Judas Isgorogota

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Judas Isgorogota é o pseudônimo do poeta e jornalista brasileiro Agnelo Rodrigues de Melo.[1] Estreou nas letras em 1922, com Caretas de Maceió.[1] Transferindo-se para São Paulo, publica Divina Mentira e Recompensa, menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. Outras obras: Desencanto; Fascinação; Pela Mão das Estrelas; Os que vêm de Longe; Abkar e João Camacho.[1] Publicou 15 livros de poesias, 1 novela e 5 livros de poesias infantis.

Judas Isgorogota
Judas Isgorogota
Nascimento 15 de setembro de 1901
Lagoa da Canoa, Alagoas, Brasil
Morte 10 de janeiro de 1979 (77 anos)
Nacionalidade Brasil Brasileira
Ocupação Poeta e jornalista
Prémios Prémio Jabuti 1962
Magnum opus Versos da idade de ouro: Poesias infantis

Ganhou projeção internacional onde diversas de suas poesias foram traduzidas para o francês, inglês, alemão, espanhol, italiano, húngaro, árabe, checo e lituano.

Era irmão do ilustrador Messias de Mello[2] e tio do animador Daniel Messias.

Biografia editar

Filho de Severiano Rodrigues de Melo e de Tereza da Rocha Melo, ele neto de portugueses, ela descendente de indígenas de Palmeira dos Índios.

Agnelo Rodrigues de Melo nasceu em Lagoa da Canoa, município de Traipu, Estado de Alagoas  em 15 de setembro de 1901.(ele mesmo afirmava que, devido a dificuldades de registro imediato no cartório, a data de seu nascimento teve um atraso de três anos. Por isso a data de nascimento real seria 1898).

Estudou as primeiras letras na cidade natal. Fez o curso primário no Colégio Sagrado Coração de Jesus e o secundário no Instituto Benjamim Constant também em Maceió.

Auxiliar de escritório das firmas conjugadas Rossbah Brasil Cy e Iona & Cia, esta última incumbida da comercialização dos produtos da Fábrica de Linhas da Pedra, quando, em 1920, iniciou sua carreira literária escrevendo, sob o pseudônimo de Judas Isgorogota, uma série de sonetos para o jornalzinho humorístico "O Bacurau", que se publicava em Jaraguá, porto de Maceió, com grande curiosidade pública.

Deslocou-se para São Paulo em 1924.

Trabalhou com Monteiro Lobato, em sua Gráfica-Editora nos anos de 1924-1925. Em 1924, trabalhou na REVISTA DO BRASIL; a consagrada revista literária de Monteiro Lobato. O notável paulista empolgava o país, aplicando o seu espírito de pioneirismo na indústria do livro, com a grande Companhia Editora Monteiro Lobato.

Trabalhou no Jornal do Comércio, de São Paulo, de 1926-1927

Trabalhou em A Gazeta de 1929 a 1969, tendo redigido durante vinte anos a "Página Literária".

Desde 1929 Judas redigia, ao lado de Nino Borges, "A Gazeta Infantil", o primeiro jornal destinado à infância, criado por Cásper Líbero.

Judas Isgorogota, com o pseudônimo de Papá Noé, escreveu os textos rimados das histórias em quadrinhos com o personagem Pão Duro, criado e ilustrado pelo seu irmão Messias de Mello, também responsável pelas ilustrações de muitos livros de poesia de Judas.

No ano de 1931, realizou uma enquete sobre "O Movimento Literário Em São Paulo", na qual foram ouvidos: Martins Fontes, Monteiro Lobato, Guilherme De Almeida, Albertino Moreira, Afonso Shimidt, Sud Mennucci, Yde Shoelenback (Colombina), Menotti Del Picchia, Silveira Bueno, Gabriel Marques, Cleómenes Campos, Plínio Salgado, Brito Broca, Aureliano Leite, Correia Júnior, Galeão Coutinho, Epitecto Fontes, Paulo Setúbal, Léo Vaz, Veiga Miranda, Rubens do Amaral, Orígenes Lessa, que surgia com os contos de "O Escritor Proibido", e Belmonte, que transformou a enquete em uma de suas interessantes charges, na "Folha da Manhã".

Dois anos após, organizou o "primeiro concurso de música brasileira", promovido pela "Gazeta", de acordo com a rádio Educadora Paulista, com grande êxito. "A Gazeta" premiou com medalhas de ouro os artistas vencedores, muitos dos quais tiveram nesse certame sua primeira oportunidade.

De 1941 a 1958, secretariou, juntamente com Luiz Xavier Telles, os "Arquivos da Polícia Civil de São Paulo", a revista policial técnico-científica fundada por Carneiro da Fonte, então chefe de polícia, e um grupo de destacadas expressões da Polícia Paulista.

Judas Isgorogota casou-se em 1933 com Nazira Cesar de Melo. Teve apenas uma filha, Rima Augusta. Faleceu em São Paulo em 10 de janeiro de 1979.

Obras literárias editar

I - Caretas (1918) II - Pintando O Sete (1923-1924) III - Aguarela(1923) IV -Divina Mentira (1927) V - Um Pirralho Na Arca De Noé (1927) VI -A Fada Negra (1928) VII - O Violino Mágico (1928) VIII - Recompensa (1936) IX - Um Passeio Na Floresta (1937) X - O Bandeirante Fernão (1937) XI - Desencanto (1938) XII - João Camacho (1938) XIII - Sempre Unidos (1939) XIV - Fascinação (1940) XV - Arquivos Da Polícia Civil De São Paulo (1941-1958) XVI - Escritores Paulistas Dos Séculos XVI, XVII E XVIII (1945) XVII - Poesias Musicadas (1946) XVIII - Os Que Vem De Longe (1946) XIX - A Época(1947-1948) XX - Poetas Cantores Da Língua Portuguesa (1947-1960 XXI - Pela Mão Das Estrelas (1947) XXII - Abkar, A Cidade Dos Gênios (1949) XXIII - Interlúdio (1950) XXIV - Mensagem Lírica Do Brasil À Juventude Esportiva (1952) XXV - Música Proibida (1952) XXVI - O Movimento Simbolista De São Paulo (1956) XXVII - Sapatinhos De Prata (1954) XXVIII - Versos Da Idade De Ouro (1954) XXIX -As Amáveis Lembranças (1957) XXXX - A Árvore Sempre Verde (1959) XXXI - A Sombra Da Asa (1958-1966) XXXII - Canto Do Povo(1966) XXXIII -Cantos Da Visitação XXXIX - XXX Poemas De Judas Isgorogota(1973)

Pseudônimos editar

Judas Isgorogota - Adotou Definitivamente Esse Pseudônimo Ao Publicar Divina Mentira Em 1927.

Pinto Seth - Pseudônimo usado quando escrevia para O "Jornal De Alagoas" Numa seção humorística em versos, intitulada "Pintando o Sete".

Paulo Aaron - Pseudônimo usado por Judas Isgorogota ao escrever numa série de "Caretas" Dos Diretores Do Celule Regates Brasil, De Jaraguá.

Prémios editar

1927 - 1° Prêmio De Literatura Infantil, São Paulo. (Com O Livro "Um Pirralho Na Arca De Noé".)

1928 - Menção Honrosa No Concurso De Teatro Infantil, São Paulo. ( Com A Peça De Teatro "A Fada Negra")

1936 - Menção Honrosa Da Academia Brasileira De Letras. ( Com O Livro "Recompensa").

1937 - Dois Primeiros Lugares No Concurso De Literatura Infantil Do Ministério De Educação ( Com O Livro "Um Passeio Na Floresta")

1939 - Menção Especial No Concurso De Músicas Marciais Do Ministério Da Guerra. ( Com A Música "Sempre Unidos").

1952 - Menção Honrosa Na XV Olimpíada Moderna De Helsinki (Secção De Artes=Poesia).

1952 - Prêmio Da Câmara Brasileira Do Livro.

1959 - Prêmio Da Academia Paulista De Letras.

1959 - Prêmio Do P.E.N. Clube, De São Paulo.

1961 - Prêmio Jabuti

1949 - Comenda Do Mérito Literário Da Síria.

Traduções, transcrições, ensaios e referências editar

  • Obras-Primas Da Lírica Brasileira, de Manuel Bandeira, com notas biográficas de Edgard Cavalheiro
  • Os Mais Belos Sonetos Brasileiros, de Edgard Resende
  • As Mais Belas Poesias Patrióticas, de Frederico dos Reys Coutinho
  • Brasilian Portuguese Self-Tought, de Francisco Iberra e Arthur Coelho, New York - Random House, 1943
  • Un Secolo Di Poesia Brasiliana, da jornalista e poetisa italiana Mercedes La Vale, a notável autora da versão italiana de "Os Lusíadas"
  • Piccola Antologia Poetica Brasiliana, de Tolentino Miraglia, São Paulo
  • La Poesia De Judas Isgorogota, ensaio, da poetisa madrilena Josefina de la Peña
  • Un Poeta Brasiliano, estudo do escritor italiano professor D.Leoni, da Usp
  • Coletâneas De Poetas Alagoanos, de Romeu De Avelar
  • Resumo Histórico Antopogeográfico do Estado de Alagoas, de Tancredo Moraes
  • Saudação Ao Poeta Judas Isgorogota, de Aristeo Seixas, lida no Teatro Municipal de São Paulo na noite inaugural do "Ciclo dos Poetas Paulistas (22-11-1956)
  • Prefácio de Templo, de Aristeo Seixas, presidente da Academia Paulista de Letras, edição póstuma da Academia
  • A Língua Brasileira do Brasil, em português - 2° Ciclo, do Prof° Máximo de Moura Campos e Francisco Lopes de Azevedo
  • Judas Isgorogota e a Poesia, de Fernando Jorge
  • A Maior Conquista, de Arthur Coelho, New York
  • A Poesia de Judas Isgorogota, do poeta baiano Almir Rodriges Bento
  • A Filosofia Cristã de Judas Isgorogota, de Couto de Magalhães Neto
  • Um Caminho para Chegarmos a Nós Mesmos, de Heládio Brito

Ligações externas editar

Referências editar

  1. a b c Os editores. Dicionário Prático de Biografias. Editora Amazonas Ltda, Vol 2. Pag.157, 1979.
  2. O desenhista mais produtivo de sua época

3. Coleção da revista A Gazeta Infantil pertencente à ECA, USP, anos 1937 a 1941.