Afrânio Coutinho
Afrânio Coutinho | |
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Nascimento | 15 de março de 1911 Salvador, ![]() |
Morte | 5 de agosto de 2000 (89 anos) Rio de Janeiro, ![]() |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Professor, crítico literário e ensaísta |
Magnum opus | O processo da descolonização literária |
Assinatura | |
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Afrânio Coutinho (Salvador, 15 de março de 1911 — Rio de Janeiro, 5 de agosto de 2000) foi um professor, crítico literário e ensaísta brasileiro. Ocupou a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 17 de abril de 1962.
VidaEditar
Foi filho do engenheiro Eurico da Costa Coutinho e de Adalgisa Pinheiro dos Santos Coutinho.
Formou-se em medicina, em 1931, porém preferiu seguir a carreira de professor de literatura e história no curso secundário. Foi bibliotecário da Faculdade de Medicina e professor da Faculdade de Filosofia da Bahia.
Em 1942, foi para os Estados Unidos e durante cinco anos, frequentou cursos na Universidade de Columbia e em outras universidades norte-americanas, aperfeiçoando-se em crítica e história literária. Regressou ao Brasil em 1947, e foi morar no Rio de Janeiro. No ano seguinte, inaugurou, no Suplemento Literário do Diário de Notícias, a seção "Correntes Cruzadas", que manteve até 1961, debatendo problemas de crítica e teoria literária. Na Faculdade de Filosofia do Instituto Lafayette, criou, em 1951, a cadeira de Teoria e Técnica Literária, primeira iniciativa do gênero no Brasil. Foi colaborador de vários jornais e revistas literárias de todo o país, bem como do estrangeiro.
Em 1965 criou a Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1968 foi nomeado diretor dessa faculdade, permanecendo no cargo até aposentar-se, em 1981. Foi ele quem criou a Biblioteca da Faculdade de Letras, reconhecida como uma das melhores do gênero no Rio de Janeiro.
Nas décadas de 1960 e 1970, realizou inúmeras viagens para o exterior, como professor visitante em universidades dos Estados Unidos, da Alemanha e da França.
Foi empossado em 20 de julho de 1962 na cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras, pelas mãos do acadêmico Levi Carneiro.
Durante a sua vida construiu uma vasta biblioteca particular, que se tornou a base para a criação, em 1979, da Oficina Literária Afrânio Coutinho (OLAC), destinada a promover estudos na área da literatura, ministrar cursos e conferências, e receber escritores nacionais e estrangeiros. Hoje a Biblioteca pertence à Faculdade de Letras da UFRJ. Coordenou a elaboração da Enciclopédia de Literatura Brasileira (obra em dois volumes), publicada em 1990.
PrêmiosEditar
- Medalha Anchieta, da Secretaria da Educação do Rio de Janeiro (1954).
- Prêmio Paula Brito (1956).
- Prêmio Nacional do Livro (ensaio), por sua obra A tradição afortunada.
- Prêmio Golfinho de Ouro (1980).
ObrasEditar
- Daniel Rops e a ânsia do sentido novo da existência - ensaio (1935)
- O humanismo, ideal de vida - ensaio (1938)
- L'Exemple du métissage, in L'Homme de couleur - ensaio (1939)
- A filosofia de Machado de Assis - crítica (1940)
- Aspectos da literatura barroca - história literária (1951)
- O ensino da literatura - discurso de posse na cátedra de Literatura do Colégio Pedro II (1952)
- Correntes cruzadas - crítica (1953)
- Da crítica e da nova crítica (1957)
- Euclides, Capistrano e Araripe - crítica (1959)
- Enciclopédia de Literatura Brasileira
- Introdução à literatura no Brasil - história literária (1959)
- A crítica (1959)
- Machado de Assis na literatura brasileira - crítica (1960)
- Conceito de literatura brasileira - ensaio (1960)
- "O Impressionismo na Literatura Brasileira - In Cadernos Brasileiros #3 (1962)
- No hospital das letras - polêmica (1963)
- A polêmica Alencar-Nabuco - história literária (1965)
- Crítica e poética - ensaio (1968)
- A tradição afortunada - história literária (1968)
- Crítica e críticos (1969)
- Caminhos do pensamento crítico - ensaios (1974)
- Notas de teoria literária - didática (1976)
- Universidade, instituição crítica - ensaio (1977)
- Evolução da crítica literária brasileira - história literária (1977)
- O erotismo na literatura: o caso Rubem Fonseca - crítica (1979)
- Tristão de Athayde, o crítico - crítica (1980)
- O processo da descolonização literária - história literária (1983)
- As formas da literatura brasileira - ensaio (1984)
- Reformulação do currículo de Letras - educação (1984)
- Impertinências - artigos e ensaios (1990)
- Do Barroco - ensaios (1994)
Ligações externasEditar
Precedido por Luís Edmundo |
ABL - quarto acadêmico da cadeira 33 1962 — 2000 |
Sucedido por Evanildo Bechara |