus representantes atuais, a base de muitos trabalhos subsequentes na paleobotânica do século XX.[3][4]

A taxonomia vegetal era de seu interesse porque, de acordo com as descobertas sobre a diferença fundamental entre gimnospermas e angiospermas feitas pelo botânico Robert Brown, as coníferas e as cicas foram colocadas no grupo das gimnospermas. No trabalho de Brongniart, a atenção também foi direcionada à sucessão de formas nos vários períodos geológicos, com o resultado importante de que no período paleozoico predominam os Pteridophytas; no mesozoico, as gimnospermas; no cenozoico, as angiospermas, tema mais amplamente estudado em seu Tableau des genres de végétaux fossiles ("Tabela de tipos de plantas fósseis").[3]

O Histoire des vegetaux fossiles não estava completo na sua primeira publicação. Ele foi repetidas vezes revisado e ampliado entre 1828 a 1837. Observou e e descreveu as estruturas das Sigillarias, um gênero de licopodíneas fósseis e arborescentes relacionadas com as atuais cavalinhas.[4] Atuou em várias áreas da botânica, incluindo anatomia e taxonomia de plantas produtoras de sementes. Entre seus trabalhos na área, o mais notável é Sur la génération et le développement de l'embryon des Phanérogames ("Sobre a geração e desenvolvimento do embrião de espermatófitos"), por ser a primeira vez que o desenvolvimento e a estrutura do pólen foi observado, confirmando as descobertas de Giovanni Battista Amici, do tubo polínico, e de Robert Brown, quanto à estrutura do óvulo não fecundado. Brongniart antecipou a descoberta subsequente de Amici (1846) da entrada do tubo de pólen no micrópilo, fertilizando a célula feminina, que depois se desenvolve no embrião.

Ele atuou em muitos ramos da botânica, incluindo anatomia e taxonomia de plantas produtoras de sementes. Entre suas realizações nessa direção, o mais notável é o tratado Sur la geração e desenvolvimento da celebração dos Jogos Phanérogames ("Sobre a geração e desenvolvimento do embrião de espermatófitos"), notável pela primeira vez em qualquer valor de o desenvolvimento e a estrutura do pólen, juntamente com a confirmação da descoberta do tubo de pólen por Giovanni Battista Amici em 1823, a confirmação dos pontos de vista de Robert Brown quanto à estrutura do óvulo não impregnado (com a introdução do termo "embrionário do saco", ou embrião), mostrando como Brongniart antecipou a descoberta subsequente de Amici (1846) da entrada do tubo de pólen no micrópilo, fertilizando a célula feminina, que depois se desenvolve no embrião.[3][4]

Em 1824 ajudou a fundar os Annales des Sciences Naturelles (Anais de Ciências Naturais), periódico científico. Tornou-se membro da Académie des Sciences em 1834. em 1954 fundou a Sociedade Botânica da França e foi seu primeiro presidente. Foi professor de botânica do Museu Nacional de História Natural, em Paris, de 1833 até sua morte, em 1876.[3][4]

Morte editar

Brongniart morreu em Paris, em 18 de fevereiro de 1876, aos 75 anos e foi sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, na capital francesa.[5] Foi casado com Agathe Françoise Boitel (1802-1863), com quem teve dois filhos, Edouard Charles Francklin Brongniart (1830-1903) e Jules Théodore Brongniart (1833-1886).[6]

Obras editar

  • "Essai d'une classification naturelle des champignons" (1825)
  • "Mémoire sur la famille des rhamnées" (1826)
  • " Prodrome d'une histoire des végétaux fossiles " Paris (1828)
  • "Histoire des végétaux fossiles, ou recherches botaniques et géologiques sur les végétaux renfermés dans les diverses couches du globe" (1828-1847, 2 Volumes)
  • "Enumération des genres des plantes cultivées au Musée d'histoire naturelle de Paris" (1843, 2ª edição 1850)
  • "Rapport sur les progrès de la botanique phytographique" (1868)
  • "Recherches sur les graines fossiles silicifiées" (1881). (Editado após a sua morte).

Bibliografia editar

Referências

  1. «Award Winners Since 1831 / Wollaston Medal» (em inglês). The Geological Society of London. Consultado em 10 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 25 de julho de 2015 
  2. «Alexandre BRONGNIART (1770-1847)» (em francês). Consultado em 11 de agosto de 2015. Arquivado do original em 21 de outubro de 2012 
  3. a b c d e f «Adolphe Théodore Brongniart». Western Kentucky University. Consultado em 29 de agosto de 2019 
  4. a b c d e «Adolphe-Theodore Brongniart, Father of Paleobotany». Geography name. Consultado em 29 de agosto de 2019 
  5. «Adolphe-Théodore Brongniart». Find a Grave. Consultado em 29 de agosto de 2019 
  6. «Adolphe Théodore Brongniart». Genealogy Net. Consultado em 29 de agosto de 2019 

Ligações externas editar

 
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Precedido por
André Hubert Dumont
Medalha Wollaston
1841
Sucedido por
Christian Leopold von Buch